23:15 Pm. Hospital Central Jauregui
Pov. Vero
- Vê... _ Gabrianna me encara sorrindo assim que me vê entrar na recepção do hospital.
- Boa noite gente! _ Cumprimento rapidamente as duas recepcionistas e em seguida olho pra Gabrianna que ainda sorria pra mim. - Gabi,olha pra mim como está a garota que deu entrada aqui a pouco mais de duas horas,ela veio com a Lauren.
- Ah,sim. _ Vai pra frente de um dos computadores começando procurar a ficha de entrada. - Camila? Certo?
- Acho que sim,deve ser isso. Por favor olha como ela está. _ Falo jogando minha franja pra trás,estava ficando nervosa outra vez.
- Deixa eu ver... _ Meu Deus,tomara que não tenha acontecido nada de pior.
- Só o que diz aqui é que ela ainda está no centro cirúrgico.
A Dr.ª Jauregui está fazendo a cirurgia.- Qual o estado dela?
- A princípio,grave. Nós não sabemos o nome completo dela,foi a Dr.ª Jauregui quem disse que ela se chama Camila,mais que isso não se sabe. Já comunicamos a polícia sobre ela e eles vão se encarregar de encontrar a família.
- É,eu já to sabendo! _ Assinto brevemente.
- Bom,eu tenho que ir. Obrigada pelas informações. Até logo. _ Antes que ela possa responder,caminho em direção ao elevador.***
- Vero,o que está fazendo aqui? _ Keegan vem ao meu encontro enquanto vou pro sala de esterilização.
- Boa noite, Dr. Allen... _ O ignoro entrando na sala. - Sim,estou ótima e você? _ Keegan Allen e eu nunca nos demos bem aqui dentro,ele é o médico mais arrogante que conheci na vida.
Vive tentando ser o centro das atenções desse hospital.- Mas o que... O que você pensa que está fazendo? _ Pergunta irritado,me vendo lavar as mãos.
- Vou entrar no centro cirúrgico,não é um pouco óbvio? _ Entro em um compartimento pra colocar as roupas apropriadas e outros acessórios necessários.
Quando saio,ele ainda estava ali.- Você não pode entrar lá. Não tem autorização! Lauren tem tudo sob controle. _ Diz sério me fazendo rolar os olhos e sorrir irônica.
- Eu não disse o contrário. Enfermeira,por favor me ajude com as luvas.
- Claro. _ Ela se aproxima pra me ajudar enquanto Keegan me encara de cara fechada.
- Veronica a sua ferida ainda não cicatrizou,você vai por...
- Cala a boca,Keegan! _ Já estava de saco cheio dos chiliques dele. - Eu sei o que estou fazendo, não vou operar paciente nenhum. Só vou entrar pra observar o andamento da cirurgia,você não vai e nem tem o poder de me impedir.
- Eu não estou oferecendo risco nenhum a paciente.- Vai criar problemas com o Michael,será que não percebe? _ Solta nervoso.
- Então não se preocupe! Eu ainda posso resolver os meu próprios problemas. _ Sem dar tempo pra ele dizer qualquer outra coisa,saio da sala,indo até o centro cirúrgico.
***
- Qual é a situação? _ Lauren me olhou e vi suas pupilas dilatadas,ela não estava nervosa. Mas parecia diferente das outras vezes em que presenciei ela operando alguém.
- Agora é instável. Estou tentando conter o sangramento aqui. _ Apontou pra uma parte da cabeça dela,assenti me aproximando,havia um corte de aproximadamente 7 centímetros de extensão na lateral esquerda. - Preciso chegar nessa área danificada,mas se esse tecido se romper,vai haver uma hemorragia.
- Pretende fazer uma incisão por cima? _ Pergunto prestando atenção no ferimento.
- É a idéia! _ Fala e eu assinto. Logo o bipe da máquina que controla os batimentos de Camila começa a acelerar. - De novo não... por favor!
- Dr.ª Jauregui,os batimentos da paciente estão acelerados,a pressão arterial está subindo novamente. _ Uma das enfermeiras avisa checando a máquina.
- Novamente? _ A encaro.
