What Was I Made For? - Billie Eilish

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Na segunda-feira, trabalho em casa de novo, e marco uma reunião com o professor na terça-feira. Me visto com minhas roupas de sempre, mas por causa do que aconteceu da última vez que o vi penso que estou vestida de maneira vulgar, mas estou com minhas calças preta skinny, tênis baixo, e uma jaqueta preta, nada de mais.

Antes de entrar na sala dele coloco meu celular no silencioso e ativo a gravação, guardo o aparelho no bolso interno da minha jaqueta, pego um outro celular que eu tenho sobrando pra fingir que aquele é o meu e ele pensar que está seguro, só então vou para a sala dele, não sem antes respirar fundo e congelar meu sangue, pois preciso muito ter o sangue frio agora.

— Maria, seja bem-vinda de volta. — diz ele alegre e eu forço um sorriso.

— Olá, professor. Eu queria saber se terminou de revisar minha tese, eu corrigi conforme a sua última orientação.

— Sim, sim, está ficando excelente, você é muito competente.

— Obrigada.

— Eu passei para um amigo, que ficou bem interessado em publicar na revista dele depois que for finalizado.

— Seria ótimo.

— Mas você sabe, os créditos seriam todos meus, conforme conversamos da última vez.

— Acho que eu vou falar com a universidade sobre seus métodos de convencimento e roubo de trabalho. Mudar de orientador. — pego meu celular falso e finjo que vou enviar um e-mail e ele o pego da minha mão, analisa, depois bloqueia a tela e guarda no bolso.

— Acha que já não tentaram de tudo? — ela dá uma gargalhada — Este é um ninho de cobras todos tem o rabo preso, por isso essas denúncias nunca deram e nunca vão dar em nada, se você soubesse de tudo o que eu sei do reitor. — diz ele com um ar de fofoca.

— Eu, eu poderia te pagar, eu tenho dinheiro talvez você possa só me deixar apresentar a minha tese não precisa me aprovar, somente se eu merecer. — digo.

— Minha jovem, Maria, eu já tenho mais dinheiro do que eu posso gastar, isso não me interessa mais. O que me interessa é esse seu belo corpo. Você não parece ter tido muitos homens na sua vida, se não tivesse tido nenhum seria melhor ainda mas acho que é pedir demais — ele ri sozinho — Ainda assim você tem esse ar doce e ingênuo. — ele se aproxima de novo e dessa vez eu deixo para ver até onde ele vai — Me diga, muitos homens já estiveram dentro de você? — ele encosta a mão no meu rosto.

— Não encosta em mim. — digo.

— Calma — diz ele — Sei que estou convencendo você de que essa é sua única forma de conseguir seu doutorado.

— Professor Benjamim, por favor.

— Qual o homem mais velho que você já ficou? — pergunta ele se aproximando ainda mais e então dou uma joelhada no saco dele e saio correndo.

Ao invés de ir denunciá-lo na universidade, ouvi o que ele disse sobre todos serem farinha do mesmo saco, corruptos, então envio a gravação para todos os veículos de impressa que conheço e vou em direção ao trabalho mas começo a me sentir muito mal.

Tonta, fraca, enjoada, calafrios pelo corpo todo, dor de cabeça, mal consigo sair do elevador no meu andar quando caio no chão e mãos firmes que eu conheço bem tocando meus ombros.

— Mabi, você está bem? — pergunta ele.

— Eu devo estar pior do que pensei já que posso jurar ter ouvido você me chamar de Mabi. — respondo.

Dylan me levanta e me senta em sua cadeira, alguém que acredito que seja Sophie está me abanando e Emma está me entregando um copo de água.

— Ela está pálida, melhor chamar uma ambulância. — diz Whitney.

MARIA Onde histórias criam vida. Descubra agora