Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P)

Dificuldades

Pov. Narrador

Quase duas horas depois do ocorrido no restaurante, Camila estava em casa,mais especificamente no sofá,chorando nos braços de sua mãe que tentava acalmar a filha e saber o que havia de fato acontecido.
Mas Sinu não disse nada,apenas se manteve agarrada a filha até ela se acalmar.

- Meu amor você já pode contar o que houve? _ Sinu pergunta deixando um beijo no topo da sua cabeça.
Camila assentiu se afastando da mãe enquanto limpava o rosto.

- Eu fui naquele restaurante do centro,aquele que eu disse que tem uma moça muito boa que sempre me deixa entrar pra vender as rosas... _ Disse secando uma lágrima que desceu involuntariamente.

- Sim, eu me lembro filha. O que aconteceu? Ela mudou de idéia? _ Sinu pergunta um pouco confusa.

- Não mamãe,ela não mudou mas hoje ela não ficou por perto como costume e então o Shawn me viu conversando com umas moças e foi até a mesa. _ Seus olhos começaram a lacrimejar e sem que ela se desce conta às lágrimas começaram a rolar.

- Esse é o rapaz que implica com você?

- É mas eu nunca me importei! _ Afirmou negando com a cabeça. - Sempre ignorei as ofensas dele até porque não faziam diferença pra mim. Mas hoje ele me humilhou mamãe,na frente de todos. Ele me chamou de pedinte,morta de fome miserável... Disse que aquele não era lugar pra pessoas como eu.

- Você não pode dar ouvidos a ele Kaki,você não é nada do que ele disse,você sabe minha filha! _ Sinuh segurou o rosto de Camila entre suas mãos,tentando prender a atenção dela. - Esqueçe isso.

- NÃO MÃE EU NÃO VOU ESQUECER! _ Gritou se levantando.

- O que é isso Camila? Por que tá gritando com a sua mãe? _ Sinuh pergunta indignada. Camila se arrependeu por ter levantado a voz pra mãe mas ela estava com raiva,inconformada com o tratamento que recebeu.

- Desculpa mamãe! _ Foi até ela voltando a se sentar do seu lado. Segurou suas mãos e beijou sua bochecha. - Eu não quis gritar com a senhora.

- Tudo bem filha,eu só quero ajudar você.

- Você não pode mãe. Nem eu mesma posso fazer isso.

- Camila...

- Eu estou cansada mãe! Estou cansada de sair na rua e ser tratada como um nada,alguém sem valor e não é só na rua que isso acontece. No colégio todos me olham torto,sentem vergonha de ficar perto de mim porque um dia desses uma menina me viu em uma lanchonete quando eu fui oferecer uma rosa pros pais dela e então no outro dia quase ninguém da turma chegava pra conversar comigo,os que vinham me chamavam pra ir a festas e eu sempre negava,então começaram a me chamar de sem graça só porque ao invés de sair como eles fazem eu saio pra vender flores. _ Camila terminou de falar e já não conseguia conter as lágrimas. Sinu olhava espantada pra ela porque nunca soube dos acontecimentos no colégio. Camila nunca demonstrou passar por nenhum desses problemas.

- Por que você nunca me contou nada?
Eu poderia ter feito algo...

- Feito o que mãe? Obrigar eles a conversarem comigo? _ Pergunta debochada. - Não adiantaria de nada e pra falar a verdade pouco me importava a companhia daqueles arrogantes. Não suporto gente assim. _ Agora as lágrimas de Camila já cessavam e quem tinha o rosto molhado era Sinu. Ela sabia que a filha tinha razão em tudo o que disse,não poderia fazer muito pra ajudar,mas mesmo assim se sentiu mal por vê-la passar por todos esses constrangimentos.

- Não chora mãe. Eu já disse que não me importo! _ Camila se aproxima mais levando as mãos ao rosto da mãe.

- Eu sou a culpada por tudo isso filha,eu não deveria deixar a sua adolescência passar assim sem que você a aproveite.
A partir de amanhã você fica em casa com a Sofi e eu saio pra vender essas rosas.
E quando você quiser sair eu levo sua irmã comigo e aí você não...