Código Azul

III - Pedido

TAEHYUNG

Organizei os talheres impecáveis com etiquetas também impecáveis. Eu me sentia bem ao colocá-las sobre a mesa de minha mãe. Do jeito que sempre fazia quando realizavamos almoços nos finais de semana. Era sábado.

— Vocês ficaram sabendo que a senhora Mong está saindo com um garotão? Que horror. Estão comentando que poderia até ser um filho dela… - comentou minha irmã com os olhos vidrados na tela do celular com a fofoca que acabou de saber. Por sua careta tão forçada, fizeram suas sobrancelhas formarem um perfeito U na testa.

— E qual é o problema, Hyuna? Isso é completamente normal nos dias de hoje. Idade não significa prazo de validade, filha. - defendeu minha mãe com um pedaço de bolo nas mãos.

— Você acha tudo normal, mamãe. Não dá pra dialogar com você. - ela disse. Ficou sentada com as mãos cruzadas sobre a mesa, encarando o relógio da chanel rose novo.

Mamãe revirou os olhos.

— Você não perdeu o hábito de falar da vida dos outros… - comento para ela.

— Quer que eu fale do quê? - retrucou ela, ficando na defensiva. Era fácil demais irritá-lá. - Da minha vida? Eu não vou falar por aí da minha vida. Só se eu estivesse louca.

Taemin chegou de mansinho, concordando com a cabeça. Hyuna o interrompe:

— Viu só. Taemin concorda comigo.

Fecho a cara.

—Ele não concorda nada. Ele não é careta que nem voce. Pelo o que me lembro muito bem, Taemin saiu do armário bem antes de mim. - estalo os dedos e encerro o assunto.

Silêncio. Da parte das mulheres, papai e eu já havíamos conversado sobre a preferência dos filhos assumidos.

— Eu não sou CARETA! - retrucou ela, pisando duro.

O lado bom de ter uma irmã mais velha, convencida de que o mundo inteiro gira Em torno de seu umbigo, cheia de si é que isso tira a pressão. Kim Hyuna sempre foi a melhor dos filhos. Mas agora ela pensa que não é mais tão
perfeita, e a pressão cai sobre mim.

— Parem de discutir entre vocês. - mamãe ergueu as mãos em rendição. - Será que eu não posso ter um minuto de paz?

— Vamos logo tirar essa foto antes que a “balenina” devore o bolo todo. - murmuro provocativamente, já cansado de ficar segurando a câmera do meu celular.

— Me chama assim de novo e eu vou arremessar essa mesa em você!

Kim Hyuna. É a diretora de hotéis mais famosos e tradicionais. Ela é a minha ruína e também irmã mais velha. Não sou o único filho homem. No entanto, ela se esforçou muito para não fazer de mim o centro das atenções na família, por ter nascido por último, surpreendendo meus pais com a sua novidade Está noiva. E agora que está ocupada planejando o casamento de seu sonhos infantis, eu terei que passar a temporada junto com eles. Não que deteste a minha linhagem. Só acho desnecessário esse lance de: Vamos "viver" felizes para sempre e precisamos contar isso para as pessoas!

Esse é o tipo de conversa que já tive mais de 350 vezes (mais ou menos) desde que ela voltou para casa:

Meu pai disse: Não acho que seja esquisito casar agora. Vamos ajudar minha preciosa Hyuna.