Não, é claro que eu não te amo
Mas tentar te esquecer já é lembrar de nós
E se eu lembrar, não me responde
Eu juro, eu não te amo, eu só bebi demais
- Não te amo - Jão - Fones da Camila. 11h40. 30.01.2024
- PERA MOTORISTA! - Eu ando muito distraída desde que comprei esse fone novo, deve ser porque no último nem música eu conseguia escutar, já ia ser o terceiro ônibus que eu perdia no dia.
- Presta mais atenção ao Horário Camila, vou passar na sua mãe pra contar como você tá distraída com esse seu tele móvel. - Essa é a Dona Alzira, Uma Senhora aposentada e muito desocupada que vive pegando ônibus saindo do bairro e indo pro centro da cidade, segundo ela, é pra ver as novidades, mas todo mundo sabe que a "melhor qualidade" de dona Alzira é cuidar da vida. (dos outros)
- Pode deixar que eu vou tentar ser mais atenta. - Tenho que concordar, porque se bater de frente com uma senhora de setenta anos, quem acaba presa sou eu.
Nossa! que tipo de pessoa sou eu?! Quem começa um Livro de Papos assim?
Olá Pessoal! Meu Nome é Camila, tenho 16 anos e sejam bem vindos ao meu LPDFC (Livro de Papos Desastrosos e Fantásticos da Camila) muitas pessoas chamam essa espécie de livro de "Diário" mas não eu. "Livro De Papos" é algum incomum, meio bobo? Talvez, mas não me importo. Não vou me apresentar muito, os leitores interessados nessa história vão ter muito tempo pra conhecer os segredos, defeitos e as muitas qualidades de Camila Martorano Araújo dos Santos Silva (nome grande não é? Eu sei, ninguém queria abrir mão do sobrenome na hora de me registrar)
O ônibus estava lotado como uma lata de sardinha, era tanta gente que se eu esticasse o braço era capaz de ele não voltar mais; e pra piorar, eu ainda estava atrasada pro trabalho. Eu poderia ter evitado tudo isso se tivesse pegado os dois anteriores, mas eu não tenho culpa (na verdade tenho) de perder o ônibus por escutar minha playlist no volume máximo( por isso eu sou meio surda) e não ouvir o ônibus chegando. Eu trabalho como balconista numa cafeteria no centro da cidade, meu turno começa as dez da manhã, já são meio-dia e eu não estou nem perto de chegar na "Café Com Tapioca". Esse é o nome da cafeteria da Dona Amanda, (minha Diachef) o salário não é lá grande coisa mas o consumo gratuito de café para os funcionários é o que me motiva a trabalhar todo dia.
Pra ajudar, o motorista era mais lento que um caracol na pista, aposto que se eu tivesse ido a pé eu tinha chegado mais rápido que com essa lata velha verde descascada, e pelo visto não era só eu que estava incomodada com a lentidão, além de ter que ir na velocidade do senhor caramujo, as pessoas ainda tinham que ir grudadas e suadas no ônibus do meio dia.
- ACELERA AÍ MOTÔ! - Gritou um moço grandão e careca, parecia aquele tipo de pessoa que você evita uma briga a qualquer custo, deve ser difícil sair viva de uma dessas.
- BORA MOTORISTA, NÃO É PRA PASSEAR NÃO, TEM GENTE QUE PRECISA CHEGAR NO TRABALHO! - Com essa moça eu me identifiquei.
Depois de um tempo, o motorista cansado das reclamações das pessoas no ônibus decidiu acelerar e não demorou muito pra que a gente chegasse no centro, foi lá que tudo que estava ruim, começou a piorar.
Nunca tinha descido tanta gente na mesma parada que eu quanto hoje. Parecia que ia ter uma evento importante, mas era só uma terça-feira rotineira. No meio do tumulto, eu decidi descer do ônibus (a decisão mais errada do meu dia) e nisso, meu fone caiu, oque não foi ruim porque a grama da praça amenizou a queda, fazendo com que ele não quebrasse, me abaixei pra pegar mas antes que meus dedos chegassem perto, aquele homem enorme do ônibus pisou nele, deixando meu fone novinho em caquinhos. Até pensei em tirar satisfação com aquele gorila, mas quando vi o tamanho dele vi que era melhor um fone do que uma costela quebrada.
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Entre Papos, Gatos & Café Gelado.
RomanceCamila é uma Jovem de 16 anos que ainda tem muito que aprender sobre a vida mas já sabe de muita coisa, entre uma vida agitada pelas ruas de São Pedro, acompanhe esse romance diário se desenrolar entre as entre linhas.