Planetas

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Oi LPDFC, Já é abril. Especificamente dez de abril, ou seja, o show do Jão é daqui a uma semana e cinco dias. Desculpa por não escrever em você por mais de duas semanas, eu estava “ocupada”. Mas realmente, eu me esforcei na semana de provas e acho até que fui bem (tá, bem já é demais, mas acho que passo, me arrastando, mas passo) e na outra, eu também estava ocupada, só que com outra coisa, ou melhor, pessoa. Mas isso não importa agora, oque importa é que são quase três da manhã e estou acordada bebendo chocolate quente (adoraria um café, mas a cafeína atrapalharia minha tentativa de voltar a dormir) na cozinha com Nala aos meus pés. Insônia? Não. Excesso de Cafeína? Também não. A verdade é que eu acabei de ter um pesadelo ou sonho, eu acho, não sei bem o'que foi, só sei que foi assim:

Um palco enorme, iluminado por luzes coloridas. Uma multidão eufórica canta em coro. O Jão está no centro do palco, sorrindo e interagindo com o público, Eu estava na plateia, cercada por amigos, especificamente AnaLu e Leo, mas estranhamente me sentia deslocada.

— E aí, galera! Estão prontos para mais uma noite inesquecível? - Falou o Jão vestido com aquele conjunto rosa que ele geralmente usa em todo o show.

— Sim! - Todos falaram em coro, menos eu.

— E você, aí no fundo? - Ele falou apontando pra mim - Tá animada para o show?

— Sim, claro que sim! - Tentei sorrir, mas por algum motivo estava com um aperto no coração.

— Vem cá, quero te dar um presente especial. - Ele falou estendendo a mão pra que eu subisse no palco. Por mais algum motivo a eu do sonho recuou por um momento, mas logo foi.

Ele me olhou no fundo dos olhos e falou: — Essa música é para você.

Ele começa a cantar uma música melancólica, sobre amor não correspondido e sonhos quebrados.  Eu ficava cada vez mais feliz, mas cada vez mais confusa. As pessoas ao seu redor a olham com curiosidade e até um certo julgamento. Foi quando eu olhei de volta pro centro do palco e vi, bem ali, Pimenta e o assunto profundo lado a lado, como se quisessem uma resposta.

Depois disso, acordei confusa, e como dá pra perceber, sem sono também.

Queria dormir de novo, mas foi tão real. Como se eu estivesse lá, no show, na frente do Jão, e ele estivesse cantando só para mim. Mas por que ele estava cantando aquela música? Por que eu me sentia tão triste? E o que significa tudo isso?A resposta? Não sei e talvez nunca vá saber. olhei para Nala, que me observa com seus olhos azuis e pupilas dilatadas.

— Talvez você só esteja ansiosa pelo show, né Nala? É tanta coisa acontecendo na minha vida agora... provas, trabalho, o show... acho que estou precisando de um pouco de descanso. - Foi o que eu falei pra ela depois de terminar meu chocolate. Não vou dar muita importância, porque como eu já escrevi a um tempo, Sonhos são coisas engraçadas se parar pra pensar.

Mas… Tá, eu preciso voltar a dormir.

06h30m – Jornal da manhã passando na TV – Sol nascendo no céu.

Tive que acordar cedo pra pedir um pouco de ração emprestada com Dona Alzira já que Simba estava morrendo de fome e eu mais uma vez me esqueci de comprar, minha sorte é que Dona Alzira levanta junto com o sol, às vezes, até antes dele. O Jornal da Manhã fala coisas bobas como as chuvas desregulares, a greve dos médicos no Hospital Jonas Salk (é um hospital bem famoso aqui, mas como não fiquei doente esse ano, não vi a necessidade de falar sobre hospitais aqui) a infraestrutura baixa dada às escolas da prefeitura e até mesmo as preparações para a Páscoa, ou seja, nada que eu me interesse muito. Mas antes de chamar os comerciais, o repórter falou de como o show do Jão anda movimentando a economia de São Pedro, meu sonho voltou na hora, me fazendo cuspir um pouco do café gelado que eu estava bebendo. Comecei a me lembrar de novo do sonho, mas graças ao céus, o comercial da loja de sapatos me fez sair do transe e começar a me arrumar pra pegar minha lata velha de sempre.

Entre Papos, Gatos & Café Gelado.Onde histórias criam vida. Descubra agora