Uma Coroa Entre Nós

Capítulo 12

Ando por aqueles corredores imensos a procura de Phillip ou de algum servo particular seu para devolver aquele presente. Enquanto ando por um corredor cheio de quadros antigos e armaduras usadas em guerras penduradas nas paredes daquele corredor vejo Phillip vindo, ele parecia estar voltando de um treinamento com espadas, e então ando mais depressa para acabar logo com isso.

- Phillip! Preciso te devolver uma coisa.

- Ah, Emma, ta fazendo o que por aqui? Quase ninguém passa por esse corredor.

- Eu estava te procurando para te dar isso - Digo enquanto estendo a mão com o pacote com aquele kit de artes perfeito mas que não poderia aceitar.

- Mas isso é seu! Eu te dei de presente, não quero de volta.

Essas palavras saem como um soco no meu estômago ao ver seu olhar confuso para aquele pacote e para mim.

- É lindo, mas eu não posso aceitar. Sei qual foi sua intenção com esse presente, mas infelizmente não posso aceitar, não quero problemas com ninguém por aqui.

- E que tipo de problemas isso te traria - Ele diz levantando o pacote ainda embalado.

- Você não entenderia, e não sei se seria prudente da minha parte expor o motivo.

Ele não diz nada, só abre uma das portas daquele corredor e me puxa pelo braço para dentro de uma sala. Estava um pouco escuro lá, ela parecia não ser usada há algum tempo. Em uma das paredes tem prateleiras enormes de livros e em outra um mapa enorme, no meio da sala tem uma mesa com um mapa aberto com alguns alfinetes para mapa em algumas regiões. 

- Que lugar é esse? - Pergunto dando olhando ao redor.

- É uma sala de guerra, mas isso não importa agora - Phillip estava de um modo como nunca o vi antes, estava sério e parecia tenso- Que tipo de problemas esse presente te traria? Disse que se houvesse problemas poderia fala comigo.

- Não é nada de mais, é só... Você sabe como a Cristin é, as vezes ela extrapola.

- Ah Cristin, sempre você - Ele pensa alto com uma de suas mãos na testa - Ela sempre foi assim, não se preocupe se algo acontecer por causa disso, eu posso conversar com ela e resolver tudo.

- NÂO - Grito por impulso e ele se assusta - Não, por favor isso seria muito pior. 

- Emma, você é a MINHA convidada, é de dever de todos a tratar bem, e ela sabe muito bem disso, é um de nosso princípios, sei que ela não liga para eles, mas se o que ela quer é uma cadeira alta, ela vai precisar entender isso - Ele se vira, e passa as mãos na cabeça preocupado o que bagunça os seus cabelos levemente ondulados e pretos - Se eu pudesse evitar de passar a minha vida ao lado dela, eu faria qualquer coisa - Ele fala com si mesmo e então se vira para mim novamente, olhando para aquele pacote.

- Você parece aflito quando fala do seu casamento.

- Infelizmente eu não posso mudar isso, minha mãe deu essa ideia para meu pai antes que ele morresse, e agora a nossa aliança com um dos nosso maiores aliados se sustenta com esse bendito casamento, Cristin não é exatamente aquilo que eu planejei em ter em minha vida, mas ela agora faz parte dos meus planos e eu não posso fazer nada - Ele olha para baixo e em seguida para mim - Por isso não me importo de ter problemas com Cristin. Pegue isso é seu - Ele estende o pacote.

- Phillip, eu sei que vocês não se dão muito bem, mas não quero que meu nome esteja entre vocês - Digo me afastando um pouco, mas ele dá um passo para frente.

De repente, ficamos ali em silêncio, um silêncio que parecia infinito e começa a me constranger. Mas finalmente Phillip fala:

- Vejo que seu relacionamento com Cristin está te aborrecendo... Vou pensar em algo para te livrar um pouco dela - Enquanto ele fala é quase impossível esconder meu alívio e felicidade - Mas, enquanto isso, esse presente é seu e eu não aceito devoluções, não te trouxe aqui para fazer o que não gosta, te trouxe para te ajudar, e quero que você faça o que ama com esse presente - O sorriso no rosto dele é sincero - E você está me devendo uma coisinha não se lembra?

- Com certeza você pode arranjar pinturas lindos traços lindos e finos, bem melhores que os meu rascunhos - Digo sorrindo, porém indignada que ele nunca esquece esse pedido e estou "devendo".

- Posso sim, mas eu quero algo diferente, e vindo de alguém que realmente conheço.

E aquele silêncio paira no ar novamente e em minha mente brigo comigo mesmo "Que coisa Emma fala alguma coisa, sai, grita, faz alguma coisa".

Ele insiste novamente e coloca o kit de pintura em minhas mãos e se aproxima.

- Emma, não se prive por causa do que as outra pessoas vão falar, seja você e faça o que te faz bem, ok?

- Tudo bem, obedeço duas ordens - Digo brincando, o que o faz sorrir.

E então aquela sensação de que o tempo parou ao nosso redor aparece de novo, Phillip desfaz o seu sorriso e de repente não sei mais o que sua expressão quer dizer. 

Ele simplesmente começa a se aproximar, e meu coração dispara, e fico na torcida de que seja apenas um abraço, fecho o olho na esperança de que o ditado "O que os olhos não veem o coração não sente" realmente funcione ou eu acabaria tendo um  ataque cardíaco.

E quando menos espero, sinto seus lábios no meu e sua mão envolvendo minha cintura, o que faz as minhas bochechas ferverem. Não tenho muitas experiências com beijos, mas esse foi diferente, o seu toque era delicado, digno de um príncipe. Não resisto e o correspondo.

Como estava de saída, estou praticamente entre a porta e ele, o que me faz sentir seu corpo mais próximo do meu como eu nunca havia sentido. E o medo de que alguém aparecesse e de repente eu fosse morta, ou algo tipo surge o que me faz o afastar de súbito.

- Desculpe - Ele diz se afastando.

- Eu preciso ir, disse as meninas que não demoraria - Digo enquanto olho fixamente para aquele pacote, e então tomo coragem e olho para ele - Até logo - Faço uma reverência e saio daquela sala reaprendendo a respirar, enquanto tento não me perder naqueles corredores, por estar pensando demais.