Através do Espelho

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"AYLLA!" Gritei pelos os corredores, antes mesmo de estar perto dos camarins

"Eii!" Esbarrei com a minha superior no meio do caminho. Não dei muita importância pela sua chamada de minha atenção, e continuei o meu trajeto.

Ao entrar, todas me olharam estranho, pois o pânico que a energia do meu corpo transparência era visível.
Aylla não estava aqui. A minha única amiga, e a única pessoa em que eu confiava não estava lá.

"A onde está Aylla?" Ninguém me respondia, naquele momento elas me tratavam como se eu fosse uma aberração

"O que você pensa que está fazendo?" A japonesa entrou me repreendendo "Por que está correndo e gritando pelos os corredores feito uma puta... doida?" Seu tom de voz se abaixou

Naquele momento ninguém falava mais nada. Expressões de espanto poderia ser visto no rosto de cada mulher que estava ali.
Me admirei no espelho, observando o meu próprio pavor no reflexo.
Até que, passos pesados podem ser ouvidos, uma sombra grande cresceu, se formando atrás de mim.
Todas as mulheres saíram correndo, até não sobrar se quer uma alma viva ali. Eu estava completamente confusa, se eu soubesse o que estava por vir, eu teria corrido junto com elas.
Então eu vi, através do espelho que alguém estava ali, e esse alguém, era Tom.

"Está com medo?" Seu passo pesado se aproximou cada vez mais de mim

"De você? Jamais!" Disse me afastando lentamente do mesmo

"Então por que correu? E por que está se afastando de mim?" Ele disse, se aproximando ainda mais

Parei de me afastar quando senti a beira da penteadeira se encostar no meu corpo. Arrumei minha postura, o encarando no fundo de seus olhos.
Ele somente parou de andar para a minha direção, quando os nossos corpos colaram, sem deixar um centímetro se quer de distância.

"Você é um mafioso ou alguma coisa do tipo?" Falei com a minha voz firme, escondendo o medo que eu sentia

"Eu, um mafioso?" Ele riu. Seu sorriso era tão belo quanto o nascer do sol pela manhã.  "Eu só trabalho para mim mesmo"

'Ele não deixa de ser perigoso' Meu pensamento ecoou pela minha cabeça, eu tinha razão.
"Que tipo de trabalho é esse que você utiliza uma arma?" Perguntei. Talvez o quanto menos eu soubesse, melhor seria.

"Um trabalho que eu tenha que utilizá-lo para ter o que eu quero. Até mesmo, em algumas situações, me livrar de alguns pesos" Ele falou, afastando uma mecha de meu longo cabelo do meu rosto.
"Você já pensou na proposta que te fiz?"

"Por que eu deveria trabalhar para alguém como você?" O pavor nos meus olhos era nítido, mas não deixei o meu semblante cair

"Você terá uma condição financeira melhor, vai aprimorar a sua carreira e..." O interrompi. Ele realmente estava tentando me contratar?

"E a minha segurança?" Perguntei esfregando as palmas suadas de minha mão em minhas vestes

"Está preocupada com isso? Querida, se você estiver ao meu lado, nada de ruim acontecerá com você" Ele tinha razão, até porque ele é o próprio perigo.

"Eu não vou trabalhar para você!" As palavras escaparam de minha boca, me fazendo me arrepender no mesmo instante

"Você parecia estar gostando de dançar para mim hoje mais cedo" Ele passou suas mãos grandes e lisas pelo o meu rosto.
Empurrei a sua mão, o afastando de mim, esquecendo completamente da arma em seu corpo. "Por que você tem essa repulsa de mim?"

"Eu sinto ódio por você desde quando eu te vi, fora a repulsa" Me afastei de seu corpo, evitando contato visual

"Oh, meu bem. Eu ainda não te dei motivos para você me odiar" Ele me prendeu contra a parede "Mas se você quiser, eu posso te dar" Sua boca perto da minha, seu ar quente espalhava pelo o meu rosto

O desejo da tentação que eu tinha para ceder ao seus lábios era enorme, eu não posso mentir.
Mas o sentimento de raiva que eu tinha dentro de mim era maior.

"Não me importo se você tem a noção de que é o dono da razão, ou se acredita que eu tenho a obrigação de fazer o que você quer" Dei um grande impulso para frente, o virando, deixando agora, ele contra a parede "Eu tenho os meus valores, e não estou disposta a quebrá-los, por nada". Senti o meu coração desesperado, mas eu tentei me manter calma diante aquela situação.

Eu não poderia confiar nele, mesmo que ele se mostrasse ser o homem mais gentil e bondoso do mundo, que eu sei que ele não é. Não poderia me expor de tal forma perante uma pessoa que demonstra ser tão manipuladora.

"É isso que eu gosto de você. Mas é isso que me faz te odiar" Ele falou com um sorriso ladino estampado em seu rosto, dando destaque ao seu piercing preto em seu lábio. "E também é isso que me faz me odiar, porque eu te quero, só para mim" Ele falou, ainda por debaixo de mim, enquanto eu prensava o seu peitoral com o meu antebraço

"Que pena que você vai continuar se odiando, porque você não vai me ter!" Logo após em que eu me pronunciei, senti o seu sangue ferver por todo o seu corpo. Ele me virou violentamente. Agora quem estava por debaixo dele era eu, por mais uma vez "Está irritado?" Provoquei

"Você me irrita! Me escute bem, dama da noite. Eu quero ter você, e quando eu quero algo, eu consigo. Não me importo como, com violência ou sem, com a sua conscientização ou não." Naquele momento, meus pensamentos eram confusos, e o meu coração batia com força no peito. Eu não poderia confiar nele, não me importava o quão sério ele parecesse. Tudo o que ele faria seria enganar.

"Pare de ser essa criança mimada que você é! Você terá que se acostumar com o 'não' que a vida te dá. O 'não' que eu te dou" Por dentro o meu corpo tremia por inteiro, mas eu não iria transparecer isso à ele

"Você é uma jóia rara, minha cara. Não me obrigue a tomar atitudes drásticas por certas decisões suas!" Ele falou passando seu polegar por cima de meu lábio inferior. Eu sabia o que 'atitudes drásticas' significava.
No que eu estava me metendo?

Amor Por Uma Noite |Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora