12 - CÊ TEM QUE ENFIAR O DEDO NA BUNDA

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2050

Mais uma semana começava para a banda de Mona, mudaram o nome para algo mais comercial e fácil de vender... isso foi uma redundância?

O nome da banda? Estava escrito com letras garrafais gigantes num letreiro feito à mão pelas próprias, Mona descolou a faixa, Boca-Suja os materiais artesanais - no caso, latas de tintas - Ronin recortou tudo nos tamanhos perfeitos e a Queijo pichou tudo baseado nos seus anos como grafiteira (no caso, os 2 anos que ficou olhando seus amigos grafitarem paredes), e ficou uma bizarrice com estilo punk dos anos 80 que lembrava uma mistura de Minor Threat com Metallica. Estavam tocando ao vivo no bar Lopez, no lado mais obscuro dos apartamentos velhos da cidade. Em pouco tempo já terão tocado em todos os pés-sujos da cidade.

O nome novo da banda, é Pinkhazard, e o nome pegou bastante na internet

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O nome novo da banda, é Pinkhazard, e o nome pegou bastante na internet. Em questão de alguns dias, todo mundo estava falando das Pinkhazards. "Todo mundo" no caso tipo umas 250 pessoas num fórum específico. Umas 300 no Pointter, e umas 1200 pessoas nos comentários dos vídeos delas, nada "mucho", mas era um sucesso para o que antes era o total anonimato.

Estavam tocando para um público de umas 200 pessoas ao todo, todas bêbadas e todas esperando um solo feroz da música One do Metallica por parte da Boca Suja, que estava assumindo a guitarra, mas ironicamente, quem iria fazer o solo era a Ronin com seu banjo, e não é que o solo feito no banjo ficou mil vezes melhor?! Ela dominava aquele banjo-machado como se fosse nada demais. Era a marca da banda ter a Ronin no banjo. Contem quantas vezes eu falar "banjo" ao longo desse arco, beleza? Começa!

Mona estava tocando seu baixo com potência, com um ódio interno que não possuía haviam anos. Um ódio efervescente que só se aquietava com boas doses de gin com tônica, vodka com sorvete de baunilha e rum com barras de chocolate. Se jogou na plateia que ficava chamando dizendo "pula, pula, pula!". Mas bateu o ombro no chão e caiu aos pés de um homem que não se afastou para ela cair de propósito. Parece que estavam gritando "puta, puta, puta!". O show não acabou, ela continuou tocando seu baixo, mesmo caída no chão no meio do bar.

Olhou para cima e avistou um homem estranho a olhando. Era um homem não muito alto, perto dos 1,70m, de pele negra, um cabelo blackpower curto e um cavanhaque meio longo. Usava um sobretudo de couro bordô por cima de uma camisa bege com uma gravata listrada cinza e azul e uma calça preta social justa que caía pelos seus pés dentro de sapatos de pouco luxo marrons. Sua face era estranha, seu olho direito brilhava de um jeito estranho.

Quando Mona finalmente se pôs de pé, viu que era um olho biônico vermelho do tipo que implantam em prisioneiros marcianos. Mas ele não tinha pinta de prisioneiro de forma alguma, ele tinha um ar de autoridade muito forte, lembrava até um pouco DeWitt, só que homem. A banda começou a agradecer pela apresentação, Boca Suja improvisou os agradecimentos mais clichês possíveis, mas era a onda do momento. Todos gritavam e derramavam cerveja perto de Mona que se recolhia no palco, logo sentiu uma mão pegando seu ombro.

CAPITÃ PUNKOnde histórias criam vida. Descubra agora