Capítulo 14

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Meus pés estão ficando frios? Ela disseEstá vinte abaixo? Ela disseHá algo que devo confessarEu queria que fosse você em vez disso

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Meus pés estão ficando frios? Ela disse
Está vinte abaixo? Ela disse
Há algo que devo confessar
Eu queria que fosse você em vez disso

Something blue



Charles não subiu para o quarto de Jude, por preferencia dela. Talvez porque sentia medo do que ele faria se fosse pego pela dona da casa. Estava certa em ter medo, porque ele não recuaria caso houvesse uma ofensiva. Uma parte dele quis sequestra-la, manter Jude no porão da sua casa e alimente-la com o melhor e muito vinho, porém o plano de sequestro poderia tornar-se uma pedra no seu sapato no futuro.

Ponderou sobre a ideia de dirigir até sua casa, porque não estava pronto para enfrentar a realidade, então pegou o caminho mais curto até o apartamento. A Ferrari preta estava na garagem, intacta. Caminhou até o elevador, ignorando as mensagens que chegavam ao seu celular, porque nenhuma era tão importante.

Destrancou a porta do apartamento, arrependendo-se amargamente de ter ouvido Pierre e escolhido outra namorada. Ele podia simplesmente explodir. Fechou a porta com força, seguindo o aroma inconfundível de molho branco que vinha da cozinha.

— Que porra é essa?

Serena gritou ao vê-lo.

Ele não estava na sua melhor versão. Havia terra e sangue por toda parte. O suor havia deixando seu cabelo uma grande bagunça, tornando-o oleoso ao toque. As roupas foram arruinadas. Ele cheirava a sexo e morte. Duas combinações perigosas capazes de levar qualquer homem ao corredor da morte.

Era no mínimo promissor!

— Quem você matou? – ela perguntou com olhos esbugalhados, toda se tremendo.

Charles caminhou lentamente até a geladeira, pegando uma cerveja em lata e abrindo-a. Bebeu tudo, ignorando o liquido refrescante que descia por seu pescoço. Amassou a latinha com força, jogando-a no lixo.

Ele havia matado um homem, mas não diretamente. Existiam outros nomes na lista, só que Charles não se considerava um grande assassino, apenas amante de um ser que ocasionalmente transformava belos rostos em seres cadavéricos. Nada que merecesse a atenção de especialistas, papas ou policiais.

— Pode, por favor, me dizer o que aconteceu? – pediu novamente, desligando o fogo e encarando a grotesca criatura que todos diziam amar.

— Estive procriando o anticristo. – respondeu com zombaria.

Pierre teria caído para trás, porém Serena não acreditou.

— Entrou em outra briga?

Todos sabiam que Charles gostava de espancar assaltantes desavisados. Os episódios rodavam por Mônaco, e muitos o olhavam como herói. Não fazia muito tempo que socou o rosto de um dos grandes procurados da Europa durante um jantar romântico, e quebrou o braço do sujeito para que não fugisse antes da polícia chegar. A verdade é que conhecia o infeliz, e ele estava tentando inutilmente subornar a pessoa errada.

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