Capítulo 5 - Hanna Tompson

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Já se passaram uma semana desde que o senhor Moss esta trabalhando aqui. Nós não trocamos uma palavra sem ser sobre o trabalho, mas sempre estamos trocando olhando intensos.

Não sei qual é a dele com isso. Ele me olha tão profundo, que sinto como se estivesse olhando para minha alma.

Ele é um homem que não se sabe o que pensa, sua expressão facial é sempre a mesma.

O elevador se abre e o vejo sair de lá.

— Bom dia. — digo mesmo sabendo que não vai responder.

— Bom dia, senhorita Tompson. — diz.

Fico supresa. Ele nunca responde aos meus bom dias. O que houve?

Ele deve ter notado minha cara de surpresa, pois consigo notar um sorrisinho no seu rosto, que logo se desfaz.

— Venha na minha sala. — diz e entra deixando a porta aberta.

Levanto e ando até lá. Entro e fecho a porta.

— A senhorita é casada, tem filhos ou algo desse tipo? — pergunta se sentando.

Me sento e respondo:

— Não, senhor. Livre, leve e solta. — digo antes que possa me conter.

Não entendo sua pergunta, então espero que explique.

— Ótimo. Vou precisar ir à França, e gostaria que fosse comigo. — abro a boca.

— França? — pergunto surpresa.

— Isso. Nunca foi? — apoia os braços na mesa.

— Não... com todo respeito, mas, não sou feito o senhor... cheia da grana. — se controle Hanna, meu Deus.

Ele sorri. Pera ele sorriu? Coça a barba e me olhando diz.

— Bom, fico feliz em ser eu a levá-la primeiro, porém, será a trabalho. — concordo com a cabeça. — Iremos amanhã, tudo bem para você? — penso.

Acho que não tenho nada marcado.

— Tudo ótimo. — sorrio.

— Ótimo, mando um motorista lhe pegar amanhã às nove da manhã. Pode ir. — aponta para a porta.

Nem pergunto como ele sabe meu endereço, a notícia ainda me deixou em choque.
(...)

A noite chamei meus pais aqui para jantar e aproveito e conto a novidade. Já arrumei a mala com as melhores roupas que encontrei no guarda roupa. Posso não receber muito, mas pelo menos sei me vestir.

A campainha toca, saio da cozinha para ir atender. Olho no olho mágico e vejo meus pais. Abro sorrindo.

— Oiii. — abro os braços.

— Querida. — falam em uníssono.

Me abraçam ao mesmo tempo. Nos afastamos e deixo que entrem.

— Está mais animada que o normal, o que houve? — pergunta meu pai.

— Vou viajar para Paris a trabalho com meu chefe, e estou vinte mil reais mais rica. — eles ficam em choque.

— Como assim vinte mil reais mais rica? — minha mãe pergunta.

Explico o lance com meu ex chefe e a viagem.

— Que bom filha, fico muito feliz por você, mesmo que seja para trabalho. — meu pai diz.

— Já arrumou a mala? — pergunta minha mãe.

— Sim, tudo certo. — digo.

Estamos na cozinha comendo o jantar que fiz.

— E como é esse seu chefe? O dono da empresa. — minha mãe puxa assunto.

— Ele é bem sério, não dá nem um sorrisinho. Nunca responde aos meus bom dias, apenas hoje que ele veio responder e deu uma risada do que eu disse. — explico.

— E o que você disse? — meu pai pergunta.

— Ele me perguntou se eu nunca tinha ido à França, por causa da reação que tive quando me deu a notícia. Daí eu falei que não era como ele, cheia da grana. —  minha mãe se engasga.

— Querida, meu Deus. — tosse entre risos. — Isso são modos? — me olha.

— Falei sem pensar, e me arrependi logo em seguida, porém, o que importa é que ele achou graça. — sorrio.

— Céus. — diz.

Todos rimos.

— Estava pensando em pagar aquela viagem que vocês queriam, com o dinheiro que recebi. — mudo de assunto.

— Não querida, o dinheiro é seu. — diz minha mãe.

— Exatamente, nós que devemos lhe ajudar se precisar de algo. A viagem pode ficar para depois, estamos juntando do nosso dinheiro.

— Tudo bem. — levanto as mãos em defesa.

Não vou desistir dessa ideia...

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