Noivo - Tobidei -

2: Quadro

Acordei em um lugar muito confortável, meus olhos pareciam tão pesados, que eu não conseguia abrir. Meu corpo pedia por mais descanso, mas ao mesmo tempo que eu queria dormir, eu não conseguia.

Me levantei contra vontade, e olhei para os lados. Estava em um local que eu nunca tinha visto. Logo me assustei, pensando que fui sequestrado.

— Eu fui sequestrado? — perguntei a mim mesmo com medo.

Estava nervoso, aquele homem me sequestrou? Eu sabia que não era confiável um cara aparecer de repente em uma floresta e me chamar para dançar.

De repente uma porta foi aberta, me fazendo soltar um grito baixo. Era ele, ele tinha saído do que acho ser o banheiro. Secando o cabelo com uma toalha, usava uma camiseta preta normal e uma calca moleton, enquanto estava descalço.

— Vejo que acordou, pequeno noivo. O que aconteceu para gritar assim? — ele perguntou ficando de frente para a cama.

— Eu fui sequestrado? — perguntei.

Ele riu, negando. Eu estava assustado, mas ele parecia estar muito calmo.

— Apenas dormiu em meus braços, e eu te trouxe até aqui para ter um sono adequado — falou simples.

— Ah... Que bom né? — falei sem graça.

— Não precisa ficar assim, é estranho mesmo acordar em um lugar assim — ele falou se virando.

Entrou em uma porta do quarto, e voltou sem a toalha. Me levantei com muita dificuldade por causa do vestido, e fiquei de pé ao lado da cama.

Ele havia tirado meus sapatos e as jóias que se faziam presentes em mim. Ele me encarava enquanto eu olhava o quarto.

Podia estar de dia, mas ali ainda era escuro, mesmo estando com um janela sem cortina nenhuma.

— Escuro, não é? — ele perguntou ficando em minha frente.

O olhei e suspirei fundo, agora que notei a sua altura, isso era uma humilhação para quem tinha um metro e cinquenta e cinco.

— Como você é alto — falei com inveja.

— Eu não sou tão alto assim, você que é baixinho — ele tocou em minha cabeça, rindo.

— Olha aqui, você me respeita. Você é grande mas não é dois, eu sou pequeno mas não sou metade — falei irritado.

— Fica calmo, pequeno noivo — ele falou fingindo estar com medo.

— Cara sem noção — falei birrento, cruzando os braços.

— Desculpe, desculpe. Não quer trocar de roupa? Deve estar desconfortável com esse vestido grande — perguntou.

Eu realmente estava cansado daquele vestido, ele era muito pesado e apertado.

— Se eu aceitar, que roupa irei vestir? — perguntei-lhe com dúvida.

— Tenho roupas do seu tamanho aqui, pequeno noivo — ele disse sorrindo.

O olhei estranho, qual era o motivo de ter roupas do meu tamanho ali? Ele percebendo que achei estranho aquela fala, logo me explicou.

— Tenho um irmão ômega, comprei algumas roupas para ele, só que eram pequenas demais — falou sem graça.

— Tá falando alguma coisa sobre meu tamanho? — perguntei olhando.

— Não, não. Relaxe, parece um gatinho fofinho querendo me arranhar a qualquer momento, tão pequenininho — senti uma veia saltar em minha testa.