Roier estaria mentindo se dissesse que esperava aquele convite, suas suposições mais arriscadas não foram muito além de uma caminhada pela costa da cidade.E ainda assim ali estava ele, em frente à porta cinza da casa de Cellbit, esperando com um sentimento misto o loiro atender a campainha. O céu laranja aquarela já começava a transformar-se num azul escuro enquanto as nuvens carregadas davam as caras.
Quando o brasileiro abriu a porta aparecendo com as roupas amassadas, cabelo bagunçado e feição sonolenta, Roier entendeu o motivo da demora.
Também percebeu os arranhões pelo rosto e braços, as marcas vermelhas e até um pouco roxas, mas preferiu não falar sobre pois já sabia a origem delas.
— Perdi o horário. — O loiro murmurou, passando a mão pelos cabelos para tirá-los do rosto.
— Nem imagino o porquê. — Devolveu com sarcasmo.
Cellbit franziu levemente o cenho, entretanto não falou mais nada, apenas dando espaço para que Roier entrasse.
Era inevitável observar a decoração da casa, enfeites caros, um lustre rústico, pinturas que por mais que parecessem simples deixavam o claro recado de que custaram muito dinheiro, era realmente admirável.
Sabia que o loiro era bom de condição, mas não imaginava o quão simplória aquela afirmação estava sendo.
— Vem, podemos conversar na cozinha enquanto preparo um café.
— Certo.
Acompanhou o loiro silenciosamente, continuando a observar a decoração da casa.
A cozinha não deixava a desejar em relação ao restante, era enorme, luxuosa e também gritava “dinheiro” em cada objeto e eletrodoméstico ali presentes.
— Tudo muito bonito, não? — Cellbit disse, aparentemente percebendo o olhar analítico de Roier — É a forma que meu pai tem de lidar com as frustrações dele, ganhar e gastar dinheiro.
— Acha isso ruim?
— Não, isso me beneficia. — Respondeu sincero.
Roier balançou negativamente a cabeça, sentando-se em uma das cadeiras à mesa de vidro.
— Por que você iniciou aquela briga? — Perguntou direto, evitando se distrair mais.
— Não iniciei ela. — De certo modo, realmente não.
Roier se ajeitou na cadeira, buscando olhar para o loiro que mexia na cafeteira num armário distante de si.
— Você entedeu.
— Entendi sim. — Deu uma risadinha ao fim da frase, deixando o mexicano confuso — Fiquei sabendo que o pessoal foi suspenso, sinto muito por você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desafeto - Guapoduo
FanfictionqRoier tem uma vida escolar quase perfeita, notas altas, capitão do time de futebol americano, muitos amigos e uma ótima reputação. Porém as coisas começam a dar errado quando o mexicano se interessa pelo mais problemático e ao mesmo tempo querido d...