Capítulo 10

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                          Caterina

Desço as escadas enquanto seguro firme a mão de Liam e ao chegar na sala vejo meu pai e Lila ao seu lado colocando uma compressa de gelo em seu rosto ainda mais machucado. Pelo jeito ele se meteu em outra briga de bar já que o cheiro forte de bebida álcoolica impregnado por todo o ar. Lila me olha com tanta raiva que sinto um calafrio passar por todo meu corpo. Ela volta a atenção para meu pai novamente quando ele resmunga e olha para nós rapidamente e desvia o olhar novamente.

Ele diz algo que não entendo e se levanta com a ajuda da mulher e sobe as escadas ao tropeços. Puxo Liam até a cozinha e faço rapidamente um café para nos e depois de tomarmos vamos até a loja da senhora Nancy ao qual era uma funcionária de meio período. Ao chegar lá a vejo organizando a arara de roupas e conto tudo o que aconteceu nos últimos dias, depois de Samanta a senhora Nancy era a amiga mais próxima que tinha e acho que por seu jeito carinhoso e cuidadoso comigo, a tratava como se fosse minha avó e me sinto muito grata pela senhora que se manteve em minha vida, assim como esteve na da minha avó, mãe e irmã. Ela entrega um quebra-cabeça para Liam que se senta no chão e começa a montar o brinquedo enquanto converso com ela e a ajudo na organização de algumas roupas.

-Eu sempre soube que o jovem Shelby gostava de você minha filha, aqueles olhos azulados nunca negaram o fascínio enquanto admira você! Diz colocando as roupas nas repartições da prateleira de madeira enquanto as dobro as entregando.

- Eu estou com medo desse casamento Senhora Nancy, a senhora sabe que nunca tive bons exemplos de relacionamento ao meu redor! Ela afirma, pois sabia bem que minha mãe e irmã sempre sofreram violência domésticas enquanto eram vivas, violência essa que levou a minha irmã repudiar Liam ao nascer e logo em seguida tirar a própria vida devido a depressão.

-Você acha que o menino John machucaria você Caterina?. Indaga com seriedade e penso por alguns minutos e logo balanço a cabeça em negação.

- Pois bem, então não tem o que temer! Volta a organizar as roupas que já estavam se amontoado em cima do balcão. - Onde será a noite de núpcias?. Indaga e sinto meu estômago gelar, ela me olha quando não recebe uma resposta minha, ela sorrir e segura minhas mãos por cima do balcão. -Está nervosa com isso?. Afirmo abaixando minha cabeça. - Sabe querida é compreensível o seu medo, já que pra você é novo esse tipo de coisa, para mim também foi assim como é para a maioria das mulheres, é normal você se sentir, nervosa, ansiosa e até insegura já que você não sabe o que esperar! Ela diz alisando minhas mãos. -Mas eu quero que saiba que você não é obrigada a fazer nada que não queira e tenho certeza que John também não irá lhe obrigar a ter relações íntimas com ele, então se senti receio de algo o chame e converse com ele, deixo claro o que você senti e assim você se sentirá melhor e mais segura, sim?. Afirmo e ela sorrir voltando a guarda as roupas.

A tarde foi tranquila e conversar com a senhora Nancy tirou um peso enorme de minhas costas, ela me esclareceu muitas questões que eu tinha em relação a casamento e me aconselhou muito também. Ao cair da noite fui para casa e ao chegar lá percebi que não tinha ninguém já que além do silêncio a casa estava escura também, então preparei a janta e comi um pouco junto a Liam e subimos para o quarto, fecho a porta e arrasto a cômoda a colocando como barricata em frente à porta para que meu pai não pudesse entrar, sento na cama e começo a ler um dos livros ao qual trouxe da casa de Samanta alguns dias atrás, enquanto Liam está deitado sobre o tapete no chão e colorindo alguns desenhos do livro de colorir.

Quando término o último parágrafo do livro o deixo sobre o colchão e olho para Liam que dormi no chão. Me levanto o pegando com cuidado sentindo um pequeno incômodo em minha barriga e o coloco na cama para dormir confortavelmente, pego os remédio que John comprou e tomo um comprimido e logo me deito ao lado de meu sobrinho que se encolhe em meus braços quando o abraço e acabo dormindo logo em seguida.

Acordo assustada ao ouvir choro alto e levanto da cama me aproximando da porta e percebo ser aqui em casa o barulho, empurro a cômoda e abro a porta do quarto me aproximando das escadas e desço alguns degraus vendo Lila jogada no chão enquanto meu pai a chuta como se fosse um saco de pancadas, desço a escada rapidamente e o empurro para longe quase o fazendo cair, me abaixo perto de Lila e seguro sua cabeça a vendo que estava se engasgando, viro sua cabeça para o lado e ela abre a boca despejando o líquido vermelho escuro ao qual mancha o tapete. Corro até o telefone que estava sobre o pequeno armário e logo para a ambulância ao qual não demora para chegar eles a coloca no carro e a levam para o hospital central, corro até o quarto de casal e procuro pelo seus documentos e volto para meu quarto acordando Liam e o visto rapidamente para que pudesse ir comigo ao hospital vejo o nosso vizinho Joshua se aproximar e o peço para nós levar até onde Lila.

O agradeço ao descer do carro e vou até a recepção onde tem somente uma mulher ali, faço a ficha de Lila e depois de alguns minutos entro no quarto a vendo deitada sobre a maca com um dos pulsos imobilizado. A polícia logo chega e ela nega a denunciar meu pai e até agradeço por isso já que se ela o fizesse eu e Liam iríamos para o orfanato já que somos menores de idade.

Quando a polícia vai embora ela despeja sua raiva encima de mim por achar que eu que tinha os chamado para prejudicar meu pai, tivemos uma breve discussão e pergunto a ela o motivo de ela aguentar essa vida na mãos do meu pai e ela fala que apenas o ama demais para que pudesse se afastar. A olho com pena e pego Liam nos braços indo até a porta é antes de sair a olho.

-Amor nenhum valerá tanto quanto sua vida Lila, meu pai vai acabar te matando igual fez com minha mãe! Digo e saiu do quarto indo para a recepção e fico ali até o dia amanhecer para que eu possa ir para casa.

Ao chegar em casa a vejo toda revirada e meu pai caído no chão enquanto dormi agarrado a uma garrafa de bebida.

A noiva de John Shelby Onde histórias criam vida. Descubra agora