Sofia

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Tentei arrumar o meu cabelo no espelho, mas não obtive muito sucesso. Oque ele estava pensando?

Que eu poderia ir ao mercado com ele, com seu segurança, e que as pessoas nos vissem, e que isso não seria uma loucura?

Eu não sei muito sobre ele, e ainda não sei nada, para ser bem exata. Mas, o pouco que eu estava conhecendo dele, me deixava nervosa e me intimidava. Os seus não sei quantos metros de altura me assustava, e as cócegas que ele causava no meu estômago me deixava apavorada.

Passei a madrugada anterior vendo suas entrevistas. E de sua namorada.

Todos o tratavam como um astro, um homem que atingiu o sucesso desde a adolescência com papéis inesquecíveis, ganhando até um Oscar.

E eu ia ao mercado com esse homem? Nada mais fazia sentido.

Quando vendi todas as minhas coisas e trabalhei por dois anos para esse intercâmbio, eu não poderia imaginar nada disso acontecendo.

Continua sendo uma loucura atrás de uma loucura.

Enquanto espero Thomas tomar banho, vou tomar uma aguá com gás para me refrescar. Estava frio, mas meu corpo todo exalava um calor inexpressivo.

Me olhei no reflexo do espelho da sua grande cozinha, eu estava um desastre. A limpeza de hoje tinha sido pesada, e eu não cheirava a mil maravilhas.

Fui buscar minha bolsa pra ver se encontrava algo pra ajudar na minha situação, e havia um lenço umedecido e um desodorante.

Ótimo, começamos bem.

Me limpei um pouco e me senti melhor, dando o tempo certo de Thomas se arrumar também.

Quando ele desceu as escadas, seus lábios brilhavam. Ele havia escovado o cabelo, e ele estava repartido no meio, mais uma vez, mas de um jeito elegante que só ele tinha.

Suas sardas no rosto eram delicadas o deixava ainda mais atraente. Sim, mesmo eu achando aquilo impossível.

- O senhor está pronto? Acho que o motorista chegou, eu o escutei agora pouco. - falei, esperando ele descer as escadas.

Ele estava com um suéter de cor marrom e uma calça social preta. Um look casual para uma atividade casual.

Me perguntei oque ele acharia do meu look de ir ao mercado, que consistia numa blusa de personagem e uma calça jeans velha e os tênios aposentados.

- Eu trouxe isso para você - respondeu Thomas, estendendo o seu braço na minha direção.

Era uma camisa. Uma camisa social branca, que parecia ser recém comprada. Deixei a curiosidade de lado pois isso não é da minha conta.

- É muita gentileza sua, mas estou bem com meu uniforme. - respondi

- Eu sei, mas é caso alguém aparecer. Também trouxe um boné para nós dois. Para ser sincero, eles quase não vem aqui nessa região, mas não quero te deixar desconfortável. - falou, passando a mão na franja do cabelo.

Ele tinha um jeito natural de exalar sensualidade, mas algo me diz que sua preocupação real era ser visto comigo.

- Vamos, então? - perguntou Thomas, sorrindo, com a língua para fora.

Um detalhe que me pegou desprevenida, e para o meu azar, aquele homem nunca poderia ser meu.

Quando chegamos até ao carro, nós dois fomos no banco de trás, enquanto o motorista, Louis, encarregou de nos levar ao tal supermercado.

- O senhor faz isso com frequência? - perguntei, com as duas mãos sobre as pernas.

- Ir ao mercado? Eu adoro. Detesto não poder comprar o que eu vou comer. - respondeu, com os olhos focados na rua.

Um Famoso Amor (Cillian Murphy)Onde histórias criam vida. Descubra agora