Parte 6

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Wednesday POV

— Oh, Wed, eu convidei a Enid para ir com a gente hoje!

— O que? – Eu encarei minha companheira de apartamento com repleta confusão. Quando que elas tinham se falado?

— Sim, eu mandei uma mensagem para ela perguntando se ela estava livre. Foi ideia das meninas! – Bianca explicou. É claro que tinha sido ideia das meninas. Já tinham passado duas semanas desde nosso passeio até a praia e as meninas estavam de volta à escola para o descontentamento das duas. Enid tinha conseguido uma folga no trabalho enquanto a escola de Lana estava de recesso para passar um tempo com a mais nova, e foi isso que ela fez. Desde a ida à praia, nós três tínhamos passado bastante tempo juntas.

A primeira coisa que fizemos foi ir ao cinema, apenas nós três. Eu e Enid tínhamos planejado aquilo apenas entre nós para surpreender a pequena, e nossa filha ficou extasiada quando soube que ela sairia aquela noite com suas duas mães – inclusive, assim que ela voltou a escola ela fez questão de se gabar por causa disso. Nós fomos assistir Divertidamente porque Enid pediu. Eu achava que o conceito do filme seria muito complexo para uma criança daquela idade, mas no fim do filme eu não sabia se aquilo era verdade porque Lana parecia tão encantada com o filme quanto Enid. E eu também, para ser honesta. Nossa filha sentou-se entre nós duas, é claro, mas isso não impediu que Enid e eu trocássemos olhares de vez em quando, no meio de risadas, para nos certificarmos que a outra estava achando as mesmas coisas engraçadas. Ela tinha uma risada linda, a qual eu nunca me cansaria de ouvir.

Em um almoço, Enid nos levou a Pizza Express para fazermos nossas próprias pizzas, o que eu acho que ela planejou mais para minha felicidade do que a de Lana. Acabou que, para a surpresa de ninguém, Enid se mostrou brilhante também em fazer pizza. Depois de terminar de fazer a sua própria massa de pizza, ela ofereceu seus serviços para nossa filha, apenas para que a menor a afastasse dizendo que ela estava quase terminando. Assim, ela começou a me ajudar com a minha massa porque eu realmente não estava me saindo muito bem. Inicialmente foi porque eu era muito ruim em abrir a massa de maneira apropriada, mas eu logo descobri o truque para isso – eu só não contei isso a Enid, porque eu gostava de tê-la me ajudando. Ela começou a me ajudar ao me mostrar com sua própria massa como eu deveria fazer, mas ela logo estava segurando minhas mãos entre as delas e manobrando meus dedos da forma correta. Eu lembrava da sensação gostosa de suas mãos nas minhas. Não foi tão gostoso quanto quando ela espalhou filtro solar nas minhas costas na praia, mas o carinho era caloroso e coloriu minhas bochechas num tom profundo de vermelho. O fato de que ela estava mais aberta em me tocar, diferente de como ela se comportou quando fomos jogar mini-golfe, também me aqueceu.

Ela também me tocou quando levamos Lana e Ariel ao parque. Começou como um dia normal no parque. Nós nos revezamos alimentando os patinhos com a comida que Enid tinha levado para isso porque, aparentemente, pão pode ser muito perigoso para patos, como ela me informou na nossa conversa noturna ao telefone, então nós duas concordamos que seria melhor ela levar a comida. E, aliás, isso foi na noite anterior ao passeio no parque, e não em uma conversa aleatória ao telefone em que os hábitos alimentares de patos foram mencionados por acaso. Sim, nós normalmente cobríamos tópicos estranhos e randômicos em nossas conversas, mas não chegávamos a ser tão loucas assim.

Depois de descansarmos sob a luz do sol por um tempo, sentadas na grama conversando, as duas meninas mais novas queriam brincar de futebol. Não havia propósito em criar times e tampouco criamos uma área para servir de traves para o gol, apenas nos divertimos correndo e passando a bola para quem quer que fosse e enfrentando a todas. Enid parecia ser a única que podia jogar de verdade e usava de truques baratos para nos humilhar, o que resultou em nós três jogando sujo e a enfrentando. Ariel e Lana pularam em cima dela para desequilibrá-la enquanto eu corri com a bola. Eu usei meu corpo para proteger a bola, e ela apoiou-se inteira sobre minhas costas – e no meio de todas as risadas no grupo, não chamou a nossa atenção o fato de ela estar com as mãos no meu quadril e cintura para tentar me tirar do seu caminho. Quando me dei por mim, Ariel e Lana tinham se afastado para esperar pelo meu passe, e eu continuava na frente de Enid, com as bola nos meus pés, tentando proteger a bola com as costas levemente inclinada e o corpo de Enid moldava-se ao meu, com sua frente encostando nas minhas costas. Seus braços pressionavam contra meu abdômen, onde minha barriga aparecia porque minha blusa tinha subido; sua mão encontrava-se sobre a minha perna numa tentativa de nos manter equilibradas; e seus lábios roçando meu ouvido. Eu rapidamente consegui fazer meu passe para uma das meninas, apenas para me virar para Enid e descobrir que nenhuma de nós estava rindo mais. Nós apenas nos encarávamos com bochechas coradas e sorrisos velados que não ousaram emergir em nossos lábios.

The donor: Wenclair [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora