Pov. Lucy
Entramos no hospital e fomos até a recepção pedir informações sobre Vero.
A recepcionista nos disse que Lauren estava descendo pra falar com a gente e então fomos pra sala de espera.
Minutos depois a porta do elevador se abriu e ela veio em nossa direção.
Eu estava tremendo por dentro e por fora, temia por uma notícia ruim e meu coração doía só por pensar nessa possibilidade.
Addison correu até ela e a abraçou apertado enquanto chorava.
- Calma, gatinha... tá tudo bem. _ Lauren beija sua testa, me aproximo das duas e ela me abraça também. - Desculpa ter te dado esse susto, Lu. Addi me disse que estava com você quando liguei.
- Vero está bem? _ Pergunto preocupada e ela dá um breve sorriso, assentindo.
- Foi só mais um susto. _ Diz nos separando. - Vamos nos sentar, eu vou explicar melhor pra vocês o que aconteceu com ela. _ Abraça nós duas nos guiando até um dos sofás e nos sentamos com ela no nosso meio. - O quadro clínico da Vero era estável como vocês sabem, o estado de saúde dela não progredia e nem regredia, apesar das feridas estarem cicatrizando o processo estava sendo muito lento, era quase como se ela não estivesse respondendo ao tratamento e por isso veio a febre alta constante. Vero estava quase contraindo uma infecção no pulmão afetado pelo tiro. Ficamos extremamente preocupados, os antibióticos não pareciam surtir o efeito esperado e o meu pai achou apropriado fazer um procedimento simples pra descobrir mais à fundo a origem dessa infecção pra poder agir contra, antes que ela aparecesse de fato. Mas antes mesmo do exame ser feito Vero sofreu essa parada cardiorrespiratória, foi espontaneamente.
- Mas agora ela está bem? Ela está mesmo bem, Lauren? _ Pergunto sentindo sua mão sobre a minha, me fazendo carinho.
- Sim... Felizmente quando cheguei aqui ela já estava estabilizada. _ Sorriu de leve.
- Isso pode acontecer de novo? O coração dela pode parar outra vez? _ Addison pergunta aflita.
- Não sei, Addi. Nós médicos não controlamos isso. É algo espontâneo como eu disse...
- Você parece tranquila. _ Chamo a atenção dela que vira a cabeça pra me encarar.
- É que... Lu, é cientificamente estranho dizer isso mas tudo indica que depois dessa parada cardíaca ela voltou mais resistente. Não sei como explicar o que aconteceu. Só que agora a frequência cardíaca está normal, coisa que não acontece desde que ela chegou aqui. Pedi pra fazerem uns exames e vou pegar os resultados daqui a pouco. Estou realmente com boas expectativas.
- Ela vai acordar, não vai?
- Lógico que vai, Lucy. Só depende dela, por isso tenho certeza que logo ela vai acordar. _ Sorri pra nós duas. - Temos que pensar positivo. _ E eu pensava... Na maioria das vezes eu pensava. Mas o medo da perca sempre vinha com força uma vez ou outra.
Sinto que preciso vê-la, mesmo Lauren dizendo que está tudo bem ainda sinto uma sensação estranha dentro de mim.
- Eu posso vê-la? _ Pergunto surpreendendo as duas. Elas me olham estranho mas depois Lauren me dá um sorriso triste.
- Eu não posso fazer isso. _ Diz segurando a minha mão e eu coloco a minha esquerda por cima da dela.
- Você pode sim... _ Falo com convicção enquanto nos encaramos fixamente. - É só um pouco, eu prometo... Por favor.
- Deixa ela ir, Lern. _ Addison pede e Lauren à encara por alguns instantes antes de voltar a me olhar.
- Okay... Mas só por cinco minutos, estou passando por cima das regras por você.
- Obrigada, Laur.
***
Depois de me vestir adequadamente, Lauren entrou comigo num quarto de UTI, uma enfermeira anotava alguma coisa em uma prancheta enquanto encarava com atenção o monitor de batimentos.
Estava frio, instintivamente passei minhas mãos nos braços, numa tentativa falha de me aquecer.
- Nos deixe sozinhas um instante.