- Ela teve duas paradas cardíacas. _ Responde rapidamente.
- Aplique 1mg/ml de Metoprolol. Agora! _ A enfermeira vai fazer o que foi dito enquanto o bipe dispara cada vez mais.
-Vai,diminui... diminui. _ Lauren pede baixo prendendo a atenção no monitor,o ritmo das batidas diminuiram por cerca de cinco segundos,depois voltaram a aumentar.- Não está resolvendo. _ Apenas aviso,não posso dar ordens,a operação é dela.
Em seguida o bipe se torna único e constante,indicando uma parada cardíaca.- Droga!
Prepare o desfibrilador! 100 joules. _ Lauren pede com pressa. O aparelho é preparado e depois de passado o gel é entregado em suas mãos. - Afastem-se! Vero,protege a cabeça dela. _ As enfermeiras saem um pouco de perto,apenas dando a ela espaço suficiente. Faço o que ela me pede já que não exigiria esforço nenhum da minha mão machucada.
- 1,2,3... _ Encosta o aparelho no peito da garota e nada. Outra vez. - 1,2,3... _ Nada.
- Droga! Aumenta pra 200 joules. _ E assim é feito,Lauren repete o mesmo procedimento e não obtém resultado. Eu estava começando a me desesperar. - 220! Vai. _ A potência é aumentada,já fazia quase um minuto que não havia pulsação alguma.
- Responde,por favor... _ Lauren torna a repetir o gesto. Inútil...- Dr.ª Jauregui. Perdemos a paciente,é inútil continuar. _ Lauren fuzila a enfermeira no mesmo segundo em que ela fecha a boca.
- NÃO! Ela vai viver,eu prometi pra ela. _ Nunca ouvi palavras saírem com tanta segurança e convicção da boca da minha amiga como agora. Por mais que nesse caso as coisas não sejam tão fáceis assim...
- 300 joules. _ Ordena olhando pro rosto da garota. - Você vai viver,você vai viver!
1,2,3... _ Foi tamanha a intensidade usada pelo desfibrilador,o tronco dela se moveu pra cima com mais força.
Mas não foi o suficiente pra reanimá-la... Infelizmente.
- Por favor...- Eu sinto muito,Lauren. _ A encaro vendo sua expressão desolada,insatisfeita enquanto olha fixamente pro monitor.
Pov. Lauren
Eu estava paralisada,sentia uma aflição desconhecida se instalar no meu coração enquanto observava a máquina de monitoramento,me mostrando que havia perdido Camila,ela não conseguiu resistir.
Abaixei a cabeça pra encará-la,seu rosto pálido,mais ainda assim continuava linda. Porém sem vida,e a única culpada por isso era eu.
Sem que eu me desse conta lágrimas escorrem pelo meu rosto,talvez fosse o sentimento de culpa,o remorso começando a me atingir.
Pego sua mão e aperto,nunca havia tido reação comparada com nenhum outro paciente.
Me abaixo perto dela enquanto tiro minha máscara da boca.- Eu tirei a sua vida,não consegui cumprir o que prometi.
- Não foi sua culpa,Lauren! _ Vero toca meu ombro,não esboço reação alguma. É claro que foi,tenho toda a culpa do mundo.
- Me desculpa,Camila. _ Eu me sentia a pessoa mais suja,a mais miserável,egoísta e desgraçada do mundo por ter tirado a vida de uma garota boa,que tinha todo um futuro pela frente.
Em um ato impensado aproximo minha boca até sua testa e deixo um beijo ali.
Fecho os olhos com força sentindo mais lágrimas escaparem, provavelmente molhando o rosto dela."Nunca vou me perdoar por isso,eu vou pagar caro pelo o que te fiz. Eu prometo"
Se ainda não existia no mundo uma pessoa que odiava a si própria, agora existe.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P)
FanfictionCamila Cabello, uma adolescente de 17 anos que para ajudar nas despesas de casa vende flores nas noites da cidade de Miami. Lauren Jauregui, uma jovem médica neurocirurgiã de 24 anos. Bem sucedida financeiramente e filha dos donos do Hospital Centra...