Amante Perigoso

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O som dos pneus freando ecoou pelo ar, um som agudo que cortou o silêncio tenso. Meu coração disparou enquanto Tom saía de seu carro, com uma pistola em sua mão. Logo em seguida, Bill saiu de seu próprio veículo, dirigindo-se à porta traseira onde eu estava, arrancando-me de lá com brutalidade. O impacto do meu corpo contra o chão de cascalho enviou ondas de dor pela minha perna já machucada, fazendo-me gemer em agonia.

Estava agora no meio dos dois irmãos, ambos com armas apontadas um para o outro. "O que você está fazendo?", a voz de Tom cortou o ar, carregada de confusão e temor. "Eu só queria ter a certeza de uma coisa", a resposta de Bill veio fria e determinada. Revoltada, gritei contra Bill. "Do que você quer tanto ter certeza?" Exigi uma explicação para toda aquela loucura.

"Eu já tenho a certeza! Tom abandonou seu posto. Fez confusão na frente dos nossos melhores clientes. E apontou a arma para o seu próprio irmão. Ele está cego e é por sua causa!", Bill acusou, sua voz carregada de ressentimento e raiva.

"E o que você vai fazer com essa sua conclusão?", Tom retrucou soando tenso e desafiador. "Vou eliminar o que te distrai".

O estouro dos tiros cortou o ar, fazendo-me estremecer no chão. Fechei os olhos com força, incapaz de suportar a visão do sangue que estava prestes a ser derramado. Um ruído constante ecoava em minha mente, uma mistura ensurdecedora de medo e desespero.

Quando finalmente decidi ter coragem para abrir os olhos, deparei-me com aquela cena surpreendente. Tom havia atirado na arma de Bill, lançando-a para longe em um movimento rápido e preciso. Lentamente, virei o rosto, com receio do que poderia ver. Tom havia levado um tiro. Mais uma vez, Tom Kaulitz havia levado um tiro por mim

"Ele morreria por ela...", ouvi Bill murmurar, sua voz cheia de resignação.

"Você está bem?" Fraca e trêmula, perguntei a Tom. Fiquei aliviada ao ouvir que o tiro era apenas de raspão. Mas meu corpo estava fraco, sem forças para me levantar do chão.

"É melhor levá-la para o hospital antes que seja tarde demais", Bill partiu, deixando-nos para trás. Tom abaixou seu olhar para o meu corpo, pela primeira vez ele me olhou sem malícia em seus olhos. Ele não falou nenhum 'a' sequer, apenas me levantou em seus braços, me carregando até o banco do passageiro de seu carro prateado.

Ele acelerou, a velocidade fazendo-me sentir tonta e fraca. A areia dos cascalhos subiu, tampando completamente o lugar onde estávamos. Meu olhar caiu para o painel do carro: estávamos a 290 km por hora. Tom segurava o volante com tanta força que os nós de seus dedos ficaram pálidos, assim como minha pele. Cada piscada parecia me levar para um lugar diferente, minha consciência escapando aos poucos enquanto o mundo girava em torno de mim em um borrão indistinto.

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Eu estava tenso enquanto aguardava no hospital há duas longas horas desde a nossa chegada. Meu olhar permanecia fixo no chão, evitando qualquer contato visual com as pessoas ao meu redor. Estar em público era uma raridade para mim; eu dependia das outras pessoas para ser minha visão, comunicação e audição. Nunca precisei ver por conta própria. Cuidava do meu próprio ferimento porque não confiava em ninguém para fazê-lo. Então, como um eco distante, ouvi meu nome ser pronunciado do outro lado da cortina, rompendo a energia pesada que pairava sobre o ambiente hospitalar.

"Tom..." Megan me chamou. Um calafrio percorreu minha espinha ao ouvir meu nome sendo pronunciado em público, uma vulnerabilidade que raramente permitiria ser exposta. Sem hesitar, entrei no quarto hospitalar onde ela estava. Sua perna já havia sido tratada, sua coxa envolta em gazes. Não sabia por que ela me chamou ali, talvez ainda estivesse se recuperando e alucinando.

Entreguei-lhe uma garrafa de água, e cada segundo que ela levava para abri-la parecia uma eternidade. Cada gole que ela tomava parecia se arrastar lentamente pela sua garganta, eu estava com pressa. Ao afastar a cortina para verificar se havia muitas pessoas ao redor, ouvi um baque e respingos de água caíram sobre minha pele. Em questão de minutos, o efeito do sonífero reagiu,e Megan adormeceu, mergulhando em um sono profundo e restaurador.

Sem hesitação, peguei-a nos braços, sentindo o peso do seu corpo contra meu peito. Eu sabia que ela não poderia se mover e fugir com a perna machucada, mas não arriscaria perdê-la. Saí pela porta lateral, onde havia estacionado o carro, e a coloquei nos bancos de trás antes de assumir meu lugar ao volante. Ajustei o retrovisor, observando o rosto dela enquanto o vento brincava com os fios de seu cabelo; parecia que ela sorriu para mim, mas talvez fosse apenas minha imaginação.

Acelerei de volta para o lugar de sempre, o barulho constante do motor e o vento traziam um conforto. Enquanto as paisagens passavam rapidamente pela janela, senti uma sensação de paz e serenidade, uma trégua momentânea em meio ao turbilhão de emoções que nos envolvia.

A boate estava fechada quando chegamos, o caos que ocorreu lá dentro levou ao fechamento temporário. Todos que frequentam sabem que isso pode acontecer a qualquer momento. Afinal, éramos os irmãos Kaulitz.

Deitei Megan na cama do meu quarto, prendendo-a com correntes firmes na cabeceira, uma medida necessária para garantir sua segurança e a minha própria paz de espírito. Sentia-me culpado por muitas coisas, mas essa sensação não mudaria nada. Ela ainda estava sob o efeito do sonífero, indefesa e presa. Uma parte de mim queria tocá-la da maneira que bem entendesse, permitindo-me explorar cada centímetro de seu corpo, mas outra parte me segurava, resistindo à tentação de sucumbir aos meus impulsos.

Pairando sobre seu corpo inerte, senti o aroma doce de sua pele enquanto deslizava minha mão pelo seu pescoço, enforcando-a levemente. Um convite tentador para explorar os seus limites. Minha mão desceu pelos seus seios, mas resisti ao desejo de apalpá-los, apenas deixando-a na sua cintura. Meu desejo carnal era evidente, meu pênis endurecido clamava por alívio, mas eu não podia, não com ela.

Um grunhido escapou dos meus lábios, então me afastei e fui para o banheiro, trancando-me lá dentro. Não pude evitar, desabotoei minha calça e abaixei minha cueca, começando a acariciar meu pau. Em questão de segundos, estava indo rápido, contraindo meus músculos e me apoiando no balcão da pia, acelerando cada vez mais.

Enquanto me entregava ao prazer, só conseguia pensar em Megan e no dia em que ela pagou um boquete para mim. Gemendo, finalmente liberei o que estava guardado dentro de mim. Não sabia o que estava acontecendo comigo, estava à um triz. Sentia que colocava Megan em perigo.
Eu era um amante perigoso.

Amor Por Uma Noite |Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora