Thomas

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O café preparado pela nova funcionária estava maravilhoso

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O café preparado pela nova funcionária estava maravilhoso. E partilhar esse momento com Sofia foi mais agradável do que eu pensei que seria.

Eu ainda estava sem acreditar na noite passada, e como todas as coisas aconteceram. Ela tinha sentimentos por mim. E eu tinha sentimentos por ela. Claro.

Fui seu primeiro. E queria com todas as forças ser o seu último, mas dizer que eu não estava preocupado com a opinião da mídia a respeito disso, isso eu não podia.

Minha preocupação era a crueldade acabar e destruir os sonhos dela. Uma jovem tão nova, e eu um homem tão vivido. Como isso seria visto? Eu não fazia isso.

Chegando no estúdio, fiz de tudo para que Sofia não fosse vista por nenhum paparazzi. A notícia do término estava em todos os lugares, e apesar da minha aversão por tecnologia e falta de interesse nela, as pessoas que trabalham comigo estavam me cobrando o tempo todo.

- Aqui é onde estamos gravando o novo filme - falei, tirando o casaco dela.

- Eu nunca imaginei que fosse assim, tão diferente e artificial. Como fazem para ficar tão natural? - perguntou ela, olhando o cenário.

- Daí, já é um trabalho que não faço parte. - sorri.

Ver a cara de curiosidade dela em todos os detalhes me deixava animado, e eu sabia que era uma questão de tempo até a fofoca rolar. Mas eu estou numa idade em que não posso mais ficar contando em esconder algo ou me submeter a ordens. Tenho dinheiro para me sustentar até o resto da vida, não preciso de mais dinheiro de marcas e patrocinadores. 

Só a presença de Sofia me acalmava. Ela me fazia bem e resgatou a vida que eu tinha perdido já fazia muito tempo.

- Thomas, podemos conversar? - perguntou Harry, um dos meus assessores.

- Claro, só um momento. - falei.

Me virei para Sofia, que estava olhando as plantas e frutas artificiais do cenário com toda atenção.

- Preciso entrar e provavelmente vou levar uma bronca, você me espera aqui? - perguntei, acariciando seu rosto.

- Vou te esperar, prometo. - falou Sofia, no seu tom doce.

Entrei na sala já sabendo do que se tratava, então me estiquei na cadeira, esperando todo tipo de reação.

Mas só recebi um aceno de cabeça, e sobrancelhas arqueadas.

- Então, o que me diz? - perguntou Harry.

- Eu estou perdidamente apaixonado. - falei.

- Por uma funcionária. - respondeu, ríspido.

- ex-funcionária, meu caro. - falei, sorrindo.

Nós dois rimos da situação.

- O que foi que eu perdi? Quando foi que seu coração de pedra amoleceu a esse ponto? Nem sorrir em eventos você sorri, e agora vejo você por ai parecendo um garoto de treze anos que descobriu a pornografia. - apontou Harry.

Dei risada, pois Harry me conhecia como ninguém. Eu sou bem reservado na vida pessoal, mas ele sabia muitas coisas ao meu respeito.

- Como a mídia está reagindo? - perguntei.

- Eufóricos, como sempre. Urubus atrás de carne nova, e a sua está em alta no momento.

- Mary deve estar uma fera. - falei.

Harry sentou na mesa, de frente para mim.

- Ela não aceitou muito bem a situação Thomas, e como amigo e seu assessor, te peço cuidado, ela está uma fera e jamais vai aceitar isso facilmente - falou, soltando uma tosse seca - mas sua assessoria não deixou ela fazer um escândalo a respeito disso, tempos um trato e eles sabem que devem cumprir.

Fiquei chocado, pensando em como a minha vida tinha se transformado em algo superficial e muito bem articulado.

Após uma longa conversa sobre contratos, polêmicas e cinema, sai, a procura de Sofia.

A encontrei num canto da sala, segurando um livro e sentada, delicadamente. Ela era linda e eu jamais iria me cansar de dizer isso.

- Te deixei entediada não é mesmo? - perguntei, segurando sua mão.

- Na verdade, eu estava me atualizando do capítulo do livro, então foi um tempo bem útil. - disse ela, meiga.

- Hoje infelizmente, minha agenda está cheia. Preciso fazer umas fotos, mas eu pedi pro motorista te deixar na minha casa, pra você descansar. - disse, beijando sua bochecha.

Seus olhos estavam encarando os meus.

- Me desculpe te atrapalhar, Thomas, eu sabia que não era uma boa ideia eu vir.

- Não, não. Não fale isso nem brincando, jamais. Você nunca me atrapalha. Mas essa campanha é grande, vai levar horas, e você precisa almoçar, descansar, e não vou te obrigar a ficar nessa loucura. - respondi, segurando-a nos meus braços.

- Tudo bem, eu te espero em casa. - falou ela, sorrindo.

Seu sorriso perfeito.

Vê-la saindo por aquela porta sem poder acompanhá-la era estranho, mas eu tinha contratos pata cumprir e não podia deixar isso de lado. Mas não vai a hora de chegar em casa e tê-la em minha casa.

E terminarmos aquilo que mal começamos.

Um Famoso Amor (Cillian Murphy)Onde histórias criam vida. Descubra agora