Capítulo 25 - Hanna Tompson

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Vou conhecer a mãe do Liam. Sinto como se estivesse indo para o abatedouro.

A casa é enorme, mas, não sei se ela mesma que paga por isso tudo. Assim como essa festa que está chique.

Estou vestindo um vestido preto longo, e o Liam veste um terno todo preto.

Entramos na grande casa e damos de cara com várias pessoas elegantes. Todas nós olham e sorriem. Faço o mesmo.

Liam me guia até outro ambiente. Chegamos até uma rodinha de pessoas, elas param de conversar e nos olham.

— Mãe. Essa é a Hanna. — fala direcionado a uma mulher na roda.

As outras pessoas se afastam nos deixando à sós. Ela me olha da cabeça aos pés com um sorri falso no rosto. Lhe analiso também.

Uma senhora de cabelos escuros, olhos escuros e com um ar de elegância.

Ela olha para meu braço em volta do braço do Liam e nos olha.

— Prazer em conhecê-la, Hanna. Me chamo Judit. — não estende a mão para cumprimentar, faço o mesmo.

— Olá, Judit. — tento dar um sorriso, mas falho totalmente.

Um silêncio constrangedor surge entre nós três, até que Liam fala:

— Amor, vamos dançar? — me pergunta.

Ótimo, amo dançar. Lhe sigo sem questionar.

O encontro com a mãe dele foi como esperei, ela me olhou com aquele olhar de águia me julgando mentalmente. Não me importo com isso, portanto que fique na dela e não me estresse.

Nós vamos até a pista de dança. Outras pessoas dançam por ali. A música eu toca é A Thousand Years.

Liam segura minha cintura. Apoio as mãos no seu ombro. Ele me puxa para mais perto. Fecho os olhos.

Faz tempo que não danço assim com alguém, a última vez foi com meu pai ou minha mãe, e não tinha a mesma sensação de agora.

Ele sabe dançar, fico surpresa. Não sabia dessa.

— Aonde aprendeu a dançar? — lhe olho.

— Você não vai querer saber. — fala sorrindo.

Arqueio as sobrancelhas surpresa.

— É melhor não falar mesmo ou eu arranco suas bolas. — digo brincando.

Ele dá uma risada que só eu posso ouvir.

Nós dançamos até a música acabar. Sorrimos um para o outro e saímos da pista de mãos dadas.

Seu celular toca. É do trabalho.

— Preciso atender, já volto. — me dá um selinho.

O observo se afastar sumindo da minha visão. Vou até o bar e peço uma bebida.

— Então você é a mulher que quer tirar o Liam de mim? — ouço a voz da Judit atrás de mim.

Me viro com a bebida em mãos, vendo ela me encarar torto.

— Roubar? — pergunto incrédula.

Ele é o que? Um objeto?

— Isso mesmo que você ouviu. — Oi? — Ainda teve a coragem de pisar na minha casa. Quem você pensar que é para tirar o meu único filho de mim?... Por todo esse tempo, eu tive ele apenas para mim, e agora você chega querendo roubá-lo? Se queria de dinheiro não precisava deitar com seu chefe. — ouço aquilo tudo sem acreditar.

Que narcisista! Agora faz todo sentido o Liam nunca deixá-la mesmo após tudo que ela fez. Ela manipula. Mente. É uma ardilosa.

— Olha aqui. — rio. — Eu não quero dinheiro do seu filho, muito menos roubá-lo de alguém. Porém, até que roubaria da senhora. Faço questão de roubá-lo sim, porque você espancou ele durante toda a infância e agora quer pagar de boa mãe. Não cola comigo. — falo me aproximando dela.

— Se você não se afastar do meu filho e acabar com toda essa palhaçada que chamam de relacionamento, vou acabar com sua vida. Não vê que ele confia em mim? — ela faz cara de sonsa.

Não me seguro e jogo a bebida que eu segurava na cara dela. Liam surge bem nesse momento olhando para nós duas confuso.

— Filho, essa sua namorada tem problemas? Eu estava elogiando o relacionamento de vocês e ela veio me acusando de coisas absurdas. Ainda por cima jogou a bebida em mim. — fala enxugando o molhado do rosto.

Liam olha para mim e ela sem dizer uma palavra.

— Você quer casar comigo ou não? — ele concorda que sim. — Então escolha, não tem paciência. — aponto para sua mãe.

— Podemos conversar? Nós três.— ele pergunta sem me responder.

— LIAM. — falo alto lhe olhando.

Ele olha para a mãe e suspira.

— Quer saber? Cansei. Cansei de ver você perdoar as ações que essa mulher teve e tem com você. Não quer conversar sobre? Ótimo. Guarde pra você então, se feche, volte a ser aquele cara quando te conheci. — falo irritada.

Tiro o anel que ele me deu e coloco na sua mão. Saio de perto em direção a saída.

Foda-se, não vou passar por isso. Ele não enxerga? Não vou me matar mostrando os fatos. Ele não quer conversar? Também não quero mais. Que ela fique com o filho querido dela.

Quando estou perto do carro em que Robert nos trouxe, entro e fecho a porta com força. Vejo Liam vindo na nossa direção.

— Robert, me leve de volta a casa do Liam. — peço.

— Senhora, eu... — lhe interrompo.

— Logo, Robert. Por favor. — peço quase chorando.

Ele atende meu pedido e dá partida.

Encosto a cabeça na janela e me permito chorar.

Caramba, por todo esse tempo eu avisei ao Liam sobre sua mãe, mas, ele sempre tirava por menos. Qual a porra do problema dele?

O celular do Robert toca. Ele atende.

— Sim, senhor. — e desliga.

Não tem outro lugar para ir, estamos na Carolina do Norte. Então preciso voltar a casa dele.

(...)

Entro na casa e fecho a porta. Tiro os sapatos e subo para outro quarto que não seja o dele.

Tiro a roupa e a maquiagem. Tomo um banho e coloco uma roupa confortável.

Fiz isso tudo e o Liam não chegou, ele ficou mesmo lá com ela?

Eu achei mesmo que nós poderíamos viver assim, ignorando essa conversa sobre a mãe dele... A coisa transbordou e se transformou nisso. Adiar conversas não foi uma boa ideia.

Posso ter me descontrolado e entrego o anel, mas foi o que senti que precisava fazer no momento. Não dá pra continuar com ela nas nossas vidas.

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