Sofia

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Sou Sofia e meu avião acabou de pousar em Londres e não havia mais nada que me acorrentasse ou me prendesse

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Sou Sofia e meu avião acabou de pousar em Londres e não havia mais nada que me acorrentasse ou me prendesse. Eu estava livre, finalmente. Me sentindo a cinderela, mas sem um príncipe. Quando alguns familiares descobriram a respeito da minha mudança, fizeram chacota dizendo que eu iria ganhar uma merreca limpando o chão de alguém mas, eu não via daquela forma. 

Peguei minha única mala e fui em direção ao ônibus. Estava faminta, mas precisava deixar as malas no apartamento que me passaram e ir urgentemente ao meu trabalho. Eu ainda não fazia ideia de onde iriam me mandar, mas estava esperançosa com isso e com a vida no lugar em sí. Sem contar no inglês britânico que estava me deixando confusa.

Nunca fui uma mulher com medo de mudanças. No auge dos meus vinte e dois anos, trabalhei incontáveis vezes em locais inimagináveis para sobreviver, pois eu era sozinha. Bom, sou sozinha.

Subi no ônibus e me acomodei, deixando o cansaço tomar conta e descansar um pouco, enquanto podia.

Quando o motorista me deixou no ponto, eu já sabia onde ir. Tinha decorado o caminho pelo google maps muito antes da viagem, inclusive. Sendo assim, quando passei na rua, avistei o pequeno prédio com cinco apartamentos esperando por mim. 

Ele não era luxuoso e estava com a pintura vencida, mas isso era apenas um detalhe naquela altura. Quando entrei, encontrei um senhorzinho tomando um chá sentado em sua poltrona. 

- O senhor deve ser o porteiro, muito prazer, me chamo Sofia. - disse. 

Ele se levantou e me lançou um sorriso acolhedor. 

- Seu inglês é ótimo, Sofia. - respondeu, gentilmente. 

Aquilo me fez sorrir genuinamente.

- Essas são suas chaves, tudo está certo lá em cima, você vai ficar no último andar, e sempre que precisar de mim, pode me chamar, me chamo Mason. 

- Muito obrigada, Mason. - falei, encarando as longas escadas. 

Subi com a mala que não estava nada pesada, por isso recusei a ajuda do senhorzinho. Quando entrei no pequeno apartamento me senti aliviada. Era idêntico as fotos que a empresa havia me enviando enquanto estava no Brasil. A parede era um tom de creme e era incrivelmente pequeno e todo mobilhado. 

Na cozinha havia uma chaleira elétrica e uma panela de arroz também elétrica, agradeci mentalmente, pois eu não era nada boa na cozinha. A roupa de cama estava limpa e branquinha, e me joguei na cama, com dor por todo o corpo. Queria descansar, mas o trabalho ainda me esperava, então tomei um banho quente em numa rapidez irreconhecível e me agasalhei, já que fevereiro aqui em Londres o inverno é intenso. Não podia esquecer o guarda-chuva, item essencial para viver nessa cidade. 

Um Famoso Amor (Cillian Murphy)Onde histórias criam vida. Descubra agora