04 - 浪人

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浪人

Mona desceu uma rua estreita entre uma pequena favela suburbana do lado norte da cidade. Pisos de madeira à metros de altura sob pés pesados de toras e ferros tensos. Caminhava por ali com o baixo nas costas, estava com um estilo diferente do que estava acostumada. Usava tênis de skatista vermelhos, tipo da Freeday ou algo do tipo, não havia logo, mas eram parecidos. Um short macacão jeans de jardineira por cima de uma camiseta de manga longa listrada preta e branca. Um estilo que não lembrava em nada sua estética comum. 

Subiu numa escada que levava à um bar amadeirado estranho, e no topo da escada, lá estava uma jovem de vestido preto, não muito mais nova do que a própria Mona. Estava com a sua cabeça careca enfiada entre os braços cruzados encostados no joelho, quase em pose de choro ou de descanso. Veio em sua cabeça mil perguntas, ouviu falar dela de um dos seus vizinhos, disse que ela daria mil dinheiros por algo que ela não queria falar sobre com o próprio vizinho.

Se sentou ao lado dela, só sabia que seu nome era Wanda alguma coisa, não lembrava.

- Wanda? -

- Ãh? Ah! Oi, é você mesma? A tal da Capitã Punk? -

- Éhh... -

- Me disseram que você faz qualquer coisa por mil pratas. É verdade? -

- Não é bem... -

- Puxa vida. Eu queria muito ajuda pra recuperar algo muito... muito muito muito muito importante pra mim! Tipo... é algo essencial pra minha partida ser pacífica. -

- Não... tem problema. Do que se trata? -

- Bem... o meu colar de safira... dado pelo meu ex-marido... -

- "Ex-marido"? Quantos anos cê tem? -

- T-tenho 25 anos... pareço tão jovem assim? -

- Queria dizer que não mas... éh... não parece do tipo que teria um ex-marido, se é que me entende. -

- Humpf... éh... ele era mais jovem que eu. Nos casamos quando ele fez 18. Mas ele morreu três anos depois... foi morto pelo departamento de limpeza de Londres... ele sabia demais, foi o que falaram... me deram uma restituição de quase 30.000 dinheiros. Não deu nem pro enterro dele... vagabundos desgraçados... matam nossos maridos e não tem a mínima decência de os enterrar por nós... -

- Sinto muito por isso, amiga... -

- Éh... meu... colar foi roubado... não sei por quem. Mas eu peguei rastros! Achei que pudesse farejar ele... -

- Sorte sua que eu posso... o que tem? Passa pra cá. -

- Éh... imediatamente. -

Pessoas entravam e saíam daquele bar, fedendo a álcool diversos, o dia estava começando a raiar naquele canto perdido da cidade. Wanda puxou de sua bolsa tiracolo rosa um daqueles saquinhos herméticos de guardar sanduíche e biscoito. Dentro havia um tufo de cabelo com uns sete ou oito fios de cabelos pretos brilhantes. Seria de muito mau gosto perguntar se eram mesmo da ladra, afinal, vocês já sabem.

CAPITÃ PUNKOnde histórias criam vida. Descubra agora