9- O Ex

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-Quatta Feira-

Odeio ele.

Qual o problema dele? Sério?

Fingi que não me conhece; que é um pamonha e depois de pouco tempo junto comigo já acha que está no direito de mandar em mim.

Porque ele não fica na dele, vai achar outra vagabunda pra incomodar.

Tentei ignorar a existência dele a aula toda. Funcionou, não tive um contato com ele.

Mas a aula estava muito chata e o professor decidiu que os últimos 30 minutos seria apenas para conversar. Então saí mais cedo.

Peguei minhas coisas e saí da sala, mas ao fechar a porta da sala me deparo com uma pessoa que achei que eu nunca mais iria ver na minha vida.

Meu ex estava lá parado olhando para mim, vou correndo para o elevador e ignoro ele.

-Elenor, não vai falar nada, nem um oi?

-Não tenho nada para falar com você!

Falo irritada e apertando o botão do elevador desesperadamente, demorava um século para vir.

Gustavo estava chegando super perto de mim. E o elevador não vinha.

Fui correndo para as escadas e comecei a descer rapidinho.

-Elenor espera por favor, você sabe que eu não tinha intenção de fazer aquilo.

Paro bruscamente em uma parte plana, que ficava em uma escada e outra.

Me viro para ele que estava vindo logo atrás e para na minha frente.

-Voce é um filho da puta. Não teve a intenção de me trair?

Olho para o chão furiosa e vejo ele tentando chegar perto de mim.

-Não chega perto de mim, seu escroto. Eu tenho um nojo de voce; por tudo o que você fez.

Enquanto falava eu começava a sentir lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Aquele momento estava demorando uma eternidade para acabar.

Não ia conseguir ver ele novamente por muito tempo.

Ele segura meu braço e começa a falar de novo.

-Elenor, deixa eu me explicar por favor.

Ele tenta chegar perto me puxando pelo braço.

-Solta o meu braço.

Tento me soltar, mas infelizmente ele tinha mais força do que eu.

-PARA, está me machucando.

Tento me soltar chorando um pouco mais enquanto ele me trazia mais pra perto pronto para me dar um abraço.

-Chega dessa palhaçada.

Ouço alguém gritando lá de cima da escada e vejo Henri descendo rapidamente.

- Não te ensinaram que não devemos chegar perto do que não é seu?

Ele mal termina a frase e já chega empurrando Gustavo contra a parede. E se volta pra mim.

E olha com uma delicadeza para mim, ele olha eu esfregando meu braço que  Gustavo havia apertado.

Estava vermelho, bem aparente. Ele olha nos meus olhos, consegui perceber sua fúria aumentando.

-Ele te machucou?

Eu tento falar mas acabo gaguejando um pouco.

-Na- não... tá - .. tá tudo bem...

Ele se vira rapidamente e dá um soco no rosto de Gustavo tão forte que ele se desequilibra e acaba caindo de cara no chão.

Henri se abaixa devagarzinho, esfregando uma mão na outra. Passando a língua da sua bochecha observando Gustavo com o rosto todo esfolado.

-Fica longe dela, está me entendendo.

Gustavo não fala nada; apenas da uns gemidos da dor.

Henri se levanta e dá um chute no estômago de Gustavo e fala mais alto

-Está me entendendo!!!

Gustavo tenta tirar qualquer voz que consegue de seu pulmão.

-Enten- di ...

-Ótimo!

Henri observa rapidinho Gustavo se enroscando no chão de dor. Antes de se voltar a mim.

Ele vem rapidamente e toca com toda delicadeza em mim.

-Você está bem?

Olho um pouco assustada para ele e assenti com a cabeça apenas.

-Vamos.

Ele pega minha bolsa devagar e segura a minha mão e me leva até o carro.

Ficamos em silêncio o tempo todo, até porque eu não sabia como reagir com toda essa situação.

Porque ele estava agindo dessa forma? O que ele quer comigo?

Ele abre a porta do meu carro, deixa a minha bolsa no banco e espera eu entrar

-Boa noite Elenor. Me manda uma mensagem se precisar.

-Mas eu não tenho o seu número.

Ele da uma risada leve.

-Você ainda não viu o bilhete que eu te dei aquela noite?

Faço uma cara de dúvida para ele que estava com um sorriso leve no rosto, me viro e pego minha bolsa e começo a vasculhar até achar o papel.

Abro o papel e estava escrito o número dele e seu nome ao lado.

Que cara mais espertinho não?

-Ata; beleza eu mando sim...

Olho para o lado e ele não estava mais ali. Já havia sumido.

Ok, dou partida no carro e vou embora.

Ele parecia um fantasma; sempre sumindo e aparecendo do nada.

Omitindo Desejos Onde histórias criam vida. Descubra agora