Capítulo 17 - Sob o céu de Bangkok

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- Me solta! ...Napat... para de me arrastar! - Eu protestava, me sentindo impotente enquanto ele continuava a me puxar.

- Se eu te soltar, você vai fugir. - Ele declarou com determinação, apertando ainda mais suas mãos em torno do meu pulso.

- Não seria uma má ideia. - Retorqui sarcasticamente.

Enquanto eu tentava me soltar e falhava miseravelmente, me questionava: quando foi que ele ficou tão forte?

Antes, durante nossas brigas, eu sempre conseguia escapar de seus golpes, de seus socos e de suas tentativas de me imobilizar na luta. No entanto, agora, ele conseguia me arrastar pela faculdade sem muito esforço, me segurando com apenas uma mão, e eu não conseguia me libertar.

- Você está machucando meu pulso. - Reclamei, sentindo a pressão aumentar em minha articulação.

- Se você parar de se debater, não vai se machucar. - Ele respondeu sem desviar o olhar, mas seu semblante denunciava uma leve irritação, enquanto seus passos firmes ecoavam pelo corredor.

- Para onde você está me levando? - Indaguei, tentando manter a calma.

- Para o estacionamento. - Ele falou sério. - Pare de ser tão certinho e chato, pelo menos uma vez, Covinhas.

- Não dá para parar de ser chato quando você me arrasta feito um louco pela faculdade. E meu pulso está doendo, Napat. - Reclamei, sentindo o calor subir ao meu rosto, tanto pelo esforço em me soltar quanto pela vergonha dos olhares curiosos dos poucos alunos que encontrávamos pelo caminho. E eu agradeci mentalmente por estar em horário de aula.

Meu coração batia descontroladamente de medo. Ele me levava para o estacionamento, mas por quê? O que tinha acontecido para ele tentar me tirar de forma tão determinada da faculdade? Eu não entendia por que ele agia assim, especialmente depois de me ignorar nas últimas duas semanas, como se eu não existisse.

Minha respiração estava acelerada, não apenas pelo esforço físico de tentar me libertar, mas também pela ansiedade que crescia a cada passo em direção ao destino desconhecido. Me sentia como um peão em um jogo cujas regras desconhecia, incapaz de prever os próximos movimentos.

A confusão em minha mente só aumentava, alimentada pelo silêncio determinado de Napat. Seus olhos, normalmente tão expressivos, agora pareciam esconder um turbilhão de emoções que eu não conseguia decifrar. Enquanto atravessávamos os corredores, meu coração batia cada vez mais forte, ecoando a incerteza que tomava conta de mim.

Após eu reclamar, mais uma vez, pelo aperto em meu pulso, Napat afrouxou sua mão. Então, para minha surpresa, sua palma deslizou suavemente até encontrar a minha, envolvendo-a com firmeza.

Fiquei momentaneamente atônito com o gesto inesperado, surpreso ao sentir nossas mãos entrelaçadas. Meu rosto corou instantaneamente, uma corrente de calor se espalhando pelas minhas bochechas enquanto meu coração acelerava freneticamente, como se estivesse tentando escapar do peito. A sensação era tão intensa que todo o sangue do meu corpo parecia ter migrado para o meu rosto, tornando-o tão vermelho quanto uma brasa incandescente.

Surpreso com o gesto inesperado, olhei para ele em busca de alguma explicação, mas seu olhar permanecia fixo à frente, determinado, como se estivesse decidido a cumprir seu propósito, seja lá qual fosse. Apenas um leve sorriso se formava em seus lábios, revelando um misto de confiança e mistério que deixava claro que ele tinha algo em mente, algo que eu ainda não compreendia.

- Ficou melhor agora? - Sua voz soou mais rouca do que o normal, enquanto um novo sorriso, leve e satisfeito, se formava em seus lábios. Desviei meu olhar do dele, tentando ocultar o rubor que certamente pintava meu rosto. Sua pergunta ecoava em minha mente, trazendo consigo uma sensação de curiosidade e incerteza sobre o que mais estava por vir.

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