Capítulo 16: Knightmare pt. I

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O som estridente do alarme explodiu em toda a Torre de Vigilância. As luzes vermelhas piscavam freneticamente, lançando sombras distorcidas que se moviam nos corredores abarrotados de soldados e metahumanos, cada um tentando entender o que estava acontecendo.

E então, o inesperado. A voz de Alexander Luthor ecoou pelos alto-falantes, fria e calculada, cortando a tensão como uma lâmina afiada.

[A partir daqui, ouça a música sugerida no início do capítulo. É Outerlands, de Damned Anthem]

— Aos que ainda estão em pânico, não se preocupem. Os serviços da Liga da Justiça estão oficialmente dispensados. A partir de agora, esta instalação está sob novo controle. Em memória daqueles que caíram neste... terrível acidente, estou enviando uma garrafa de chá de pêssego. Aproveitem.

A risada que se seguiu foi baixa, cruel, um escárnio que espalhou o caos como gasolina sobre brasas. O som da voz de Luthor foi o estopim que os poucos heróis restantes precisavam para perceber que estavam por conta própria.

Kyle sentiu o pânico crescendo ao seu redor. Metahumanos, que antes mantinham a calma, agora gritavam, seus poderes explodindo descontroladamente enquanto tentavam atravessar as paredes ou forçar as portas seladas. Soldados da Tryon Industries tentavam conter a multidão, mas a situação estava rapidamente fugindo do controle.

Então, veio o segundo golpe: um novo alarme.

— Sobreaquecimento crítico do núcleo de energia. — A voz artificial do sistema soou em toda a Torre. — Sistemas de resfriamento desativados. Início do colapso em dois minutos.

O coração de Kyle disparou. Ele tentou se conectar com sua equipe. Oracle? Nada. Silêncio absoluto. Arkham Knight havia desaparecido no caos, e Kyle estava sozinho, rodeado por um mar de incertezas e perigo iminente. Ele respirou fundo, forçando a mente a focar.

De repente, um som estático surgiu em seu comunicador. A voz familiar e urgente de Ciborgue atravessou o ruído em um canal analógico.

— Todos os metahumanos criocinéticos, dirijam-se imediatamente ao núcleo de energia. O sistema de resfriamento falhou. Temos menos de dois minutos antes da Torre explodir.

Kyle sentiu o peso daquilo. Não havia tempo a perder. Ele apertou o comunicador com força, respondendo com firmeza.

— Estou a caminho.

Enquanto corria em direção ao núcleo de energia, Kyle viu os sinais de uma armadilha perfeitamente montada. As cápsulas de fuga estavam offline, as portas do hangar seladas. Não havia saída. Qualquer um que tentasse escapar teria que enfrentar o vácuo do espaço. Arkham Knight havia planejado tudo, transformando a Torre em uma prisão flutuante prestes a explodir. 

Nos corredores, metahumanos estavam em pânico, usando seus poderes para destruir paredes, tentando em vão abrir um caminho para a liberdade. Mas os sistemas de defesa da Torre ainda estavam ativos. Alguns heróis, desesperados, tentaram forçar a passagem, apenas para serem arremessados de volta pelas barreiras invisíveis que protegiam a Torre do espaço.

A corrida para o núcleo foi uma batalha contra o tempo.

Kyle entrou na sala de controle e o calor era quase sufocante. O espaço era claustrofóbico, com paredes de metal polido que vibravam sob a pressão de sistemas sobrecarregados. Ciborgue estava posicionado ao centro, seus braços metálicos conectados diretamente a um dos terminais, enquanto Cisco trabalhava desesperadamente com as mãos tremendo durante a manipulação os controles.

Kyle sentia o calor extremo ao seu redor, mas avançou para dentro da câmara do núcleo. Seu gelo começou a rachar quase imediatamente, mas ele não tinha escolha. O tempo estava acabando.

Beyond Heroes 4: HavocOnde histórias criam vida. Descubra agora