The donor: Wenclair [G!P]

Parte 14

Wednesday POV

Lana e Enid estavam agindo de maneira estranha durante nosso jantar, como se elas estivessem compartilhando algum segredo. Enid estava silenciosamente amparando nossa menina em algo e eu não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, mas estava preocupada. Lana apenas aparentava estar murcha e nervosa, e nenhuma mãe gostava de ver a filha daquela forma.

O jantar aconteceu duas horas depois do momento que eu e Enid compartilhamos na cozinha. Mais uma vez, o desejo tinha prevalecido sobre a razão e eu permiti que ela me dominasse enquanto estávamos na cozinha. Eu permiti que ela me dominasse e me controlasse em um lugar sem nenhuma privacidade; e o fato de que a nossa filha pequena poderia ter nos interrompido era um pensamento distante naquela hora, mesmo que nós soubéssemos que ela ainda dormiria por um tempo. Quando terminamos, Enid me ajudou a me vestir, ajudando para me fazer descer do balcão e colocando meu short de volta em mim, e então ajeitando meu top de ginástica para que eu ficasse, de alguma forma, apresentável.

Nenhuma de nós podia parar de sorrir e gargalhar de como aquela situação era inédita para nós. Assim que nosso desejo dissipou, percebemos onde estávamos e como algo daquele tipo tinha acontecido entre nós tão rapidamente. Mas o clima entre nós mudou quando ela me aconchegou contra si. Quando eu já estava vestida e a calça jeans dela já estava de volta a seu devido lugar, Enid me puxou para seus braços e apenas me segurou contra si. Sem nenhum espaço entre nossos corpos, como se ela só me quisesse perto dela; inicialmente enterrando seu rosto em meu pescoço e envolvendo seus braços com segurança em volta de mim, e então segurando meu rosto entre suas mãos e me beijando. Se num primeiro momento, não havia nada além de desejo e luxúria entre nós, agora só havia carinho e ternura – e eu amava todo e qualquer instante com Enid; eu amava cada momento que eu passava com ela. Ela depositou beijos suaves em meus lábios, em minhas bochechas e no meu queixo, sem nenhuma segunda intenção, mas quase de uma maneira amorosa. Aquilo me deu a chance de acariciar seu corpo, correndo meus dedos por sua cintura, sua barriga e seu peito, e então seus braços. Seus braços musculosos, mas ainda sim finos que eu nunca conseguiria superar quando os tinha em volta de mim.

— Eu não quero arruinar esse momento, mas eu preciso tomar banho – eu disse para ela depois de alguns minutos simplesmente apreciando aqueles toques carinhosos. Ouvir Enid grunhindo em protesto quase fez aquele desejo primitivo que eu sempre tinha por ela ressurgir e nós tivemos que nos separar antes que eu começasse algo novamente. A irritação de meu olhar direcionado a ela fez a mulher rir, como se soubesse o que seus sons faziam comigo. Não era algo que queríamos, mas nos separamos, e Enid lavou suas mãos e foi para o quarto de Lana para acordá-la enquanto eu ia para minha suíte tomar um banho.

Eu não consegui parar de sorrir o tempo inteiro em que eu estava no chuveiro. Eu estava assim constantemente desde que conheci Enid e vi quanto ela era incrível com a nossa filha. A aproximação delas era algo pelo qual desejei desde o comecinho, mas não tinha percebido até agora que tinha se tornado uma das coisas mais importantes para mim. Apesar de ser tão relevante para mim, muitas pessoas em minha vida desconheciam aquela relação. Minha mãe ainda não sabia. Houve muitos momentos em que eu poderia ter contado a ela, mas eu nunca contei. Eu não estava com vergonha de Enid, mas eu estava com medo, assim como ela. Algumas pessoas apenas não compreenderiam e não aceitariam tão bem sua condição. Eu e minha mãe tínhamos um encontro marcado para segunda-feira de manhã enquanto Lana estava na escola e Enid no trabalho, e eu esperava ter tempo de sentar com ela e lhe explicar tudo. Meus pais não estavam muitos contentes em aceitar minha orientação sexual num primeiro momento e ficaram ainda mais desapontados quando contei a eles que eu estava tendo uma bebê sozinha. Com o tempo, eles superaram e minha família amava Lana e me amava – talvez eles pudessem amar Enid também.