Dama da Noite

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Nos palcos escuros da boate em que eu trabalho, onde há uma atmosfera sensual e misteriosa, os meus sonhos se entrelaçam com a música.
Na penumbra da boate, os raios de luz filtram-se através da fumaça.
O som pulsante da música sensual preenche o ar, enquanto os nossos corpos se movem em perfeita sintonia com a batida. A iluminação suave destaca contornos corporais e expressões que flertam entre o sensual e o enigmático.
Olhares se cruzam em meio à névoa, revelando sorrisos misteriosos e paixões silenciosas. É uma atmosfera que desperta os sentidos, onde cada instante é carregado de sedução, dinheiro e segredos ocultos.

"Está nervosa?" Uma dançarina me perguntou. Ainda não sabia seu nome, mas pelo seu perfil, dava para saber que ela não era de Tóquio

"Estou, ainda é a minha primeira semana" Disse arrumando as minhas vestes. Se eu posso chamar assim, eram mais como lingeries, pois eu ficava seminua com eles

"Vamos garotas das 22:00, os clientes as esperam" Uma japonesa que organizava a nossa entrada nos acelerava

Lá dentro não tínhamos nomes, éramos as 'bonecas de sexo' 'prostitutas' 'garota de programa' e coisas do tipo. Eu era nomeada como 'dama da noite' apesar de nunca ter feito serviços noturnos.

Muitos acham que a dança de pole dance é apenas se sensualizar na frente de homens. Mas não é só isso, envolve muito mais do que ser sexy. Ela envolve movimentos acrobáticos e exige força, flexibilidade e coordenação, que muitos por aí que falam que é apenas prostituição não conseguiriam fazer.

Entrei dentro do palco e fui para o meu posto, caminhando para a minha barra.
As luzes pairavam em cima de mim, deixando uma escuridão sobre o público, fazendo que eu não veja os seus rostos.

Comecei a subir pela barra, com movimentos leves e graciosos, exigindo muita força de meus braços. Prendi minhas pernas e joguei minha lombar para trás, mexendo os meus braços sutilmente.
Levantei e me prendi, agora movimentando as minhas pernas sensualmente e lentamente.
Poderia descrever por mais tempo, mas ficaria a noite toda.

A música sensual que tocava ao fundo me ajudava na movimentação, mesmo ainda tendo dificuldades em certas partes.
Poderia se ouvir garçonetes que serviam os homens com roupas minúsculas, elas eram obrigadas a usar aquelas vestes de prostitutas, e ainda por cima era tratadas como tal.

As vozes dos homens de meia idade que ficavam eriçados somente com uma dança me enojavam. Ouvir aqueles gemidos velhos me dava anciã, principalmente quando eles começavam a se esfregar em nossos corpos.

Demos uma pausa.
Neste meio tempo foi o suficiente para que a organizadora fosse falar comigo. Será que eu fiz algo de errado?

"Tem um homem lá fora querendo falar com você, Megan" Ouvir essa frase me embrulhou a barriga

"Não disse a ele que trabalho somente na dança e não na cama?" Falar com homens aposentados? NUNCA!

"Até falaria, se ele não fosse um dos clientes mais valiosos. Eu que não vou o retrucar! Se quiser, faça isso você mesma" Ela pegou em meus punhos e me levou para fora dos camarins

"Olá, donzela" Um homem gordo, peludo, de cabeça branca me puxou pela minha cintura, tocando o meu corpo "Está disponível está noite?" O empurrei, afastando-o de mim

"Como pode ver, estou muito ocupada, pois trabalho na dança, não na cama, senhor" Não pude evitar a minha cara de nojo

"Não fique com nojo minha cara, posso te levar as altura somente em uma noite." Pude perceber um pequeno e leve volume em sua calça. Se isso era ele do tamanho ereto, não queria nem ver como ele é na cama, seria broxante.

Amor Por Uma Noite |Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora