Capítulo 22 - Medos e Desejos

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- Pran, está tudo bem? - Pat sussurrou, e senti meu corpo tenso em resposta.

- Eu... Eu estou. - Minha voz saiu apressada e trêmula, incapaz de esconder meu nervosismo, enquanto me mantinha imóvel.

- Você está respirando? Não consigo ouvir sua respiração. - Sua voz invadiu meu ouvido num sussurro, preocupada e próxima demais para o meu conforto.

Eu queria gritar que não! Não estava respirando e nem conseguia, pois todo o meu corpo parecia congelado, como se estivesse em êxtase e agonia ao mesmo tempo. Senti seu braço firme ao redor da minha cintura, sua mão quente repousando suavemente em minha barriga, suas pernas entrelaçadas às minhas, e todo o calor que irradiava do seu corpo colado ao meu, como se estivéssemos prestes a nos fundir em um só.

- Pat... - Minha voz escapou em um sussurro trêmulo, incapaz de ocultar meu estado de nervosismo. 

Senti seu corpo tenso às minhas costas, sua respiração quente roçando meu pescoço, e isso apenas aprofundou a tempestade interna que me consumia. Cada batida do meu coração ressoava no silêncio opressivo do momento. Parte de mim ansiava por recuar, por escapar daquela proximidade avassaladora, enquanto outra parte desejava isso de uma forma que me deixava apreensivo. Era como se estivesse à beira de um precipício, preste a me lançar em um abismo.

- Hum... - Ele murmurou.

- Você está... me apertando. - Eu me queixei, sem jeito, sentindo meu rosto ruborizar diante da proximidade.

- Eu já te disse que não vou deixar você fugir, Covinhas. - Ele afirmou, seu tom de voz carregado de determinação.

Conforme ele pronunciava suas palavras, seu abraço apertava mais minha cintura, como se quisesse garantir que eu não escapasse. Era uma mistura de conforto e provocação, um jogo de intimidade que só aumentava a tensão entre nós. Estávamos deitados em minha cama, em meu quarto, e mesmo sendo uma cama de casal, parecia que não tinha espaços sobrando, pois ele apertava seu corpo contra o meu de maneira tão forte que eu mal conseguia me mexer.

Aquela sensação acolhedora de tê-lo deitado ao meu lado era maravilhosa. Nem em meus melhores sonhos eu havia imaginado que um dia aquilo se tornaria realidade, e agora, com ele ali, sabendo que era realmente verdadeiro, era extremamente reconfortante.

 No entanto, seria perfeito se seu membro não estivesse roçando em minha bunda, sua respiração não estivesse tocando minha pele, causando arrepios e perturbando minha sanidade, e se o volume em minha virilha não estivesse reagindo em resposta.

Começava a me arrepender por tê-lo deixado se deitar na cama ao meu lado em vez do sofá. Poderia tê-lo deixado dormir lá, mas achei injusto fazê-lo ficar apertado e desconfortável no pequeno espaço, especialmente considerando que estava com o corpo machucado e dolorido. Além disso, o olhar de pena que ele me lançou quando o avisei de que ele dormiria na sala só aumentou meu desconforto.

Sendo que o problema não era ele, eu tinha medo do meu descontrole. Estava com medo de mim mesmo, porque o desejava há tanto tempo que não conseguia confiar em mim para resistir. Seria capaz de me conter apenas ao dormir ao seu lado? Esses pensamentos ecoavam na minha mente quando vi a expressão de dor dele ao se acomodar no sofá. Sem pensar nas consequências que isso poderia trazer, o chamei para o quarto.

Agora, eu estava ali, deitado, travando uma batalha interna comigo mesmo.

- Já disse que não vou fugir, Pat, mas está calor. - Menti.

- Não está calor, mas eu entendi, Covinhas. Você mente muito mal mesmo. - Escutei sua risada, mas não ousei me virar para olhá-lo.

Enquanto ele se afastava um pouco, senti um misto de alívio e frustração. Por um lado, a distância temporária trazia um certo conforto, mas por outro, era difícil lidar com a evidente tensão entre nós. Será que ele percebia o quanto me afetava? Eu preferia não arriscar descobrir a resposta.

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