- Sim, doutora. _ A enfermeira sorriu amigávelmente e saiu do quarto.
Olhei pra Lauren do meu lado, e me aproximei da cama.
Não consegui segurar as lágrimas, apesar de qualquer coisa, ver a mulher que amo nas condições em que Vero está, acaba com qualquer pessoa.
Ela está entubada, pálida como nunca vi antes, quase não parece ela.
Senti um baque no meu coração...
- Eu não queria que você visse ela assim, Lucy... Tenho certeza que ela também não iria querer.
- E-ela está mesmo melhor? _ Pergunto tentando ser forte.
- É o que tudo indica, vamos fazer mais exames e manter o monitoramento frequente pra termos certeza. _ Eu apenas assinto em concordância.
- Posso ficar sozinha com ela? Eu prometo que vai ser rápido, eu só... preciso disso.
- Tudo bem. _ Lauren sorri de leve, eu quase pude ver pena em seus olhos, no fundo eu sabia que mesmo sendo médica, ela tinha tanto medo quanto eu de que o pior aconteça.
Ela saiu e eu respirei fundo, olhando pra Verônica.
Segurei sua mão direita, tomando cuidado com os curativos por conta das medicações que ela está recebendo na veia, e senti meu peito apertar quando senti sua pele fria.
- Eu só quero que você fique boa. Quero que acorde, amor. Por favor... _ Senti meus olhos queimarem e o choro veio com força. Abaixei o suficiente pra deitar minha cabeça em seu peito, sentindo as batidas de seu coração.
- Eu perdoo você, Vero... Por favor, acorda logo. _ Falo lembrando de tudo, revivendo a dor da traição. E ao mesmo tempo pedindo a Deus que, por favor, não tirasse ela. - Por que você fez isso com a gente? Eu amo t-anto vo-ccê e você m-e quebrou.
A dor que eu sentia não podia ser explicada, não consigo acreditar em como as coisas podem mudar de um segundo para o outro.
Ainda era difícil acreditar que era real...
A vida que nós havíamos planejado e que já estávamos construindo juntas, não existia mais.
Nosso bebê corria o risco de vir ao mundo e jamais poder conhecer a outra mãe.
- Eu sei que você pode me ouvir, eu sei... volta pra gente, por favor. _ Me levantei e sem pensar, seguindos meus instintos, fui para o outro lado da cama e peguei sua mão esquerda, colocando-a sobre a minha barriga, por debaixo da minha blusa. - Sente o nosso bebê, ele tá aqui dentro de mim, ele tá bem... Você conseguiu proteger a gente... Mas agora ele precisa de você aqui. _ Falo sentindo as lágrimas descerem. - Você precisa estar aqui pra confirmar que será mesmo uma menininha... Ela precisa de você, amor. E eu também... _ Fechei meus olhos pra sentir melhor o toque dela, e nesse segundo me assustei com o barulho do monitor.
Os batimentos cardíacos dela subiam rápido, e em seguida a porta do quarto foi aberta.
Lauren entrou junto de uma outra enfermeira.
- O que aconteceu, Lucy?
- Eu... Eu só coloquei a mão dela na minha barriga, falei com ela e depois isso aconteceu. _ Respondo enquanto Lauren pede algo pra enfermeira e ela se afasta voltando rapidamente com uma seringa entregando pra ela.
- O que você falou? _ Lauren então se aproxima de Vero e aplica na conexão que leva o medicamento até sua veia.
- Sobre o bebê.
- Está instabilizando... _ Ela diz pra enfermeira. - Aparentemente está tudo bem, só houve uma elevação na frequência cardíaca.
- Ela está bem? _ Pergunto preocupada e Lauren mostra um sorriso leve.
- Parece que a Vero respondeu ao seu estímulo, Lucy. É a primeira vez que isso acontece. Significa que ela está reagindo, é maravilhoso.
_______________
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão e Poder - Universos opostos (Camren - G!P)
FanfictionCamila Cabello, uma adolescente de 17 anos que para ajudar nas despesas de casa vende flores nas noites da cidade de Miami. Lauren Jauregui, uma jovem médica neurocirurgiã de 24 anos. Bem sucedida financeiramente e filha dos donos do Hospital Centra...