Teeth - 5 Seconds of Summer

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Na manhã seguinte entro no prédio e o elevador está no térreo, começo a andar mais rápido para dar tempo de entrar mas as portas começam a se fechar.

— Segura o elevador! — grito.

Mas chego perto o suficiente para ver Dylan completamente sozinho dentro do elevador e ele não se mexe então as portas se fecha mas não sem antes eu ver um sorriso presunçoso nos lábios dele. Merda!

Ainda bem que aqui tem muitos elevadores entro no próximo e chego ao meu andar, vou direito até a mesa de Dylan ainda irritada pelo o que aconteceu.

— Por que você não segurou o elevador? Você não tem educação ou é surdo? — pergunto com as duas mãos apoiadas na mesa dele.

— Eu não ouvi. — diz ele. — Nem vi você.

— Mentira, você me viu e me ouviu também.

— Bem-vinda a Nova York, Maria Isabela. — de novo ele dá aquele sorrisinho que estou pegando ódio.

— É Mabi.

— Não gosta do próprio nome? Tem baixa autoestima? — ele inclina um pouco a cabeça e sorri.

— Não — respiro fundo — Quer saber, me chame como achar melhor.

Dou as costas e vou para a minha mesa, tiro meu casaco e bolsa jogando em cima dela, mas logo me arrependo porque Sophie se assusta.

— Está tudo bem? — pergunta ela.

— Sim, desculpe se assustei você, eu só... deixa pra lá.

— Se precisar de qualquer coisa estou aqui. — ela sorri gentilmente.

É o meu segundo dia aqui e eu já tenho muitas coisas adiantadas, estou ficando nervosa com tanto tempo livre, não quero que pensem que eu estou desocupada ou coisas do tipo.

Resolvo descer e comprar um café na lanchonete, preciso tirar os olhos desses manuscritos e me concentrar em absolutamente nada. Peço um café expresso com leite e canela simplesmente perfeito.

Estou voltando mas quando viro o corredor esbarro em alguém e meu café entorna em mim e em...

— Vingança pelo elevador? — diz Dylan.

— Se fosse uma vingança eu teria derramado só em você e não em mim.

— Se queria uma desculpa pra sair mais cedo...

— Quem é você? Meu chefe? Dá licença. — passo por ele jogando o copo vazio em uma lata de lixo próxima.

— Te manda a conta na lavanderia.

— Manda. — respondo.

Graças a Deus, eu em algum momento da minha vida eu resolvi vestir apenas roupas pretas e segui com isso e serei sempre fiel a roupas pretas porque agora não dá pra ver que estou molhada de café, tendo enxaguar um pouco para tirar pelo menos o cheiro e seco no ar quente que eu particularmente acho nojento, mas só tenho essa opção.

Depois de alguns minutos volto ao trabalho, sem café e estressada, eu quero muito fazer um bom trabalho aqui, não só porque sou boa no que faço, mas também porque não quero dar uma péssima impressão já que fui indicada pelo meu chefe para estar aqui.

Todos já foram embora, mas eu continuo aqui, não tenho nada para fazer em casa mesmo, abro minha tese do doutorado, mas simplesmente não consigo pensar em nada, minha cabeça é um poço vazio, seco, sem ideais, e estou começando a surtar porque não é de hoje que me dá esse branco.

— Ainda aqui?

— Não, eu não estou aqui, o que você está vendo é uma projeção. — respondo para a voz que já estou começando a reconhecer porque me deixa irritada facilmente.

MARIA Onde histórias criam vida. Descubra agora