[19] Uma nova pessoa

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O quarto estava silencioso, apenas respirações profundas eram ouvidas.

— Que merda você disse?! — Jimin perguntou novamente, assustado.

Guang respirou fundo e olho para o marido.

— Eu posso explicar tudo. Por favor… me escute.

— Ah, o que… — respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos. — Ok, eu escuto. Mas, preciso de uma boa explicação.

— Tudo bem, apenas… Em particular. — Olhou para os outros, pedindo silenciosamente para que se retirassem.

— Tem certeza, Jimin? Podemos deixar se quiser. — Namjoon disse e os demais confirmaram.

Jimin sorriu fraco.
— Tá tudo bem, Nam. Depois eu conto tudo pra vocês.

Assentiram e devagar saíram do quarto.
Jihyun também saiu após dar um selinho na esposa.

Os dois sozinhos na sala apenas se encaram.

— Fale logo, por favor, eu tô muito confuso.

— Eu sinto muito ter descoberto dessa maneira… Eu quero que fosse de outro jeito. — Roça as mãos em ansiedade.

— Começa do início, por favor.

Jiguang assente e começa a contar.

— A muito tempo atrás, eu era apenas uma omega sozinha e sem companheiro. Minha mãe estava tentando arranjar casamentos para mim e para minha irmã, você já sabe com quem ela casou. Os anos passaram e os meninos foram sendo formados, inclusive você. — Para por um momento.

— Como? Como conseguiu ter um filho com aquele homem… 

— Já chego nisso. Continuando, os anos passaram e eu ainda estava solteira, crescendo e ficando cada vez mais bonita. Minha irmã não estava gostando nada disso, o marido me olhava muito. — Me deu um olhar que me fez entender o tipo de olhar que ele tinha.

— Oh…

— Sim… Bom. — Pigarreou. — Meus cios eram passados sozinhos e eu estava bem com isso, até que, um dia, eu estava na casa deles e meu cio começou… E-Eu não tinha controle sobre mim, minha loba também estava descontrolada apenas em busca de satisfação. Ele estava lá apenas esperando isso acontecer… — Soltou uma lágrima. — Passei tudo chorando por dentro e minha loba soltava rosnados, mas não podíamos fazer nada, ele era alfa e eu estava no cio, meu momentos mais vulnerável e fraco…

Senti meus olhos ficarem inchados de segurar as lágrimas, lembrando todas as punições, como ele olhava para mim enquanto sua esposa apenas me dirigia palavras e ações horrendas.

— Acabou acontecendo e então, um tempo depois, descobri a gravidez. Minha mãe ficou arrasada, me chamando de todos os nomes possíveis. Minha irmã me via apenas como uma pecadora, traidora e amante, como ela dizia "Uma vadia no cio". 

— V-Você não teve! Ele foi o errado, eles foram.

— Eu sei, hoje eu sei. — Sorriu para mim. — Após eu ter parido, me mandaram para um manicômio, alegando insanidade, depois de me drogarem por dias e noite na gravidez… Quando eu melhorei após parar de tomar os remédios, retomei minha sanidade, sai depois de três anos, o período normal de se estar nesse lugar, quando viram que eu estava sã e não podiam mais me drogar. 

— Meu deus… Que pessoas horríveis! — Jimin não conseguia expressar toda a sua raiva.

— Quando saí de lá, não voltei pra casa, simplesmente fui embora para longe, pensando em me estabilizar e então conseguir a sua guarda. Infelizmente, as coisas não ocorreram como o esperado. Eu já tinha conhecido Jihyun e estávamos nos envolvendo, ele era advogado e tinha concordado em me ajudar. Mas, quando eu consegui voltar pra casa, descobri que mamãe tinha morrido e minha irmã e o marido tinham ficado com você. — Respirou fundo, enxugando as lágrimas que caiam descontroladas. 

— Eu tentei te ter de volta, mas, eram tantas ameaças contra, não só a sua vida, como a dos outros que não consegui. Briguei na justiça, mas eram pessoas poderosas, com muito dinheiro, e dinheiro compra tudo… E-Eu queria ter você! Eu quis e tentei tudo que pude! — Ajoelhou-se. — Por favor, me dê uma chance! Eu só peço isso.

Jimin ficou desesperado, tentando se levantar da cama para tirar sua mãe do chão.

— Se levante! Por favor, não faça isso consigo mesma! — Balançou as mãos tentando a fazer levantar. 

Quando ela, enfim, levantou, secou as lágrimas do rosto da mesma com suas mãos pequenas.

— Me desculpe, estou bem sensível… — Fungou.

— Tudo bem, eu entendo. — Confortou. — Isso é tão louco, é surpreendente o tanto que essas pessoas são malucas e terríveis ao ponto de fazer tanta coisa ruim.

— Sim, Jimin, você não imagina o que as pessoas fazem por benefício próprio. — Suspirou.

— Pelo menos, você tem Jihyun ao seu lado. Eu vejo que ele te ama.

Jiguang sorriu amorosa.

— Sim, ele me amou até quando estive louca, sei que me ama ainda, assim como eu amo ele.

Jimin sorriu com as palavras de amor de Guang.

— É lindo isso. Fico feliz que tenha alguém que te ame.

— Sim, eu, felizmente, tenho. Assim como você com os meninos. — Sorriu para ele, olhando para seu rosto.

Jimin praguejou ficando corado.

— S-Sim, como os meninos… — Sussurrou a última parte, como se contasse um segredo.

— Bom... Já que conversamos, podemos chamar os outros? 

— S-Sim, chame, por favor. — Diz Jimin, ainda atônito.

—  Ok, meu bem. — Em um último sorriso, saiu do quarto para chamar os outros.

Continua…

Desculpem a demora de 8 minutos 🤧.
Se houve algum erro de ortografia, por favor, me avisem.
Até logo! ^-^

My Life Is a LieOnde histórias criam vida. Descubra agora