Não há heróis ou vilões neste lugar
Apenas sombras que dançam na minha cabeça
Não deixando nada além de fantasmas em seu rastroDarkside
— Conhece pessoas religiosas?
— Nossas mães são católicas praticantes, esqueceu?
Charles cruzou os braços, virando o rosto na direção do imenso vidro fumê apontado para o coração do clube, onde era possível ver algumas pessoas andando de um lado para o outro, assim como funcionários fantasiados. As luzes vermelhas não ultrapassavam o vidro até a sala onde se escondia, porém continuava o incomodando.
— Estou falando sobre religiosidade.
Pierre abriu um imenso sorriso, parando de acariciar o cabelo cacheado da coelhinha que continuava deitada no seu colo.
Ele era doente.
O monegasco não sabia como suportava aquele grupo patético de mulheres adultas vestidas de coelhos. Era totalmente bizarro. Sentia-se adentrando no inferno. Não conseguia ficar excitado vendo aqueles rostos cobertos por máscaras pretas com orelhas enormes.
— Oh, estamos falando daquele tipo de religiosidade.
— Talvez não...
— Ah sim, do tipo que podemos participar.
— Não sei se eu participaria.
— Já vi alguns, e certamente gostaria. Qual é o motivo da pergunta?
Charles era católico. Ele cresceu diante das doutrinas da igreja, porém sua vida não se resumia as regras impostas para os sacerdotes. Seus pais jamais o obrigaram a ser santo. A religiosidade nunca esteve entranhada na casa dos Leclerc, então seu contato com aquela nova descoberta era nula, até conhecer Jude.
Ela nitidamente foi educada com rigidez. Provavelmente ficava acordada a noite com medo das trevas que a esperava no inferno. Suas tardes seriam todas entediantes se ela pudesse ir ao paraíso mais rápido.
— A sra. Fissore é religiosa.
— Você gosta mesmo dos atuns mau passado. – zombou.
— Pode levar isso a sério? Por um minuto?
— O que você quer que eu diga, Charles? Não gosto de mulheres mais velhas que eu, isso deixa claro que somos o oposto um do outro. Isso deve ter sido culpa da sua mãe. Freud explica esse tipo de merda.
— Não quero trepar com ela!
— Não é o que parece.
— Quero saber o tipo de merda que essas pessoas gostam. – insistiu.
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Anti-Hero ✔
أدب الهواةEle era o príncipe maquiavélico que todos temiam no fim do dia. Um homem corrompido pelo aroma fúnebre da morte, com toque mortal que sugava a luz dos mais santos. Seus passos eram machados de fogo, lágrimas e sangue. A escuridão estava por toda a...