II - Um novo emprego

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JOHNY

Estávamos numa mesa reservada do Collin 's Bar. Decidimos sair para comemorar em uma noite fria no meio de maio. Ainda não estávamos livres do inverno.

A regra é clara. Nunca deixe um homem sozinho no bar, à procura de uma bebida grátis.

— Feliz aniversário, atorzinho. Te desejo sucesso, felicidades e juízo. E que este seja um excelente ano para você.

— Hyung… - comecei, usando a palavra que os irmãos mais novos usam para os mais
velhos. - Vai ser bom.

— Eu te amo.

— Também te amo, Jin-Hyung. - concordo com a cabeça, erguendo nossas bebidas para brindarmos juntos.

— Tá legal. Seguindo a nossa rotina. Esse final de semana vou estar em casa, meu treinador se mudou para o México.

— Ótimo. Vou ter alguém para lavar minhas roupas.

— Nem mesmo a bebida mais forte é capaz de espantar a sua preguiça.. - retrucou ele me olhando severamente. - Saúde!

— Não vou me deixar levar por isso.

— Essa frase combina muito com você.

— Eu posso não ter nenhum "admirador" nesse momento. Mas eu ainda tenho muito tempo… - Não consegui terminar.

— Ah, cala logo essa boca. - ele apontou para a cobertura de morango quase inexistente. - Acende o bolinho e vira esse copo.

— Você comprou para mim? - perguntei.

— É, foi eu sim.

— Obrigado, isso foi muito legal da sua parte.

— Foi um prazer. Eu conheci um cara chamado Hyu, ele disse que consegue uma vaga para você na construção que ele trabalha. Só precisa ligar para ele.

— Mais uma cerveja. Por favor, traz também um daqueles bolinhos salgados com molho picante. Obrigado. - agradeço molhando a garganta.

— Você me escutou? - Jin arregalou os olhos, irritado.

— Eu odeio aqueles uniformes. - reclamo, dando outro gole.

Jin fechou os olhos e esfregou as têmporas.

— Quer dizer que você não vai nem ao menos tentar?

— Manda um beijo para o Hyu, mas eu não preciso da ajuda de vocês, se querem saber. - brinco, esfregando meu cabelo.

— Ou você liga, ou vai trabalhar junto com o garoto frango do restaurante Mega Chicken.

Bufo.

— Não.

— Excelente. - Jin me ignorou facilmente. - Vou passar lá no restaurante amanhã de manhã. Parabéns para você, Johny. Sopre a vela e faça um pedido. E não desperdice seu tempo com homens.

— Olha só quem está falando! - rebati, com minhas sobrancelhas franzidas.

— Estou falando sério. - disse ele. E, depois de um momento, acrescentou. - Precisamos de um apartamento melhor, um trabalho, comida, uma bicicleta nova para eu deixar de ser o seu motorista particular. Um trabalho que…

— Falou "trabalho" duas vezes. - o corrigi na hora. - O aniversário é meu e os desejos também. Está bem?

— Não os desperdice. - disse ele, Havia honestidade em sua voz, algo que eu gostava, e muito; era uma apoio e um lamento. Era gostoso ser cuidado, mas às vezes era sufocante.

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