Quando cheguei pela manhã para buscar S/n para irmos à escola, meu coração se apertou e o desespero tomou conta de mim quando vi o carro da ambulância em frente a sua casa. Minhas pernas agiam por conta própria, correndo em direção ao carro, vendo eles colocando uma máscara respiratória no rosto pálido e cansado de S/n. Eu olho confusa para sua mãe, que tenta me tranquilizar com um olhar terno.

-- nos encontre no hospital, vai ficar tudo bem querida... É a nossa S/n, ela é forte, se lembra?-- a mulher diz sorrindo de lado para mim. Eu mordo meu lábio inferior tentando controlar a vontade de chorar, e então concordo com a cabeça

A ansiedade e o medo se entrelaçam dentro de mim, formando um nó apertado que parece sufocar cada sopro de esperança. Meus passos em direção ao hospital parecem durar uma eternidade, cada momento carregado de incerteza e de um desespero silencioso. Lembro-me das palavras de encorajamento da mãe de S/n, tentando agarrar-me a elas como se fossem uma bóia em um mar revolto. "Ela é forte," repito para mim mesma, tentando infundir alguma daquela força em meu próprio ser.

Ao chegar ao hospital, sinto como se estivesse entrando em um mundo paralelo, um lugar onde o tempo se move de maneira diferente, marcado pelos bips constantes dos monitores e pelo vai e vem apressado dos profissionais de saúde. Cada segundo de espera é uma agonia, cada minuto, uma eternidade. Sento-me na sala de espera, rodeada por outras almas ansiosas e preocupadas, cada uma imersa em sua própria tempestade de medos e preces.

Os pensamentos sobre o que poderia estar acontecendo com S/n me consomem, invadindo cada canto da minha mente. Lembro-me de cada sorriso, de cada olhar terno, de cada momento que compartilhamos, e a ideia de perder tudo isso, de perder ela, é insuportável. Tento me agarrar às memórias felizes, às promessas não ditas, às esperanças ainda não desfeitas, mas o medo é uma sombra persistente, difícil de ser afastada.

Finalmente, após o que parece ser uma vida de espera, um médico se aproxima, seu rosto uma máscara de profissionalismo. Ele começa a falar, suas palavras tecendo uma narrativa de complicações e tratamentos, de desafios e de uma luta constante pela vida. E, apesar do peso das notícias, há também um fio de esperança, uma luz tênue no fim de um túnel sombrio. S/n é forte, ela está lutando, e enquanto houver luta, haverá esperança.

Meu coração ainda apertado, agora carrega uma mistura complexa de medo e fé. Prometo a mim mesma estar ao lado de S/n, seja qual for o caminho que tenhamos que percorrer. Porque é isso que se faz quando se ama alguém: permanece-se ao lado, nas tempestades e nos dias de sol, segurando firme e nunca desistindo. E é exatamente isso que farei, porque é nossa S/n, e ela é tudo que importa.

Eu entro no quarto sentindo um grande nó em minha garganta, ao ver S/n ali, tão vulnerável e frágil, sinto meu coração se apertar mais e mais.

-- Oi Ari!-- ela diz com aquela mesma animação de sempre. A enfermeira ao seu lado termina de verificar os aparelhos e então se retira do quarto. Eu não consigo me controlar, acabo correndo em sua direção e a abraçando apertado -- ei, está tudo bem... Calma

-- Droga S/n... E-Eu... E-Eu só... Eu ainda não me sinto pronta para isso -- admito e ela me lança um sorriso triste. Ela tira a máscara respiratória de seu rosto e suspira pesado -- Eu te amo, não consigo imaginar minha vida sem você aqui...

-- Ari... Por favor...

-- S/n, você é o que trás sentido para tudo. E doi muito, muito mesmo, imaginar que não vai estar aqui um dia... Eu não quero acreditar nisso... N-Nao quero que vá... -- as palavras que eu vinha segurando por tanto tempo finalmente encontraram seu caminho para fora. -- Eu te amo... -- As palavras escaparam em um sussurro, carregadas de todo o peso e leveza que o amor pode ter. Nossas testas se tocaram, um gesto íntimo que selava a verdade daquele momento.

My Eternal Sunshine (Ariana/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora