IV - Meu tipo ideal

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TAEHYUNG

Eles dizem que eu preciso me casar. Acham que já me deram o tempo suficiente. E essa é a última chance que minha família está dando para mim. Um casamento.

Um gay talentoso, de uma família rica e não muito conservadora. Definitivamente fora do meu nível... Droga! Eu realmente preciso parar de pensar em coisas assim. Mas não ando tendo muitas escolhas.

As pessoas passam a vida inteira procurando pelo amor. Mas como confiar numa coisa que pode acabar num piscar de olhos? Isso é loucura disfarçada. Sou traumatizado nesse assunto. Por isso tenho uma voz ativa. Quando penso no amor, é nisto que acredito: Nada dura para sempre.

E quando acaba. Puft! É como se nunca tivesse existido.

No Namhee, um bar descolado em Seul, em Myeong-dong, escondido em um andar aparentemente vazio sobre um estacionamento para motos. Ao chegar, você dá de cara com uma escadaria que leva ao que mais parece o cenário de "Mad Men", com direito a um balcão que toma toda a extensão do salão, poltronas de couro robustas na frente e mestres da coquetelaria elegantes atrás.

Não há praticamente mais nenhum cliente e os três empregados que estão atrás do balcão parecem bastante entediados.

Pego um dos bancos. Yohan, o garoto que serve as bebidas, põe duas bolachas de papel diante de nós e tira o nosso pedido.

O barman me serviu uma cerveja Imperial Stout e, em seguida, preparou outro drinque pedido por Namjoon, que é feito com tequila e soda limonada.

- Cortesia da casa, bonitão. Espero que goste.

- Adorei o seu novo bar. - comento, não resistindo em dar uma boa olhada. Aquele sempre foi um lugar tão especial para Namjoon. - Antes que eu esqueça, diga pra seu amigo ali, que ele não precisa me oferecer bebida de graça.

Namjoon ri e balança a cabeça.

- Esse é um tratamento de cortesia para o nosso cliente favorito. - Namjoon exclama e me cumprimenta. Yohan pisca para nós dois. Passo meu cartão de credito.

- Por favor, eu insisto - digo, tentando de novo.

- Como se você pudesse me forçar com isso eu insisto. É uma regra. - explica Namjoon com os braços apoiados sobre o balcão. - Nenhum cliente sai sem pagar por sua bebida. Exceto você. Agora, saboreie sua cerveja com um bom menino.

Namjoon bebe o seu coquetel.

- Obrigado. - Agradeço alisando meus cabelos. Não deveria me preocupar, mas poderia me culpar por estar abusando de sua generosidade.

Conheci o Namjoon durante o colégio. Comecei a minha carreira artística lá, e ele, histórias na Universidade Brown, cujo campus é contínuo ao da minha faculdade. Namjoon progrediu rápido e teve de se especializar em dar aulas, mas o dinheiro lhe faltou e decidiu ser dono de um bar e melhorar as noites de pessoas como eu. Esse cara é impressionantemente independente. Dono de três bares pela região. Não digo isso por sermos amigos de longa data, mas por sua personalidade correta.

Ele é realmente muito bom em conversas sinceras e doses de tequila agradáveis ao paladar. Cabelo escuro, olhos castanhos, queixo quadrado, só não possui o meu charme.

- Então, quer dizer que você foi sincero, e ele lhe deu um tapa? - pergunta-me Namjoon com a testa ligeiramente franzida. - Ah, isso só pode ser brincadeira.

-Fiquei com medo de ele me ameaçar com um de seus cachorros. - brinco, Namjoon sabia do meu pavor por cães com mais de 1,50 cm.

-Essas pessoas estão tão apegadas ultimamente, você sabe.

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