[Tempo para soltar a música definido abaixo no capítulo]
Nas extensas planícies áridas de Kahndaq, onde os ecos da história se mesclam às partículas de areia e os ventos carregam ecos de mistérios milenares, pairava uma serenidade ilusória sobre a terra. Este território, imerso em lendas e enraizado com poderes ancestrais, estava sob o controle da Intergangue, uma organização criminosa de alcance global, responsável por uma série de atentados nos anos subsequentes à Crise Continental.
Seu fundador, Bruno Mannheim, havia estabelecido o sindicato com fundamentos e alianças profundas com Apokolips, fruto de um encontro direto durante a invasão de Darkseid a Zechin. Esta conexão de outro mundo os fornecia uma vantagem estratégica, concedendo-lhes tecnologia alienígena e armas para combater seus inimigos na Terra, além de expandir seu império de medo, ancorado nos dogmas da religião do crime e em decretos extraídos da bíblia do crime.
Tráfico humano interplanetário, comércio ilícito de armamentos e a execução de assassinatos meticulosamente planejados constituíam os principais pilares de sua influência no país, onde haviam fixado uma base, até então, oculta, fortificada e invulnerável.
Até então.
Durante a escuridão da noite, um evento misterioso desativou todas as contramedidas de defesa e desencadeou um ataque surpresa na infame base, cobrindo-a de poeira e derramando o sangue de seus ocupantes. Os corredores, outrora cheios de agentes em movimento frenético, agora ecoavam apenas com os ecos de um confronto devastador. Uma força invasora avançou, buscando recrutar os poucos sobreviventes que ainda restavam. Aqueles que se recusavam a se juntar eram instantaneamente executados.
Entre os destroços e os corpos caídos, erguia-se uma figura imponente que se dirigia lentamente a uma enorme janela, sua silhueta obscurecida pelo brilho externo. Este cavaleiro, cujo nome é proferido com temor e reverência, era conhecido como Arkham Knight. Acompanhado por seus seguidores, os Cavaleiros do Sol, ele se posicionou diante da janela, implacável em sua determinação, com um propósito que transcendia a compreensão daqueles que se opunham a ele.
— Hoje, vocês têm o privilégio de serem resgatados pelos filhos legítimos do Sol. — proclamava Solaris, emissário do Arkham Knight, enquanto perambulava habilmente entre os corpos inanimados. — Não temam, nem se surpreendam. Vocês voaram muito perto do Sol. E agora, tornaram-se um com ele. — concluiu, fixando seu olhar em Mannheim, que jazia acorrentado e ensanguentado, resultado de horas de torturas e golpes.
— Como você descobriu?! Forjamos uma aliança por tantos anos. O que fizemos para merecer isso?! — bradava Mannheim, enquanto o sangue escorria de seus ferimentos e saía em jatos de sua boca. Seus olhos fixavam-se no artefato nas mãos de Solaris — o mais precioso dos tesouros que lhes fora confiado por Apokolips.
— Propósito — a voz de Knight ecoou pela sala, enquanto sua figura se destacava contra o horizonte iluminado pela ampla janela, as mãos cruzadas nas costas. — Cada criatura nasce para cumprir um propósito. — Ele se virou lentamente, o brilho intenso ainda ocultando suas feições. — Às vezes, esse propósito pode parecer impossível de alcançar. — Com um movimento ágil, ele se agachou e agarrou Batwoman pela capa, levantando-a do chão onde ela jazia, exausta e enfraquecida. — Você será chamado de louco, ridicularizado. Vão rir de você. A tentação de desistir, de abandonar essa missão, virá. Mas é inútil resistir; o destino sempre cobra sua dívida. — Com um gesto brutal, ele lançou Batwoman aos pés de Mannheim. — Quando esse momento chegar, você precisa ter a determinação para fazer o que for necessário.
[Ouça, a partir daqui, a música disponibilizada no início do capítulo. É Don't Fear the Reaper, de Tom Rhodes]
Solaris avançou em direção a Arkham Knight, prostrando-se e inclinando a cabeça em reverência. Estendeu-lhe a Caixa Materna, um artefato de essência e proveniência ainda envoltos em mistério. Ao contato com as mãos do cavaleiro, a caixa respondeu de imediato, emanando um brilho ofuscante acompanhado de uma sonoridade nunca antes percebida.
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Beyond Heroes 4: Havoc
Phiêu lưuPresente. Passado. Futuro. As regras foram reescritas. Existe uma linha tênue entre o certo e o errado, traçada por aqueles que operam nas sombras. Enquanto a floresta congelada se ergue, Kyle Vengeance deve enfrentar os fantasmas do passado, desven...