Pov. Vero
Chegamos em casa a algum tempo e ainda não trocamos nenhuma palavra.
Nada nesse apartamento está sendo o mesmo desde que aquele desgraçado surgiu do inferno pra assombrar nossas vidas.
A alguns meses atrás em uma exposição de quadros da minha mulher,Steven apareceu por lá todo simpático dizendo que estava morando em Miami. Como se alguém tivesse perguntado alguma coisa pro infeliz,eu percebi os olhares de cobiça dele pra Lucy,ela é muito alheia a essas coisas mas eu não. Sinto o cheiro desses cafajestes mal intencionados a quilómetros de distância,até porque já fui uma.
Depois desse dia a minha vida virou um inferno,literalmente. Alguém ligava quase todos os dias pra ela,no começo ela desligava o celular na minha frente dizendo que era engano ou que tinha caído a ligação,o problema é que eu não sou boba e juntar um mais um não foi difícil.
Eu não disse nada,fingia que nada estava acontecendo e que acreditava na versão dela.
Até que ontem o celular tocou e ela levantou as pressas do sofá pra atender,eu sabia que era a mesma pessoa porque ela sempre me olhava levemente apavorada e em seguida tentava disfarçar.
Lucy saiu de perto de mim e foi pro corredor dos quartos,eu fingi estar interessada no filme que passava na tevê e ela acreditou. Esperei ela sumir no corredor,dei um tempo e fui atrás,a porta do nosso quarto estava aberta e eu acabei ouvindo ela falar com ele.- "Eu nunca faria isso com a gente Steven."
Eu dei um soco forte na porta terminando de abrí-la,Lucy estava de costas pra mim e se assustou quando me viu e já foi logo dizendo que não era nada do que eu estava pensando.
Comecei a gritar com ela e questioná-la sobre ele e o que ela tinha feito,nós discutimos feio pela primeira vez desde que nos casamos,só ouve outra discussão assim quando eu resolvi contar toda a verdade de como foi que nos conhecemos e quais eram as minhas intenções com ela.
Me lembro que ela me estapeou,me chamou de oportunista,mentirosa,falsa e mais vários outros nomes pra enfim me expulsar da casa dela.
Ficamos cerca de um mês sem manter contato nenhum,eu ligava mas ela não atendia,mandei milhares de mensagens me desculpando e já estava perdendo a esperança de concertar o meu erro,não me lembro de ter ficado tão mal em toda a minha vida. Lauren me ajudou muito,ela percebeu o quanto o meu estado estava deplorável e resolveu me ajudar arrumando um jeito de me colocar no mesmo lugar que a Lucy sem que ela soubesse e aí eu tive a chance de me explicar... Porem não foi tão fácil assim,depois da nossa conversa ela me pediu um tempo,disse que estava magoada demais pra continuar comigo como se nada tivesse acontecido.
Então ela se afastou outra vez,foi pra Londres apresentar uma exposição dos seus quadros em uma galeria de arte eu fiquei aqui,completamente destruída por dentro,sentindo a falta dela como uma criança recém nascida necessitada da mãe pra viver.
Mas eu precisava dar esse tempo pra ela,precisava estar plenamente perdoada quando ela voltasse.
Enfim... não foi tarefa fácil ter Lucy de volta pra mim e a sensação de estar a um fio de perdê-la pra sempre quase me matou e não é exagerado dizer isso porque foi verdade.
Quando eu entrei no quarto e fui pra cima dela,minha reação foi tomar o celular da sua mão e estraçalhar o mesmo no chão.
Eu não conseguia ouvir o que ela tinha pra dizer,estava com raiva dela,o ódio me cegou,a idéia de uma traição me enlouqueceu e eu fiz algo que vou me arrepender pelo resto da minha vida. A empurrei fazendo ela cair na cama e fiquei encima dela,minhas mãos foram pro seu pescoço e eu o apertei. Eu dizia que ela havia me traído e que eu deveria acabar com a vida dela assim como faria com a dele. Meus olhos transbordavam meu ódio e eu vi medo nos dela que tentava falar mas sua voz falhava cada vez mais. Foi aí que eu voltei pra realidade e saí de perto dela. Lucy começou a chorar e eu saí do quarto,peguei as chaves do meu carro e saí de casa ouvindo os gritos dela chamando por mim.
Eu queria encontrá-lo e acabar com a vida daquele nojento,eu queria mandá-lo de volta pro inferno mas sem chances de volta. E juro que era isso que eu faria mas não sabia onde procurar por ele,tudo o que eu me lembrava era o caminho do bar mais próximo,onde eu enxi a cara até esquecer do meu nome.
Na manhã seguinte acordei no sofá da Gabrianna,ela é recepcionista do hospital onde trabalho. No passado eu andei me envolvendo com ela mas não passou de sexo,nada sério. Depois que me apaixonei pela Lucia não voltei a ficar com ela ou com nenhuma outra mulher,Gabrianna se tornou uma amiga e eu não imaginava que voltaria a estar na casa dela algum dia,até porque não queria criar problemas com a Lucy que sabe que já fiquei com ela e por esse motivo me fez prometer que só falaria com a Gabrianna coisas relacionadas ao trabalho e apenas isso.
Não me lembro de nada daquela noite,nem o que aconteceu depois que perdi a consciência dos meus atos,mas ela jurou que não aconteceu nada entre a gente. Eu acreditei nela,não havia motivos pra ela mentir pra mim e eu acordei com todas as peças de roupas no lugar... só os sapatos que não estavam nos meus pés mas claro,isso era mais que normal.
Voltei pra casa e encontrei Lucy dormindo no sofá,sua aparência abatida me fez lembrar da noite passada e me senti mal por ter agido daquela forma,mas já era tarde. Tomei um banho rápido pra ir pro hospital,Lucy acordou quando eu estava saindo de casa e queria conversar,mas eu a ignorei por completo dizendo que não estava com cabeça pra conversa.
Agora Lucy foi tomar banho e eu fiquei deitada na cama esperando ela terminar pra fazer o mesmo. Minha cabeça estava explodindo e tudo o que eu queria era dormir. Depois de alguns minutos ouvi a porta se abrir e me levantei pra ir pro banheiro,meu corpo se arrepiou por inteiro ao vê-la completamente nua. Por alguns minutos me esqueci desse costume dela de não levar a roupa pro banheiro e muito menos sair dele enrolada em uma toalha.
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Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P)
FanfictionCamila Cabello, uma adolescente de 17 anos que para ajudar nas despesas de casa vende flores nas noites da cidade de Miami. Lauren Jauregui, uma jovem médica neurocirurgiã de 24 anos. Bem sucedida financeiramente e filha dos donos do Hospital Centra...