Cap. 04 - Sororidade cria Amigos de Verdade

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Todos foram voltando para o palácio, mas eu fiquei na praia com Bia, adormecida nos braços. Eu não queria que ele fosse embora. Eu sinceramente não queria me despedir daquele que é o meu noivo e meu conforto. Eu tenho muito medo de perder a proteção que Sasuke me dá. Vivo num mundo, agora, onde não tenho nenhum poder de defesa ou controle. Eu tenho medo de ficar sozinho. Meus irmãos estão longe de mim, meus pais e meus avós não tem qualquer força ou poder de proteção contra os inimigos para além dos muros e Itachi é... estranho, sinto receio dele. 

Tem uma guerra lá fora e outra tanta em outro planeta, que leva meu querido amigo para longe de mim. Abraço Bia, arrumando a mantinha sobre sua cabeça para protegê-la do vento. Apertei meus olhos e implorei na minha mente que qualquer que seja o deus que proteja o meu noivo e amigo querido, que por favor o traga de volta são e salvo. 

-Por favor, por favor, por favor. - forcei o pensamento positivo a se espalhar por mim inteiro e ir até a areia, da areia chegar ao mar e do mar chegar a Sasuke. - Por favor, por favor.

Mais que sua proteção, eu quero seu bem e sua amizade.

Sasuke tem me ajudado a respirar sem culpa a cada dia que passa, a sonhar quando deitou para dormir, a ter mais confiança para ser pai de uma bebê híbrida.

Sasuke me ajuda a acreditar que há esperança para mim, depois do erros terríveis que cometi no passado.

Uma mão em meu ombro me fez sobressaltar e olhar para o lado; era Shisui segurando o pequeno Irvin e os dois ainda vestem aquelas roupas garbosas.

-Me desculpe... - eu nem sei se posso chorar pelo rei que foi fazer seus trabalhos de rei. É que Sasuke não é um rei ou um deus para mim, ele é... ele é... - Me desculpe.

-Tudo bem. Eu te entendo. - me deu um lenço para enxugar meu rosto. Quando as lágrimas começaram a cair? - Sou eu e mais de 50 mil soldados que te entendemos. Conheço este medo e essa insegurança muito bem. Venha. Vamos te aquecer. - não sou o único que teve o amigo querido roubado pela guerra? - Precisa de um lugar seguro para ficar. - ele pegou a minha mão e me levou. 

Somos dois ômegas com bebês de colo. Somos estrangeiros numa Corte cheia de tramas e de ameaças. Shisui é o único em quem confio.

Eu era seguido pelos killians bizarros e pelos soldados mais bizarros ainda, só que estes caminhavam do lado de fora. Não entraram, eu os via através das vidraças. Percebi que Shisui não me leva para a Ala Sul, mas para o lado oposto e eu continuo confiando nele. A energia daqui é diferente e este lado é bem mais arborizado que o aspecto rochoso da outra ala. É mais plano, eu vejo mais dunas e uns coqueiros e palmeiras aqui e acolá quando olho para fora, com sua vegetação rasteira e também vejo um dos rios da Púnia.

Eu o vejo através do piso translúcido de um enorme salão que é o primeiro cômodo desta ala para onde vamos, me recorda aquele salão onde fizemos as fotos, mas não há abertura aqui e o piso vítreo está preso a uma estrutura de madeira larga.

Me parece mais seguro de andar porque caminho por "cima" da madeira.

Este é o Rio Púnio e vai imediatamente para debaixo do palácio. Não me sinto vigiado neste lado. Uma sensação estranha de solidão anda comigo, colada a mim. Só depois de algum tempo atravessando corredores, salas bem arejadas e adornadas com várias referências ao mar, além de passar por um jardim que era atravessado pelo rio, eu cheguei a um quarto anormalmente grande. Eu digo que é maior que o meu e o de Bia juntos sem medo de ser feliz.

Deve ser do tamanho do de Sasuke.

Mas não sei.

Só entrei lá duas vezes, eu acho.

Sob a TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora