Beyond Heroes 4: Havoc

Capítulo 21: Protocolo

[Tempo para soltar a música marcado no capítulo]

Kyle, agora completamente atento, percebeu que algo estava profundamente errado. Ele olhou para Crystal por um breve momento, como se quisesse protegê-la de alguma forma. Seus punhos começaram a se envolver em uma espessa camada de gelo, prontos para reagir ao menor sinal de hostilidade.

— Você vai nos acompanhar, Zenith. Não cause problemas — o soldado à frente deu um passo à frente, os olhos inexpressivos por trás da viseira do capacete. Outros três soldados se juntavam logo atrás.

Kyle deu um passo para o lado, observando os outros soldados. Ele sabia que não havia negociação ali. Mas também sabia que precisava de respostas.

— Vocês nem se deram ao trabalho de explicar o que está acontecendo. — A voz de Kyle era firme, carregada de uma confiança que ele nem sempre sentia.

O soldado ergueu as algemas, o metal reluzente refletindo a luz artificial do quarto.

— Isso não é um pedido. — A voz continuou fria e impassível.

Kyle franziu o cenho, sentindo a frustração crescer. Crystal se posicionou em alerta ao lado dele.

— Alguém gostaria de se retirar antes que isso piore? — ele rebateu.

O soldado hesitou por um segundo, percebendo que a negociação não iria a lugar algum. Seus dedos se fecharam em punhos, enquanto os outros dois se preparavam para atacar. O clima ficou ainda mais denso, e a luta parecia inevitável.

— Última chance, Zenith. Colabore. — O tom do soldado ficou mais ameaçador.

Kyle sorriu, irônico.

— Ultimamente, não estou gostando muito de seguir ordens.

De repente, o soldado mais afastado ergueu o braço, pronto para disparar um projétil sônico. Crystal, numa agilidade inesperada, saltou contra o peito do soldado, a força do impacto tão intensa que o arremessou pela parede, atravessando-a e desaparecendo no cômodo ao lado.

Os dois soldados restantes avançaram ao mesmo tempo, como se estivessem sincronizados. Um tentou imobilizar o braço de Kyle, que estava envolto em gelo, enquanto o outro tentou aplicar um golpe com a força do exoesqueleto. Zenith saltou levemente para o lado, levantando o joelho em um golpe direto no peito do primeiro atacante, usando a proximidade para diminuir o impacto dos ataques ao seu redor. O segundo soldado tentou agarrá-lo pela cintura, mas Zenith travou seus braços em um rápido movimento de chave, girando o corpo com um impulso e lançando o oponente contra o teto do dormitório

Mais soldados chegaram, mais golpes vieram. Um deles sacou um bastão de choque, tentando eletrocutar o garoto. Ele bloqueou o ataque com o antebraço, resistindo à dor, e, em seguida, desarmou o soldado com um golpe, torcendo o bastão para longe. Zenith usou o bastão contra seu adversário, acertando-o com um golpe rápido na lateral da cabeça, o que o derrubou instantaneamente.

Outro soldado tentou imobilizar Kyle com uma chave de braço, mas ele rapidamente lembrou-se dos movimentos que aprendeu com Canário Negro. Com um giro ágil, ele se abaixou, escapando da chave, e contra-atacou com um gancho de direita certeiro, acertando o queixo do atacante. Sem perder o ritmo, segurou a lapela do uniforme do soldado mais próximo, aproveitando o impulso para girá-lo e arremessá-lo sobre o outro que ainda estava de pé. Ambos caíram com força no chão, e antes que pudessem reagir, Kyle conjurou uma espessa camada de gelo, prendendo-os no chão de forma firme.

Respirando com dificuldade, Kyle passou os olhos pelos corpos desacordados e saiu do dormitório destruído, encontrando Crystal no corredor, ofegante. Ele abaixou-se e passou a mão pela cabeça dela.