01.02 | Airport

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Marinette abriu a porta do apartamento, esfregando os olhos, os fios escuros de seu cabelo ainda embaraçados. Estava cansada e mal conseguia mater os olhos abertos.

Coçou a testa acima da sombrancelha direita e viu Alya na sua frente com o celular em mãos.

─ Alya, são sete da manhã...

─ Na verdade já é quase meio-dia. O Adrien chega hoje, e o Nino está nos esperando lá em baixo ─ Entrou na casa e a garota fechou a porta ─ Cadê o Luka?

─ Foi terminar a gravação do novo CD da Kitty Section.

Alya fez careta. Realmente não sabia se deveria acreditar naquilo.

─ Vou tomar banho ─ Foi para o quarto, pegou uma calça jeans e uma blusa junto com sua toalha e foi para o banheiro.

Estava com dor de cabeça. A ideia que Alya tinha de que Luka escondia algo, junto com a volta de Adrien naquele mesmo dia estava a deixando nervosa e até um pouco preocupada.

Tinha passado todos aqueles anos sem ver o jovem Agreste e tinha sido mais fácil do que imaginava que seria.

Mas uma pessoa de quem sentia falta era Chat Noir.

Depois de Hawk Moth foi derrotado, o loiro precisou ir embora de Paris. Não sabia exatamente para onde ele tinha ido, mas nunca mais conseguiram conversar depois daquilo e sentia falta do garoto.

Mesmo sem nunca terem descoberto suas identidades, Marirnette sempre confiou muito no gatuno, que, mesmo tendo deixado claro seus sentimentos pela mesma, sabia de seu relacionamento e já tinha chegado até mesmo a perguntar como ela se sentia em relação àquilo algumas vezes e sempre que a garota respondia que estava feliz, ele sorria.

O fato era que a azulada estava com medo do que aconteceria com sua vida depois da volta de Adrien. Tinha medo de que aquilo fosse afetar, de alguma forma, seu namoro com Luka.

***

Marinette passou todo o percurso no banco de trás do carro, o cotovelo apoiado logo ao lado do vidro gelado, - o que causou uma sensação boa em sua pele - e a cabeça apoiada na mão.

A garota observava a vista que tinha da janela enquanto escutava as músicas de uma pasta criada por Nino.

Apesar de seus olhos estarem fixos para o lado de fora do carro, sua mente divagava, alternando entre o passado e o futuro, imaginando o que poderia acontecer e não estava prestando atenção no caminho que o amigo estava fazendo.

─ Nino, eu te disse pra pegar o outro caminho! ─ Alya disse para o namorado assim que ele parou atrás de uma enorme fila de carros ─ Agora vamos ficar presos no trânsito e nos atrasar.

─ Mas ainda tá muito cedo. Calma.

─ Eu sei que tá cedo. Mas eu não almocei e queria comprar alguma coisa antes do Adrien chegar. Eu tô com fome.

Nino riu.

─ Agora vai rir da minha desgraça.

Os carros andavam devagar, o que estava deixando a morena nervosa. Simplesmente odiava ficar presa no trânsito. Para ela, aquela era uma das piores coisas que se pode acontecer com um ser humano. Pegar trânsito seria como uma espécie de castigo.

Quando finalmente chegaram ao começo da fila foi possível ver o motivo daquilo tudo. Um acidente. Acabou que uma moto bateu em um carro e alguns curiosos não tinham a decência de passar reto e passavam de devagarinho para ver o que estava acontecendo, e outros paravam o carro no meio da rua, desciam e iam perguntar o que tinha acontecido - por esse tipo de pessoa Alya nutria um ódio profundo, isso é certeza.

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