8 - A melhor ajuda

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-Terça Feira-

Mais uma semana depois do caótico final de semana. Não cheguei a ver Henri depois daquela situação.

O trânsito estava impossível hoje; tentei sair até um pouco mais cedo do trabalho mas não adiantou muita coisa.

Acabo chegando um pouco atrasada na aula, o professor já estava passando a matéria e tentei entrar de fininho. Mas já percebi que todos olharam pra mim, bem legal.

Ajeito minhas coisas em cima da minha mesa e acabo recebendo um papelzinho dobrado em cima da minha mesa.

Da onde isso surgiu?

Olhei disfarçadamente para os lados para ver se alguém me observava antes de abrir.

"Sua saia está meio curta não acha?"

Oi? Mas quem caralhos mandou isso?

Olhei para trás e já tinha tirado minhas conclusões. Henri estava me observando até a minha alma, parecia um cachorro prestes a atacar.

Amassei seu papelzinho e enfiei dentro do meu estojo.

Quem ele acha que é para mandar em mim, aquele menino nem me conhece o suficiente.

Tento tomar a água o mais rápido que eu consegui. Depois de uns minutos terminei de tomar toda a água da garrafinha.

Puxei a minha saia o máximo que consegui, peguei minha garrafinha e saí da sala bem devagar.

Ao fechar a porta consegui ver os garotos todos olhando com sorrisos maliciosos, um grande fodase.

Mas o que me chamou atenção foi Henri, que estava mordendo as suas bochechas e com uma mão alisando o queixo, acredito que ele estava levemente irritado.

Fui até o final do corredor; aonde não tinha salas, mas eram os banheiros e aonde se enchia a garrafinha.

Terminei de encher a garrafinha e fechei ela. Em instantes eu senti minha cintura sendo agarrada e eu já tinha virado o meu corpo, estava encostada na parede e Henri com seu olhar furioso pra mim.

Meu coração acelerou desesperadamente. Sentir seu corpo quente grudado ao meu novamente me fazia gelar.

-Acha que estou brincando?

Ele tentava manter sua expressão calma de sempre; mas acho que dessa vez ela não estava conseguindo disfarçar tão bem.

Conforme o tempo passava ele apertava mais a minha cintura e me puxava contra ele.

-Gosto da minha saia.

Saio de perto dele levantando a minha saia só mais um pouco, quando eu chegasse na sala eu iria baixar ela novamente.

Mas ele me puxa pelo braço novamente e me coloca contra parede, com um pouco de força demais e acabo soltando um leve gemido, e acho que ele percebeu e tentou fingir que não gostou disso.

-Voce não manda em mim, sabe disso né?

-Ainda não.

Como? Ainda não, a por favor né menino. Se coloque no seu lugar.

Dou uma leve risada antes de falar novamente.

-Vou vestir o que eu quiser; até saias mais curtas.

Ele coloca a mão no meu pescoço e me puxa pra muito perto, eu estava no máximo a uns 15 cms de seu rosto. Comecei a ficar ofegante e conseguia sentir seu hálito.

-Não vai sair junto comigo com essas saias minúsculas.

Ele fala super baixinho, enquanto ele falava; sua outra mão passou arrastando devagar da minha coxa até chegar na minha bunda.

Ele a aperta com força, e senti algo lá embaixo formigar e o frio na barriga sobe e respiro fundo.

Ele chega perto da minha orelha e cochicha.

-Só eu vou posso ver, está me entendendo?

Assenti devagar e levemente assustada. Quem era esse cara mds.

Ele me solta dos seus braços e rapidamente se volta pra minha saia e abaixa ela.

Ele observa meu rosto, molha seus lábios enquanto olhava os meus.

Ele se vira de costas e volta para a sala de aula.

Depois de uns minutos tentando raciocinar o que havia acontecido eu volto para a sala; com a saia do jeito que ele havia deixado.

Quando a aula acaba tento sair mais rápido do que ele. Chego no meu carro entro e tranco tudo. Deixo minhas coisas no acento e respiro fundo; quando eu coloco a chave no carro eu vejo que havia algo no meu parabrisa.

Era uma rosa, vermelho escuro.

Saio do carro e pego a rosa e volto para o carro novamente.

Rosas vermelhas são as minhas favoritas.

Em toda a extensão do caule da rosa, estava escrito em caneta preta, "H".

Já sabia quem havia deixado ali.

Omitindo Desejos Onde histórias criam vida. Descubra agora