2050
Prey estava passeando pelos distritos menos afortunados daqueles lados de Londres quando finalmente percebeu que se ele pusesse todo seu esforço numa única banda, ele conseguiria um espaço mais duradouro. Mas nunca foi exatamente o caso, ele foi a Birmingham faziam seis dias para tocar com sua antiga banda, e nada ainda de o chamarem de novo para recomeçar após suas tretas envolvendo sua relação com a antiga baixista, sua atual namorada, a Mona.
Estava com um walkman tocando uma fita do álbum A Golden Shower of Hits do Circle Jerks. Estava na faixa bônus homônima, bem na parte onde o vocalista começa a cantar como se tivessem apertado suas bolas. Estava com seu estilo de sempre, botas de cowboy marrons, uma calça jeans apertada com correntes metálicas na lateral do bolso, uma jaqueta jeans por cima de uma camiseta preta com o símbolo da anarquia branca e por fim um chapéu de cowboy preto. Seu cavanhaque estava maior, quase cobrindo o queixo inteiro e seus olhos vermelhos estavam mais fortes do que o normal, havia tomado suas pílulas pro estresse pós-traumático.
Sua ideia era comprar maconha da boa de um grupo de rockeiros que trabalhava 24 horas por dia plantando erva da boa e contando dinheiro para máfias locais. Mas descobriu que um dos membros desse grupo foi acusado de ter matado uma criança de 12 anos, e sua recompensa pela cabeça, de acordo com o departamento de justiça é de 20.000 dinheiros. O que não é um dinheiro muito alto, mas pensou que seria um bom investimento, e eram 20.000 vivo ou morto.
Estava entrando no negócio de caçador de recompensas, era basicamente um convite ao heroísmo, só que pago. Tinha uma lista de alvos para cumprir até as cinco da tarde, eram recém nove da manhã. Subiu um pouco a rua e estava de fronte com a galera que vendia maconha para ele. Eram três ao todo, mas só um tinha recompensa por cabeça. Se bem que dar abrigo a um condenado e o proteger é considerado obstrução da justiça, e dá mil pratas de recompensa, mas só vivo, só valeria morto se houver indícios de violência potencialmente letal.
Subiu o prédio, entraria como um verdadeiro cavaleiro. Puxou de seu cabelo suas soqueiras metálicas escritas PUNK e ROCK em cada uma respectivamente. A porta da frente deles era acessada por uma pequena escadaria metálica. Seus passos eram bem tensos, talvez fosse sua altura de 1,94m, ou seus ombros largos, mas algo em sua aparência o fazia ser extremamente intimidador. Bateu na porta metálica da frente, depois deu dois passos para trás e...
PLAM!!!
Derrubou a porta da casa deles no chute. Entrou com as mãos nos bolsos da calça, se abaixou para não bater a cabeça. Andava numa postura sarcástica para frente, o lugar já estava exposto, e era uma sala-de-estar ampla com uma TV de tela-plana de 60 polegadas passando putaria em clipe de vídeo, uma mesa de centro cheíssima de maconha a ser bolada e sentados nos sofás brancos estavam quatro rapazes. Um baixinho de boné, um de terno e gravata meio alto, um estranho com uma camisa do Metallica e outro de cabelo espetado magro sem camisa, todos brancos. O de boné, o velho Zé Pequeno, era o líder deles.
- Olha só, Zé. Expandiu seu negócio. Tá com um otário a mais. -
- Que que há, Prey? Se você queria tanto assim um baseado, podia ao menos ter deixado a porta como estava, porra! Que que há! -
- Não vim pela maconha. Vim por você, assassino de criança. -
- ... -
Todos olharam para o baixinho de boné, o Zé Pequeno, e ficaram abismados, mas logo eles assumiram uma postura combativa. O de camisa do Metallica pegou um bastão de alumínio, o de terno e gravata puxou uma pistola Glock e o de cabelo espetado puxou de trás do sofá uma pá. Eles estavam prontos para o combate, mas o cara de terno parecia nervoso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CAPITÃ PUNK
ActionEM 2049, NUMA LONDRES TOMADA PELO CRIME, ACOMPANHAMOS A JUSTICEIRA CAPITÃ PUNK, UMA MULHER EXTREMAMENTE VIOLENTA QUE COMBATE O CRIME USANDO UM BAIXO ELÉTRICO COMO ARMA PRINCIPAL, NESSA TRAMA REPLETA DE PESSOAS MÁS, MACHOS E MULHERES ESCROTAS, MUITA...