I - Homem do século 21

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 TAEHYUNG


O que as pessoas têm em comum? Eu diria que todas elas estão em busca de uma grande história romântica. Algo que conforte seus corações e noites solitárias.

Porém, no meu caso — Eu estou na contramão. Literalmente falando — Em vez de correr na direção do amor, eu estou correndo atrás dele. E me precipitei criando algumas regras básicas para evitar qualquer acidente que aconteça no meio do caminho.

A primeira regra é: Nunca mentir. Deixo muito claro as minhas intenções.

A segunda regra se baseia em: Não conviver, dormir junto, viajar, levar na minha casa nem pensar. Esquece.

E a regra número três, a mais importante: Não deixar durar mais do que três meses. Esse é o tempo médio para que a paixão começa a surgir. E nunca, nunca deixar chegar aos seis meses, que é quando nasce o amor.

E vai por mim, essas regras nunca falam. Eu estudei muito para poder ser um solteiro profissional.

Assim como tentar agradar meus adoráveis amantes. Portanto, aqui estou eu, mais uma vez terminando um caso casual.

Na academia, conheci um cara interessante e elástico. Fazia muito sucesso por lá com o seu macacão justo e preto, ora fazendo exercícios, ora montado em alguém. Usava luvas, mas antes eu não tinha visto anel algum nos dedos dele.

Eu fui enganado.

É estranho, pois ele é nove anos mais novo que eu, e há uma parte de mim que pensa: Por que estou discutindo? Sou um cara solteiro. Mereço ser respeitado, afinal. Depois de termos preparado juntos um almoço delicioso, depois de uma noite calorosa... Mas por outro lado eu consigo entender toda a sua fúria. Realmente entendo.

Raios de sol se entrecruzam no céu azul e calmo de Seul. Termino de mascar o chiclete, cuspo para longe.

Toco a campainha de uma porta branca e suja com a maçaneta quebrada. Nenhuma resposta. Olho através das janelas, que estavam bloqueadas por persianas verde-claro que pareciam se mover lentamente pela fresta do vidro, sem pensar no impulso, empurro para o lado e entro na casa.

Alguém estava arremessando frutas e porta retratos ao vento com certa violência.
Um homem magro eclético, de cabelos longos pretos e opacos, vinte e tantos anos, estava descalço no tapete marrom, usando uma calça apertadíssima branca e uma camiseta manchada.

Demorou um tempo para saber que minha presença era o motivo de toda aquela revolta.

Ah, droga.

Acho que sei o que aquele maluco vai falar agora.

— Ele é o marido … ex, agora.– Seojoon afirmou, apontando para a fotografia despedaçada no chão, enquanto amarrava o cabelo para o alto da cabeça.

Paraliso sentado na cadeira. Aquele confissão atingiu meu estômago como um soco. O homem da fotografia era nada mais e nada menos do que o chefe da rede de TV, vestindo seu terno risca de giz.

— Seu marido?

Engulo em seco com tanta força que quase engasgo. Le Seojoon, professor de ginástica da academia que eu frequento, ou melhor agora dizer que frequentava. Ele estava de licença por dois dias, supostamente com gripe, mas na verdade porque tinha sido pego fazendo oral em um de seus alunos.
A propósito, o aluno era eu.

— É verdade. - respondeu Seojoon de imediato. - Por que fizemos aquilo. Estamos nisso há meses, meu marido não quer mais morar aqui comigo…

Eu interrompo:

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