Angústia

786 69 0
                                    

Na manhã seguinte...

Pov. Sinuhe

Camila saiu às seis da tarde pra vender rosas e não voltou,fiquei desesperada em ver as horas passando e nada da minha filha entrar pela porta da nossa casa.
Não tinha como ligar,não tinha como tentar me comunicar com ela porque o único celular que temos fica comigo.
Liguei pra polícia às dez da noite e eles disseram que esse tipo de caso acontece com frequência e que eu precisaria esperar no máximo 24 horas pra que seja considerado desaparecimento e só assim eles poderiam fazer alguma coisa.
As horas passaram com lentidão,parecia que cada segundo se tornava minuto.
Quando dei por mim,o dia estava nascendo e Sofi dormia tranquilamente com a cabeça apoiada no meu colo,pegou no sono depois de perguntar insistentemente pela irmã.
Eu já não aguentava mais ficar sem notícias,meu coração apertado me alertava de que algo tinha acontecido com ela.
Me arrumei e depois de dar o que comer a Sofia,saímos de casa. Caminhamos por 1hora até a delegacia que ficava no centro da cidade.
A pequena foi forte em caminhar tanto comigo,eu não podia carregá-la no colo por causa do meu joelho machucado que latejava depois de um tempo,só não chorei de dor pra não mostrar fraqueza perto dela.
Quando enfim chegamos na delegacia,fui procurar ajuda,conversei com uma mulher e depois de contar o que aconteceu ela me levou pra conversar com o delegado.
E foi assim que fiquei sabendo da pior notícia do mundo,minha filha tinha sofrido um acidente na noite passada.
Parece que Camila atravessava uma avenida quando um carro em alta velocidade não conseguiu parar a tempo.
Confesso que senti uma faca cravar em meu peito tamanha dor que senti,perguntei em prantos como a minha filha estava mas eles disseram que não tinham notícias e que também não sabiam se essa "Camila" que estava internada em estado grave era a minha filha,não sabiam o sobrenome dela mas atribuindo as características que dei,havia grandes chances de ser ela.
Agora estou aqui,em uma sala de espera do Hospital Central Jauregui,acompanhada de um policial que nos trouxe.
Na recepção ninguém quis me falar nada,uma moça ficava conversando no telefone o tempo todo,parecia falar com várias pessoas,até que finalmente desligou e me mandou subir.

- Calma senhora,já vão vir dar notícias. Talvez não seja a sua filha. _ O policial tenta me acalmar,mas eu só sabia chorar,agarrada a Sofi sentada em meu colo no sofá.

- Mamãe,o que a Kaki veio fazer aqui? _ Sofi pergunta inocente. Apenas nego com a cabeça e volto a abraçá-la.

- Sr.ª . Sinuhe Cabello? _ Uma mulher chama por mim,levanto a cabeça pra encará-la,tiro Sofi do meu colo deixando-a do meu lado e me levanto de imediato.

- Sou eu!

- Dr.ª Lauren Jauregui. _ Ela me estende a mão e eu aperto meio receosa,o jeito que ela me olha não é bom. Sua aparência é cansada,parece abatida e seus olhos... estão totalmente apagados.

- Por favor doutora,o que aconteceu com a minha filha? _ Mesmo sem uma confirmação,eu tinha certeza que era ela,meu coração e intuição de mãe me dizia que era.

- Senhora,nós não sabemos se é a sua filha.
Mas agora eu preciso que seja forte e venha comigo. _ Suas mãos vão para os bolsos do jaleco branco,eu não sabia se conseguiria me segurar por muito tempo.

- O q-que,aconteceu? _ Pergunto apavorada.

- Por favor,eu só posso dar informações depois que confirmar se aquela garota é Camila Cabello. _ Assinto frenéticamente,as lágrimas desciam pelo meu rosto,eu quase não conseguia sentir minhas pernas,eu estava tremendo de medo,de algo pior ter acontecido.
- Me acompanhe por favor!

- Mamãe eu quero ir também. _ Sofi diz chamando minha atenção.

- Não pode meu amor... _ Quase não tinha voz.

Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora