CATERINA
Me afasto de John rapidamente ao escutar um pigarro forçado bem próximo de nós, nos tirando da bolha confortável que tínhamos criado nos minutos seguintes a nossa conversa, nos trazendo de volta a realidade e por fim prestando atenção no que acontecia ao nosso redor, olho para o lado vendo uma garota nos olhando de forma repreensiva.
-Aqui não é um lugar para você estar Shelby! Diz com certa aspereza, olhando para o garoto que devolve o mesmo olhar de desprezo para ela.
-Eu posso estar onde quiser Stanford! Contradiz em sarcasmo e sei que se não o tirar dali as coisas podem ficar piores, já que a garota que o olha como se todas as coisas ruins que aconteceram em sua vida fosse culpa dele, e de certa forma a entendo já que seu pai foi morto há alguns anos e boatos que se espalharam pela cidade, foi que o senhor Thomas quem foi o mandante, já que ao que parece o pai dela era um dos envolvidos no ataque contra ele a qual custou a vida de sua esposa Grace Shelby a qual na época estava grávida. Então a garota criou uma aversão enorme contra todos os membros da família de John.
-Desculpe! Falo pegando minha mochila e seguro a mão de John o tirando dali antes que as coisas fiquem piores. No caminho para nossa turma acabamos por encontrar o senhor Arthur junto ao diretor. Sinto um certo nervosismo ao ver os dois juntos, tendo a noção do motivo para o Shelby mais velho estar ali.
-Olá Caterina! Cumprimenta-me com um sorriso gentil, e o comprimento de volta sorrindo nervosa, olho para o homem ao seu lado, que tem um olhar severo sobre nós e agarro o braço de John logo após dando um passo para trás quase me escondendo atrás dele, ficar perto desse homem me trás lembranças ruins, desde o nosso último encontro em sua sala.
Há alguns dias atrás, o diretor me chamou em sua sala para termos uma conversa em "particular" sobre o que tinha acontecido no dia em que John agrediu Charlie e mesmo lhe relatando detalhadamente o que seu filho vinha fazendo comigo durante anos o homem não mostrou nenhum pouco de empatia, ao contrário disso, ele a todo tempo ficou tentando justificar os comportamentos inconsequentes do filho e até pondo a culpa em mim mesmo que indiretamente pelo bullying que seus filhos e amigos praticavam comigo.
"É só uma brincadeira, seu noivo não precisava mandar meu filho para o hospital por causa de uma besteira" foi o que ele disse, mesmo eu o contradizendo que humilhação pública nunca foi e nunca será considerada uma brincadeira.
Mas o homem parecia não se importar com o que eu lhe dizia, apenas continuou tentando fazer-me me sentir mau pelo o que havia acontecido com seu filho e até mesmo cogitou a ideia de que eu estava me aproveitando do meu envolvimento com a família Shelby para fazer com que John se vingasse do seu filho em por mim.
O olhei perplexa, pois seus filhos fizeram maldades e humilhações comigo por anos e nunca abri a boca para falar nada e agora ele estava jogando o papel de vilã para cima de mim. Tomei um grande fôlego para tentar controlar o nervosismo e raiva e lhe disse que eu não precisaria me vingar do seu filho, já que segundo ele, Charlie estava apenas brincando comigo, brincadeiras essas que acabavam comigo me escondendo no banheiro chorando humilhada e machucada depois da "brincadeira maldosa", então ele podia encarar a agressão como uma brincadeira também, já que o mesmo dizia que tudo não passava de uma brincadeira de adolescentes.
Ele acabou me olhando com tanto ódio que me encolhi na cadeira, pois aquele tipo de olhar era o mesmo que meu pai me dava antes de me bater. E como meu pai, ele também o fez, acertou um tapa em meu rosto me deixando perplexa, depois que o choque do que tinha acontecido amenizou levei minha mão até o rosto onde ardia pela força da bofetada. E então apenas me levantei e sai da sua sala direto para o banheiro, meu olhos estavam transbordando quando olhei no espelho vendo a marca da mão do diretor estampada em minha bochecha, eu ainda não podia acreditar que ele tinha me batido justamente por voltar a mesma palavras que ele me disse em relação ao bullying. Fiquei trancada no banheiro até o fim da aula e fui até a sala buscar minhas coisas, encontrando Samanta andando de um lado a outro enquanto ruía as unhas. Ela perguntou-me onde estava e me sentei contando a ela o que havia acontecido na sala do diretor e vi os olhos azuis cintilarem em ódio e foi uma luta para convencer-la a não fazer nada em relação aquilo, ela tomou um longo fôlego e afirmou ainda contrariada e saímos da sala depois que ela checou que não tinha mais ninguém nos corredores.
