Stop Crying Your Heart Out - Oasis

14 2 19
                                    

EPÍLOGO

Estou no meu escritório vendo alguns dos meus diplomas nas paredes, passando um filme na minha cabeça de todas essas conquistas, tudo o que eu tive que abrir mão para ter cada um deles. Vida social, amigas, namorado, filmes e séries da moda que não consegui acompanhar tudo porque eu queria ser alguém na vida, e eu consegui.

Não fiz isso por mim, fiz por cada pessoa que me ajudou até aqui, cada um que me disse para não desistir, que me aconselhou, que até me distraiu um pouco. Espero ter dado orgulho a todos eles. Fecho os meus olhos que já estão lacrimejando quando penso nessas pessoas, mas principalmente nos meus avós.

— Querida. — diz ele me fazendo dar um pulinho de susto.

— Alan. — viro um pouco a cabeça para trás para vê-lo mas continuo de costas.

— Desculpe, eu não queria assustar você. — ele vem até minha a minha direção e coloca as mãos nos meu ombros, ele olha meus diplomas. — O que está fazendo?

— Eu... — meu coração começa a bater forte — Quando meus avós morreram eu era muito nova e não entendia a morte, não sabia muito bem que nunca mais iria vê-los, hoje depois de tudo o que eu passei, eu sei. Eu nunca mais voltei para vê-los, para falar com eles, ou deixar flores, nada. Nunca mais. Nem para a senhora Rose que me criou e muito menos para os meu pais. Nunca mais fui a um cemitério. Eu não queria fazer isso porque era como se eu tivesse aceitado a morte deles, que eles me deixaram, se eu dissesse adeus... — tiro um pigarro da garganta e levanto a cabeça tentando impedir as lágrimas de descerem — Pequenos pedaços do meu coração foram sendo arrancados ao passar dos anos com cada coisa ruim que me acontecia. E agora eu quase sinto meu coração completo de novo, sei que ele nunca será porque meus avós não conseguiram compartilhar nenhuma dessas conquistas comigo, mas eu acho que se eu for até eles e dizer tudo, igual uma idiota sabendo que lá não resta nem os ossos deles somente a lápide, mas sei lá se eu fizer isso, acho que vou conseguir segui em frente. Isso faz sentido? Você me entende?

— Sim, faz sentido e eu entendo o que você quer dizer. — diz Alan me virando de frente para ele e limpando as lágrimas do meu rosto.

— Eu quero que você e a Summer venham comigo, por favor?

— Claro que sim, querida. Claro que nós vamos. — fala ele sorrindo.

Summer, minha bebezinha está com um ano agora, ela é meu milagre. Eu nasci viciada por que minha mãe que não parou o uso de drogas durante a gravidez, por sorte não tive problemas de saúde, o médico disse que era para eu ter vários problemas de concentração por isso sempre me esforcei para ser a melhor aluna, mas depois de me casar com Alan estive grávida outras vezes e perdi, pensei que poderia ter algo a  ver com o fato de ter nascido dessa forma, mas finalmente Summer chegou e agora está tudo perfeito.

Mas eu tenho sentido a necessidade de ir até lá contar toda a minha jornada para meus avós, é loucura, mas eu preciso fazer isso apenas uma vez e depois vou ficar em paz. Então arrumamos a mala e vamos.

Enquanto em Nova York estamos no verão, aqui nós estamos no outono, folhas amarelas caídas por todo o chão de grama do cemitério. Vesti um sobretudo preto e cachecol, meu cabelo solto e longo como sempre foi, embora esteja frio estou usando um tênis baixo. Alan está de sobretudo também e está todo de preto em sinal de luto. Já a bebê Summer está com suas roupinhas fofas como sempre e dormindo no bebê conforto.

Não sabia o que iria encontrar quando chegasse aqui, se ainda existida os túmulos, se tivessem sido vandalizados, mas está tudo bem e limpo.

O cemitério é um jardim com terreno enorme e há apenas placas com os nomes no chão, mesmo no outro e com as folhas das árvores marrons e amarelas, a grama continua verde.

MARIA Onde histórias criam vida. Descubra agora