Capítulo 18: Ruínas

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[A trilha sonora neste capítulo é opcional, sendo esta, utilizada como inspiração para desenvolvimento deste capítulo. A partir daqui, pode ouvi-la, e se possível, mante-la em loop.]

A atmosfera dentro da Torre de Vigilância era sufocante. O peso do luto e da derrota esmagava todos. O ataque devastador havia deixado cicatrizes profundas, não apenas nas estruturas da Torre, mas nas almas de todos os heróis que sobreviveram. Assim que Zenith, Shadow Strange e Andrômeda chegaram à ala médica, o ar já estava carregado de uma tristeza quase palpável. Ao final do caminho, avistaram Artemis e Ciborgue abraçados, ambos com expressões devastadas. Estelar e Mutano estavam sentados a poucos metros, a cabeça de Estelar enterrada nas mãos, o choro dela ecoando pelos corredores como um lamento que se recusava a ser silenciado. Mutano, em um silêncio sombrio, mantinha o olhar vazio, como se a dor o tivesse roubado de qualquer emoção..

— Como ele está? — Zenith perguntou, embora soubesse, em algum lugar profundo de sua mente, o que estava prestes a ouvir. A voz saiu fraca, quase hesitante, enquanto ele apertava os olhos, tentando preparar-se para o que viria.

Artemis afrouxou o abraço em Ciborgue e se virou lentamente para Kyle, com os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar. Ela caminhou até ele e, sem dizer uma palavra, o envolveu em um abraço. O corpo dela tremia.

— Ele... não sobreviveu. — A voz de Artemis se quebrou no final, mal conseguindo pronunciar as palavras enquanto as lágrimas voltavam a escorrer pelo rosto.

Kyle ficou imóvel. O som ao redor dele se apagou, e por longos minutos ele permaneceu ali, sem mover um músculo, encarando o vazio.

A morte de Asa Noturna foi um golpe tão forte que até os mais resilientes estavam desmoronando. E, como se o destino quisesse amplificar o sofrimento, logo veio a notícia de que Batwoman e Capuz Vermelho foram assassinados em Kandaq.

O luto coletivo transformou a Torre em um mausoléu. Heróis vagavam pelos corredores destruídos, rostos sombrios, movendo-se como sombras de si mesmos. Alguns permaneciam focados em ajudar nos resgates e nos socorros, enquanto outros se isolavam, sem conseguir lidar com a magnitude da tragédia. As imagens de seus aliados mortos, os sons dos gritos de socorro, o caos que se seguiu... tudo ainda reverberava em suas mentes.

Zenith, mais tarde, se inseriu no meio disso tudo, ajudando Ciborgue e Artemis a organizar as equipes de resgate. A dor era visível em seus olhos, mas ele não se permitia fraquejar. Ele não parava. Mas o luto estava lá, enterrado fundo dentro de si, esperando o momento certo para explodir.

Além das mortes, as consequências políticas começaram a se desenrolar. Líderes globais, pressionados pela opinião pública e pelo medo, exigiam uma resposta imediata. A confiança nas capacidades da Torre de Vigilância e da Liga da Justiça havia sido destruída, e com prisioneiros perigosos agora livres pelo universo, o pânico se espalhava. Ninguém sabia o que poderia acontecer a seguir.

Nas telas dos poucos monitores funcionais da Torre e em vários smartphones, Jonathan Hyde apareceu em uma coletiva de imprensa global. Ele falava com frieza e precisão, como se tivesse esperado por esse momento.

— Estamos em uma encruzilhada. O ataque à Torre de Vigilância foi devastador, e mais de 397 vidas foram perdidas. Centenas de outras ficaram feridas. É uma tragédia que ficará marcada na história. — Hyde fez uma pausa calculada, seu olhar sério escaneando o público invisível através das câmeras. — A Liga da Justiça, por mais que tenha tentado, falhou em sua missão de proteger o planeta. Mas a Tryon Industries está aqui para garantir que isso não aconteça novamente. Estamos conduzindo investigações internas e, em breve, revelaremos a verdade por trás deste dia.

Os heróis na Torre assistiam em silêncio, alguns cheios de raiva, outros confusos. Hyde continuou:

— Além disso, gostaria de anunciar publicamente que a Tryon está liderando uma pesquisa para desenvolver uma cura para os metahumanos. Sabemos que há controvérsias, mas acreditamos que aqueles que sofrem com poderes incontroláveis merecem uma chance de viver em paz.

Beyond Heroes 4: HavocOnde histórias criam vida. Descubra agora