Thomas

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Sou um homem de poucas palavras, e as minhas nunca fazem curva

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Sou um homem de poucas palavras, e as minhas nunca fazem curva. Após um longo banho quente, eu ainda não conseguia assimilar porque uma simples funcionária estava me dando sentimentos estranhos e confusos. Talvez fosse falta de um boa bebida, já que minha vida nos últimos anos envolvia apenas trabalho e nada mais.

Me troquei, vestindo uma camisa simples junto de uma calça jeans lavada, o mais confortável possível. Eu ainda podia escutá-la, e a vontade de lhe perguntar como uma menina tão linda como ela, estava trabalhando ali, me deixava aflito. Mas, não seria adequado eu conversar com ela, talvez ela não se se tosse confortável com a ideia, ou talvez resistir a ela fosse quase impossível ao ponto de eu não gostar da ideia de lutar contra essa sensação.

Mas eu tenho uma namorada. Uma bela namorada, por sinal. Que todos meus amigos, familiares e as pessoas que trabalham comigo, esperem que eu me case.
Mas que sinto que estaria fazendo a pior coisa da minha vida.

Já com quarenta e sete anos, não posso levar a vida como um menino justo agora.

Que merda. Quando foi que minha vida se tornou tão artificial? Eu tinha tudo sobre controle, a carreira, os objetivos pessoais. Mas me sentia perdido, deslocado e sem esperanças.

Desci até a cozinha e busquei minha cerveja favorita, pronto para compor sobre algo que eu estava sentindo. O que eu estava sentindo? Deus, nem eu sabia.

Sentei na cadeira estofada do quarto e peguei meu violão, na esperança de tocar uma melodia que me estimulasse a por algo para fora. Conforme eu passava meus dedos pelas cordas e criando harmonia, algumas palavras ecoavam soltas na minha cabeça.

Me ocorreu, por um instante, que eu não deveria estar sentado na sala sozinho enquanto aquela garota estava rodeando algum lugar da minha casa. Meus pensamentos foram interrompidos com o som da chuva repentina.

Chequei no meu celular e eram exatamente sete horas da noite.

- Sofia? - chamei.

Não tinha nenhuma resposta. Deixei meu violão e o celular em cima da mesa e fui em direção às escadas

- Sofia? Cadê você? - perguntei mais uma vez.

Escutei alguns passos rápidos vindo em minha direção.

- Senhor, me desculpe, eu escutei e respondi, mas acho que não foi alto o suficiente. - falou a moça, limpando as mãos no avental. 

- Você ainda não terminou? Já são sete horas e está a maior chuva lá fora. - perguntei, preocupado.

- Sem problemas, eu estava organizando alguns produtos para começar outros cômodos amanhã. - disse, mordendo os lábios.

Acho que ela não fazia ideia do que fazia comigo quando mordia aqueles lábios.
Pisquei os olhos algumas vezes, retomando meus pensamentos.

Um Famoso Amor (Cillian Murphy)Onde histórias criam vida. Descubra agora