Depois daquilo, o diretor tentou falar comigo algumas vezes e eu apenas fugia dele, não queria vê-lo, ouvi-lo e muito menos sua aproximação. Samanta a todo tempo ficava comigo quando o homem tentava se aproximar e confesso que ela é bem parecida ao irmão quando está com raiva de algo, pois sempre que o homem se aproximava ela o olhava com tanto ódio que até eu me sentia intimidada.
Ela pediu para que eu não escondesse sobre a agressão do seu irmão, pois as coisas seria muito mais difíceis se ele descobrisse pela boca de outra pessoa, John é muito protetor com as pessoas de sua família e que essa proteção fica muito mais severa em relação a mim, e por isso eu devo sempre contar a ele se algo ou alguém me incomodar.
E eu não queria aquilo, eu não queria aprofundar mais sobre essa história, só queria esquecer e continuar meus estudos tranquilamente e ainda mais pelo fato de eu ser bolsista e se acaso algo acontecer, será prejudicial somente a mim já que o diretor poderia alegar e dizer que eu estava mentindo. Então achei melhor não falar nada para John, será melhor para nós, será melhor para mim.
- Vocês deveriam está em sala de aula! O homem repreende me tirando das lembranças nada agradáveis.
Olho para o diretor que continua a nos encarar com desgosto, me solto de John tomando alguma distância dele e o homem apenas nos manda ir para a sala e apenas afirmo segurando a mão de John o puxando comigo, mas ele segura o braço do diretor assim que passamos por ele e sussurra algo para o homem que fica tenso, o puxo com um pouco mais de força querendo sair logo dali antes que alguma coisa aconteça e ele apenas se deixa ser guiado por mim.
Antes de entrar na sala eu paro ficando de frente para John e o encaro nervosa.
-Por favor não faça nada! Imploro para ele que respira fundo e segura meus braços, fazendo um pouco de pressão e desce as mãos cuidadosamente pela extensão dos mesmos até alcançar minhas mãos trêmulas. -Sei que Samanta te disse o que aconteceu, mas por favor John, não faça nada, pois irá me prejudicar!Tento persuadi-lo, o que claramente não funciona, pois seus olhos azuis cristalinos estão agora totalmente escuros, e sua pele toma um rubor forte demonstrando sua raiva, a veia centralizada em sua testa pulsa e ele dá um passo para trás se afastando enquanto respira fundo.
-John?. O chamo tentando me aproximar, ele apenas nega e abre a porta da sala acenando com a cabeça para que eu entre. -O que irá fazer? Indago com medo e ele me olha por um tempo, tocando meu rosto ele se aproxima deixando um selar em minha testa.- Irei resolver esse assunto! Informa e fico tensa já tendo percepção do que ele quis dizer com aquilo, tento intervir, porém ele apenas se limita a negar e com gentileza me conduz para dentro da sala e fecha a porta. Viro-me para a turma vendo todos me encarando em silêncio e me movo para meu lugar me sentando ao lado de Samanta, que me olha indagativa, suspiro abanando a cabeça em negação e um brilho de entendimento reflete em seus olhos.
-Seu futuro marido irá fazer merda! É a única coisa que ela fala e depois presta atenção ao que o professor fala e eu apenas fico com o coração acelerado de nervoso.
-Droga John!. Resmungo baixo em angústia.
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A noiva de John Shelby
General FictionOnde Caterina é uma adolescente traumatizada por causa da vida cruel em que leva nas mãos de seu pai. John é um Shelby a família que tem um nome de grande prestígio na cidade de Birmingham. Caterina se torna a obsessão de John Shelby desde quando e...