Cap. 07 - A Sombra de Insmouth

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Recomendo ler ouvindo a música anterior para melhor imersão. Só para que não esqueçam, o capítulo é do ponto de vista de Naruto. É de medo.


Eu sei que está escuro, mas eu consigo enxergar como se estivessem numa noite de lua cheia sem nuvens, bem iluminada, vejo tudo ao meu redor com uma precisão incomum.

As cores são diferentes daquelas do lado de fora.

Tem cores que não existem aqui, onde estou, tons azulados e acinzentados.

Mas tem água, muita água, densa e ao mesmo tempo leve. Faz muito frio, embora não me incomode. Como eu cheguei aqui? Vou para frente e vou rápido, com força, causando ondulações ao meu redor que me sacodem, me fazem ir em frente como se eu fosse um torpedo. Olho para baixo e vejo que não estou sozinho. Tem outros como eu por aqui.

Eu?

Uma voz sai da minha boca, mas não é a minha. É a de Sasuke. Diz algo que não entendo, numa língua impronunciável. Sua voz ecoa pela água da mesma forma que fazem as baleias, mas o som se assemelha a uma trombeta muito grave. Nem consigo explicar.

Outros submarinos avançam rápido como um enxame de vespas atacando duas enormes estruturas de pedra que lembram duas torres. Dois formigueiros, só que ao invés de ter três metros de altura, possuem, pelo menos, quilômetros como montanhas submersas. Eles atacam com armas que soltam algum tipo de laser ou com os próprios corpos, golpeando sem piedade outras criaturas.

Eu bem queria olhar para mim mesmo e saber como estou, mas não consigo, meu foco está naquela batalha e é assustador ver todos aqueles seres disformes se enfrentando com violência, estraçalhando uns aos outros com garras, dentes, presas, ferrões, tentáculos e tantas outras formas inumanas de combate. A água vibra acima da minha cabeça. Eu olhei naquela direção e vejo uma nave gigantesca que, de alguma forma, me lembra uma baleia metálica, mas eu sei que não é uma baleia, é só formato que lembra e o jeito como se desloca; emitia sons agudos conforme se aproximava das torres, obrigando todos os outros seres a recuarem para as montanhas.

Duas grandes hastes se desgrudam das laterais daquela nave submersa e sinais são emitidos para mim - digo, para Sasuke. Lembra código morse ou alguém fazendo baixos sons com a garganta, não sei se é, mas Sasuke entende e responde com esses mesmos sons. Nas hastes, uma bola de luz se condensa como se fosse um tipo de núcleo térmico que emite tanto calor que toda vida se afasta.

Uma onda de ar se expande como uma esfera por tantos quilômetros que alcança montanhas e impactam os picos, ferindo mais e mais os seres que vivem lá, cria uma área de quentura e energia que machuca até os membros deste lado de Sasuke.

Agora eu entendo. É uma guerra. E Sasuke vai dar o golpe final.

Daquele núcleo energético saem raios que seguem para onde termina a esfera. Eles atravessam e destroem tudo o que está no caminho, explodem criaturas e nem sei dizer se são inimigos ou companheiros, arranca pedaços de terra, de pedra, de naves, absolutamente tudo é desintegrado em poeira e pedaços ionizados de... qualquer coisa. Eu quero fechar os olhos, mas não são os meus olhos e Sasuke não é covarde e nem fraco. É o rei e como tal, deve continuar olhando.

Sasuke invoca aquele barulho poderoso de novo, então a nave para de emitir raios para se deslocar: foi erguendo sua cauda até que estivesse de cabeça para baixo, então toda aquela energia plasmática é mandada para as raízes da montanha, dentro de uma fenda por onde vejo o fogo submarino, e causa uma explosão tão descomunal e desproporcional que não compreendo.

Sob a TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora