JOHNY“Aluno recém-formado da escola de teatro SANTA, saindo à noite com um completo desconhecido! ”
Imagino qual seria a foto de mim escolhida para representar-me quanto a legenda caótica deslizar pela TV. Meu corpo poderia ser encontrado em alguma floresta, ou se tivesse sorte, em alguma rodovia deserta pela madrugada.
— Jin? - espero uma resposta. Retiro a espuma que escorria pela testa. Nada. - Jin Hyung! A água acabou!
— Eu sei. Deve ser por que alguém se esqueceu de pagar as contas esse mês. - gritou ele de volta da cozinha.
— Meu Deus, eu me esqueci. Prometo que vou amanhã mesmo ao banco negociar!
— Você falou o mesmo no mês passado.
— Isso não importa agora. Tenho que sair daqui a algumas horas. Como vou sair assim?
— Acho que ainda tem um pouco de gel no armário. Capriche no penteado, garotão!
Encaro-me no espelho do banheiro, frustrado. Eu tinha acabado de sair de um banho mais rápido que já tomei. Volto para o quarto vendo o meu celular carregando em cima do criado mudo dali. Eu precisava me arrumar. Jin sabia que eu iria sair e deixou uma quantia de dinheiro ao lado do travesseiro caso eu precisasse. Procurei por uma roupa em meu armário. Penso que eu teria que estar apresentável.
Jin estava envolto na pequena cozinha, as costas largas e descobertas viradas para mim. Seu cabelo castanho estava na nuca, havia aparado no banho há minutos atrás. Observo escoltado na porta, ele amava aquela cueca da Calvin Klein. Imaginei que provavelmente a marca deveria patrociná-lo de vez por seu uso de peças íntimas.
Falo logo para quebrar o silêncio.
— O que está queimando dessa vez? - inclino o nariz para tentar reconhecer o cheiro.
— Já ouviu a expressão “bem-passado”?
— Quer dizer “Torrado”? - solto um riso.
— Isso aqui é o alto da gastronomia. - Jin defendeu, colocando a salada de pepino fresca por cima. - Servido?
Faço um bico.
— Porque não troca esse pedaço de cueca primeiro. - Sugeri a ele.
— Ora, eu estou na minha casa! - rebateu com a voz acetinada. - E essa aqui foi presente.
Reviro os olhos.— Nossa… de verdade, um presente bem provocante. - Torno a me queixar. Queria que meus futuros amantes me dessem presentes assim também.
O som da comida queimando, despertou Jin. Mas agora ele tinha palavras na ponta da língua.
— E então? Onde o atorzinho vai nesta hora? - perguntou ele sem se virar.
Olho para o relógio. Vejo como eu chegaria atrasado se demorasse.
— Em algum restaurante perto da linha do metrô, sei lá. - Na verdade, eu sabia exatamente onde era o lugar pelo nome da localização, pelo bairro ser conhecido por só gente de “categoria”, como Jin chamava os que possuíam mais dinheiro do que nós dois juntos. Se bem que não é tão difícil encontrar alguém melhor financeiramente do que nós. Enfim, era um recente sinônimo para sofisticado, mas não queria piorar mais as coisas por aqui. ‐ Se quiser que eu fique hoje à noite…
— E perder a diversão? Você não se recusaria nem se fosse obrigado a isso.
— Quer vir comigo? Talvez ele goste. De ser ousado e pague mais caro.
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Código Azul
FanfictionJohny é um jovem ferozmente independente e de mente forte, com um alto senso de autoestima. Um astro do teatro musical. No entanto, devido a algumas intervenções decorrentes acaba tendo acumulado algumas dívidas durante os anos. As coisas pioram qua...