Amor Por Uma Noite |Tom Kaulitz

Donzela da Meia-Noite

Eu estava disposta a contar para Tom que eu não iria mais trabalhar para ele.
Eu subia as escadas com tapete vermelho. Uns diziam que ela era a 'escada para o sucesso' pois só quem subia ela iria se deitar com pessoas de alto padrão. Eu a chamo de 'escada para o meu pesadelo' ou 'meu pesadelo vívido' como você preferir.

Meu coração batendo forte no peito, meus passos ecoando no corredor. O ambiente era pesado, e um ar de perigo pairava no ar. Quando eu cheguei no cimo das escadas, me encontrei com um corredor escuro, com sombras cintilantes e o ambiente se movia suavemente.

Caminhando lentamente pelo corredor, senti uma sensação de horror crescendo dentro de mim. Pode-se facilmente ouvir gemidos forçados ecoando dos quartos. Nada lá dentro era verdadeiro. Era como se fossem autores, e ali, era literalmente o palco do sexo.

Um vazio estranho preenchia o corredor eu comecei a me perguntar se estava perdendo a cabeça.
A resposta dessa pergunta era provável que seja: Sim!

Quando cheguei ao final do corredor fiquei pálida ao ver uma porta ampla, com uma luz acolhedora se derramando pela fresta.
Sem saber o que esperar, abri a porta e me deparei com uma sala vazia, com paredes revestidas de vidro, com uma única cadeira no centro. E ali estava Tom, sentado na cadeira, olhando para mim com um olhar gelado.

Tom estendeu a mão para mim, convidando-me a sentar. Eu hesitei por um momento, mas não queria arruinar o negócio, pelo menos não assim. O ambiente estava gelado, o ar estagnado, e eu tinha a impressão de que estava sendo observada por um milhão de olhos escondidos. Mas não me obtive, então eu fui mesmo assim.

Quando me sentei na cadeira ao lado de Tom, senti uma sensação de repulsa. Ele parecia ter algo oculto na face, algo que eu não podia ver, mas podia sentir.
Quase pedi para ir embora. Mas ao invés disso, ouvi uma voz dentro da cabeça, que me disse: "Você não pode ir embora. Você precisa ficar e falar!".

"Eu não quero mais trabalhar para você!" Senti um frio na espinha, e tive que controlar minha voz para não tremer enquanto falava com ele.

"Tudo bem!" Ele falou calmo, tentando me passar confiança.

"Eu sei que faz literalmente um dia que venho dançando para você, e..." Espere! Ele concordou? "Tudo bem!?"

"Sim, eu te compreendo! Se quiser, pode ir embora agora" Ele parecia saber coisas sobre mim, coisas que nem eu mesma sei, sobre meus fracassos. Como é que ele podia aparentar saber de tudo?

"Certo..." Me levantei. Enquanto caminhava em direção a porta que se mantia aberta. Vivenciei a mesma sensação que eu tive na minha casa, quando Tom estava prestes a matar Harry. Ele não seria capaz de fazer isso comigo, seria? No entanto, era ele que me queria ao seu lado.

Antes de atravessar a porta por completo, algo ou alguém, saiu de trás da batente, segurando os meus braços enquanto eu me debatia. A pessoa me prendeu contra o seu corpo, e logo colocou um pedaço de algodão debaixo das minhas narinas.

Tom sentava-se tranquilamente, com um brilho de impaciência em seus olhos, alimentado por um sentimento de certa loucura, o que não me surpreendeu. Era tão óbvio que aquilo era uma armadilha. A certeza que ele tinha de que conseguiria atingir o que queria era algo louco. Ele era um homem de atitude, e não estava disposto a aceitar o fracasso. Nunca em sua vida ele iria aceitar uma derrota tão fácil!

Havia alguma coisa naquele algodão que eu estava inalando, talvez drogas? Não sei! O que eu sei é que me fez perder a força e, aos poucos, a minha consciência por completo, me obrigando a parar de me debater. Minha última imagem vista, foi de Tom, que estava se levantando enquanto caminhava em minha direção.

"Não se pode confiar nem em sua própria sombra!" Sua voz se distorcia junto com o seu corpo que se multiplicava, se embaralhando em minha visão. E de repente, tudo ficou preto.

Os meus olhos se abriram lentamente, fiquei por um momento sem entender onde estava. O lugar estava envolto numa bruma azul e o sol não tinha o seu brilho que suavemente atravessava a janela. Era uma sensação de adrenalina, e com certeza tinha algo de errado.
Enquanto lentamente erguia minha cabeça, percebi que o local estava silencioso, com um ar quase opressivo. O que era para ser um pequeno trabalho em uma boate parecia mais desafiador do que o habitual.

Tentei me mover, mas os meus braços estavam presos em uma cadeira.
Senti a adrenalina correr pelas minhas veias. O coração bateu aceleradamente e eu lutei para evitar soltar um grito. Tom se movia em minha volta como uma sombra e o medo estava começando a se apoderar.

"Não há nada mais assustador do que a incerteza." Ele disse. E, com o medo aumentando, comecei a me perguntar: o que Tom está planejando fazer comigo? "Você, mais do que ninguém, deveria saber que não se deve confiar nem na própria sombra!"

"O que você quer comigo? Por que não me deixou ir!?" Eu gritei em uma tentativa falha de aterrorizá-lo, mas claramente havia terror em minha voz.

"Você deve saber muito bem o que eu quero" Eu? Ele me queria? "Mas eu não estou te obrigando a muita coisa! Afinal, você está aqui. E ainda continua trabalhando para mim"

"Você está me obrigando a fazer tudo isso!" Gritei em um pulo na cadeira, na tentativa falha de tentar me soltar

"Não estou não! Você fez um acordo comigo, só estou comprindo" Ele se justificou descansando sua mão em meu ombro

"Lembro-me de aceitar trabalhar para você, sem agressões e com segurança! Não lembro disso incluir ser drogada e sequestrada!"

"Sinto muito pela má recepção!" Ele falou se aproximando dos meus braços e me soltando. "Mas se você estivesse consciente não iria concordar em vir comigo"

"Você tem absoluta razão! Porque você é um lunático!" Exclamei. Não pude de deixar de pensar em quem me segurou e me apagou.

Essa pessoa tinha força nos braços, o que me surpreendeu. Pois não era qualquer um que tinha a mesma força de uma dançarina de pole dance.
A não ser... uma dançarina de pole dance!

"Donzela da meia-noite..." Sussurrei. O quebra-cabeças estava se encaixando, e agora tudo fazia mais sentido.